Por onde andam os jogadores da “Geração de Ouro” do Sub-17 do Fluminense

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Na última quarta-feira (30), Martinelli, que fez parte da chamada “Geração de Ouro” do Sub-17 no Fluminense, completou dois anos como profissional. O volante, aliás, foi um dos últimos destaques da equipe que contava também com Calegari, André, Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo a estrear pelo time principal. Passados quatro anos após despontarem na base, muitos dos atletas tomaram rumos diferentes em suas carreiras. Por isso, o ST foi atrás do paradeiro de cada um.

Predecessora da Geração dos Sonhos — da qual faziam parte Arthur, Kayky, Matheus Martins e Metinho —, a “Geração de Ouro” do Sub-17 do Fluminense surgiu em 2018 com atletas nascidos entre 2001 e 2002. Sob o comando de Guilherme Torres — hoje responsável pela implementação do DNA Tricolor em Xeréma equipe balançou as redes 138 vezes em 44 jogos e conquistou o Campeonato Carioca da categoria. Além disso, chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro Sub-17 e da Taça BH de Futebol Júnior.

Jogadores da Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense em 2018
Martinelli, André, João Pedro e Luiz Henrique no Sub-17 (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

A “Geração de Ouro” tinha como time-base Marcelo Pitaluga, Calegari, Luan Freitas, Davi e Marcos Pedro; André, Martinelli e Wallace; Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo. Mas também contava com nomes como o meia Ewerthon e os atacantes Gabriel Teixeira e Yago Ferreira.

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Aonde estão os jogadores da Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense hoje?

Quatro anos depois, aoenas quatro titulares deixaram o Fluminense: o goleiro Marcelo Pitaluga e o trio de ataque formado por Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo. A maior parte, no entanto, permanece vinculada ao clube.

Alguns se tornaram peças importantes como André e Martinelli, por exemplo, que terminaram 2022 no time titular de Fernando Diniz. Enquanto outros, mesmo já tendo atuado pelos profissionais, continuam o processo de maturação no time Sub-23. Na última quinta-feira (01), o zagueiro Davi Alves acertou com o Bangu por empréstimo.

Marcelo Pitaluga (Macclesfield FC-ING)

Goleiro titular da Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense, Marcelo Pitaluga está no Macclesfield FC por empréstimo do Liverpool
Pitaluga com a camisa do Macclesfield onde está cedido por empréstimo pelo Liverpool (Foto: Reprodução/Macclesfield FC)

Um dos únicos titulares da “Geração de Ouro” do Sub-17 que nunca chegou a jogar pelos profissionais do Fluminense, Marcelo Pitaluga deixou o Tricolor em 2020. Vendido ao Liverpool, da Inglaterra, por € 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,2 milhões de reais à época). O Flu, no entanto, manteve 25% direitos economicos do atleta e ainda pode receber mais R$ 12,5 milhões de reais em metas e bonificações.

Caso atinja o valor total, aliás, Pitaluga vai se tornar o terceiro goleiro mais caro da história do futebol brasileiro, atrás só de Cleiton — vendido pelo Atlético-MG para o RB Bragantino por R$ 23 milhões de reais — e de Alisson — que saiu do Inter para o Roma por R$ 21 milhões.

Sem espaço no time da cidade natal dos Beatles, que tem o goleiro da Seleção Brasileira como titular, o jovem acabou emprestado ao Macclesfield, clube da oitava divisão inglesa. E o goleiro tem se destacado na equipe já tendo pego um pênalti, inclusive.

Calegari (time principal)

Calegari tirando a bola praticamente em cima da linha no amistoso contra o Botafogo (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

Quando o Tricolor ficou sem opções para a lateral-direita, Dani Bolt era o favorito para jogar o Amistoso da Solidaridade contra o Botafogo. Mas, um imbróglio entre clube e o empresário do jogador fez com que Calegari ganhasse a posição. Volante de origem, o jovem já havia atuado como lateral na base e Calegari soube aproveitar a oportunidade dada pelo destino.

Com a saída de Gilberto, o camisa 31 herdou a condição de titular ainda com Odair Hellmann em 2020. A partir da temporada seguinte, no entanto, passou a disputar posição com o experiente Samuel Xavier. Além disso, chegou a atuar como lateral-esquerdo em alguns jogos com Diniz em 2022.

Desde que se tornou profissional, Calegari já disputou 80 pelo Fluminense — sendo o nono com mais jogos no atual elenco —, com um gol e duas assistências. O lateral tem contrato até Fevereiro de 2025.

