As mudanças do Fluminense ao longo do Brasileirão 2020
O Brasileirão 2020 ficou marcado por muitas mudanças no Fluminense. O Tricolor perdeu alguns jogadores importantes e o técnico Odair Hellmann ao longo da competição, enquanto viu jovens talentos e o técnico Marcão se firmarem. Assim, o Time de Guerreiros conseguiu retornar a Libertadores após oito anos.
Talvez nem o mais otimistas dos tricolores imaginasse que o Flu chegaria a última rodada do Campeonato Brasileiro brigando por uma vaga no G4. O Tricolor viveu altos e baixos, enfrentou negociações, lesões e até mesmo surtos de COVID19 durante a competição. Mas, mesmo assim, se manteve brigando na parte de cima da tabela.

Mudanças no time
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A escalação da primeira rodada nos ajuda a perceber o quanto o time mudou ao longo deste Brasileirão. Alguns jogadores importantes como Evanilson e Dodi, por exemplo, já até deixaram o clube. O atacante revelado em Xerém, mas que estava emprestado pelo Tombense, foi vendido ao Porto, de Portugal, em Setembro. Enquanto o volante optou por não renovar e, no fim de 2020, ficou livre para assinar um contrato com o Kashiwa Reysol, do Japão.
Por outro lado, alguns jovens talentos da ‘Fábrica de Craques de Xerém’ floresceram. No gol, Marcos Felipe agarrou a oportunidade e se manteve como titular mesmo quando Muriel retornou de lesão. Da mesma forma que Calegari na lateral-direita, Martinelli no meio-campo e Luiz Henrique no ataque.
No miolo da zaga, Luccas Claro se destacou pela regularidade. O defensor termina o Brasileiro como candidato a melhor da posição e Craque da Galera. Já Nino passou por uma má fase antes de recuperar a vaga no time. Assim como Egídio, que chegou a ser barrado por Danilo Barcelos durante a competição. Os dois só não jogam diante do Fortaleza porque cumprem suspensão.
Yago Felipe se firmou como um dos destaques da temporada. Mas, contra o Fortaleza, não vai ter Martinelli ao seu lado porque o volante sofreu uma torção no tornozelo. Enquanto Nenê deixou de atuar aberto e fecha como artilheiro com 20 gols marcados.
Embora contestado, Lucca — último dos reforços para a temporada — cumpre uma importante função taticamente. E o experiente Fred superou uma cirurgia no olho, lesões e a COVID19 para enfim ter uma sequência de jogos no time titular.
A COVID, aliás, prejudicou o Tricolor em diversas ocasiões. No total, 27 dos 34 jogadores testaram positivo para o novo coronavírus em algum momento. Incluindo um surto da doença no início do mês de Outubro.
Mudança na comissão técnica
Diferente dos últimos anos, o Fluminense não teve tantas mudanças na comissão técnica ao longo do Brasileirão 2020. Mas as poucas que teve foram significativas.
O Flu começou a competição sob o comando de Odair Hellmann. Apesar do início difícil, com o treinador, o Tricolor engrenou na segunda metade do primeiro turno. Mesmo não apresentando um futebol vistoso, o ex-volante construiu um time competitivo, que apostava na marcação compacta e nas bolas paradas. Um trabalho que vinha sendo bastante elogiado pela imprensa.
Entretanto, Odair deixou o clube em Dezembro. Não por demissão, mas porque recebeu uma proposta irrecusável do Al Wasl, Qatar. O treinador deixou a equipe na quinta colocação, com 39 pontos. Foram 11 vitórias, seis empates e sete derrotas em 24 jogos. Um aproveitamento de 54,1% no Brasileiro. Além de levar consigo o auxiliar Mauricio Dulac.
Marcão, então auxiliar permanente e técnico do Sub-23, reassumiu o posto de treinador. O mesmo que deixou no início de 2020 com a chegada do próprio Odair Hellmann.
O ex-volante, assim como o antecessor, teve um começo complicado enquanto tentava recuperar o futebol envolvente dos tempos de Fernando Diniz. Mas encontrou um equilíbrio, se recuperou e até o empate com o Santos, possuía números superiores ao do antigo comandante contra os mesmos adversários.

Além de Marcão, a atual comissão técnica também conta com outro velho conhecido da torcida tricolor. O ex-meia Ailton Ferraz cumpre a função, outrora do comandante, de auxiliar e de técnico do Sub-23. Além de ter sido o responsável por comandar o time na vitória contra o Flamengo e na goleada para o Corinthians enquanto o treinador estava afastado pela COVID19.
Mudanças de expectativa do Fluminense no Brasileirão
Entretanto, nenhuma das mudanças do Fluminense é tão grande quanto a expectativa em torno do Brasileirão 2020. Depois de lutar contra o rebaixamento durante boa parte da edição 2019, o Time de Guerreiros não investiu muito em contratações. Foram gastos apenas R$ 5,5 milhões nas contratações do peruano Fernando Pacheco e do uruguaio Michel Araújo, enquanto os demais reforços chegaram por empréstimo ou sem custos.
Além disso, os primeiros meses de futebol não foram empolgantes em termos de resultado. O time até chegou a figurar entre os ataques mais positivos do Brasil durante o Campeonato Carioca. Mas, colecionou eliminações precoces na Copa Sul Americana e na Copa do Brasil. Além de ter ficado com o vice-campeonato estadual após vencer a Taça Rio diante do Flamengo.
Contudo, contrariando as previsões, o Fluminense já alcançou a sua melhor pontuação em Campeonatos Brasileiros desde o título de 2012.

Mesmo com a menor folha salarial entre os oito primeiros — sendo de aproximadamente um quarto da folha do arquirrival Flamengo —, o Tricolor se manteve brigando por uma vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Objetivo que pode ser alcançado nesta quinta-feira (25), caso vença o Fortaleza no Maracanã e o São Paulo não vença o Rubro-Negro no Morumbi.
ST
Lucas Meireles