Luan Freitas (Sub-23)

Luan Freitas se lesionou no início da pré-temporada
Luan Freitas em treinamento realizado no CTCC (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

O zagueiro Luan Freitas já foi considerado o principal jogador da posição para o futuro do Tricolor. Com passagens pelas Seleções Brasileiras de base e multa rescisória de € 50 milhões de euros (cerca de R$ 270 milhões de reais na cotação), o defensor é visto com muito potencial. Contudo, tem sofrido com graves lesões nos últimos anos.

Desde que estreou pelo profissionais, quando o Fluminense começou o Campeonato Carioca com o time Sub-23 em 2021, Luan já teve dois contratempos. Primeiro, o zagueiro sofreu uma fatura no pé, precisando passar por cirurgia e ficar quatro meses afastado.

Enfim recuperado, voltou a atuar pelo Sub-23 Brasileirão de Aspirantes. Em 2022, foi incorporado novamente ao elenco profissional, mas rompeu os ligamentos do joelho direito e precisou passar por uma nova cirurgia, ficando de fora durante praticamente toda a temporada.

Davi Alves (Bangu)

Zagueiro Davi é outro jogador Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense que não atuou pelos profissionais
Davi Alves em treino pelo Fluminense no CTCC (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

Assim como Pitaluga, Davi Alves é o único outro jogador da “Geração de Ouro” do Sub-17 que não atuou pelo profissional do Fluminense. Mas, diferentemente do arqueiro, o defensor ainda pode realizar o sonho de estrear pelo clube aonde joga desde os 10 anos de idade.

Da mesma forma que o ex-companheiro de zaga, Luan Freitas, Davi também coleciona passagens pelas Seleções Brasileiras de base e também possui uma multa rescisória no valor de € 50 milhões de euros.

Em 2022, o zagueiro foi o capitão na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior e entrou como titular nas 10 partidas do time Sub-23 do Flu no Brasileirão de Aspirantes.

Davi vai disputar o Campeonato Carioca 2023 por empréstimo no Bangu.

Marcos Pedro (Sub-23)

Lateral Marcos Pedro em campo pelo time Sub-20 do Fluminense (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

Depois de contribuir com duas assistências na Copa São Paulo de Futebol Júnior, o lateral-esquerdo Marcos Pedro ganhou a chance de estrear entre os profissionais. Com o título da Taça Guanabara assegurado, o jovem entrou no segundo tempo do empate em 0 a 0 com o Boavista pela última rodada do turno.

Depois disso, passou a atuar pelo time Sub-23. Já no fim da temporada, chegou a ser relacionado por Fernando Diniz para a última rodada do Campeonato Brasileiro, mas chegou a entrar em campo.

Um dos destaques do Fluminense na campanha semifinalista do Brasileirão de Aspirantes, Marcos Pedro renovou contrato recentemente com o Fluminense. O novo vínculo do lateral-esquerdo agora vai até Dezembro de 2025.

André (time principal)

André em campo contra o Flamengo
André foi um dos pilares na conquista do Carioca 2022 (Foto: Mailson Santana / Fluminense FC)

Eleito melhor volante do Campeonato Brasileiro, André é o integrante da “Geração de Ouro” do Sub-17 que mais tem dado retorno técnico ao Fluminense. O jogador começou a ganhar chances ainda com Odair Hellmann em 2020.

No ano seguinte, quase deixou o Tricolor por empréstimo. Mas um gol em um Fla-Flu o ajudou a se consolidar na equipe titular. Desde então, o “Velho” — apelido que recebeu por causa da sua maturidade dentro de campo — se tornou uma peça-chave no Time de Guerreiros.

Revelação do Brasileirão 2021, o volante começou 2022 como titular—  mesmo após a chegada do experiente Felipe Melo — e terminou a temporada como o terceiro com mais minutos disputados, atrás só goleiro Fábio e do centroavante Germán Cano. Além disso, entrou na pré-lista de 55 nomes escolhidos por Tite para a Copa do Mundo do Catar.

André tem 127 jogos com a camisa do Fluminense, marcando três gols e contribuindo com três assistências. O volante tem a renovação encaminhada até Dezembro de 2026.

Martinelli (time principal)

Martinelli em campo pelo Fluminense contra o Avaí. Volante apareceu dentro da área para marcar um gol na vitória por 3 a 0 (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense FC)

Assim como André, Martinelli também vem dando retorno técnico ao Flu. Os dois, aliás, possuem uma trajetória curiosa nos profissionais.

Martinelli estreou pelo Fluminense jogando ao lado do volante em 2020 e acabou ganhando a posição do ex-companheiro de meio-campo na “Geração de Ouro” do Sub-17. Na temporada seguinte, entretanto, acabou perdendo a posição para o hoje camisa 7.

Em 2022, então, começou com status de 12° jogador com Abel Braga. Contudo, recuperou a condição de titular com Fernando Diniz na reta final da temporada, após a saída de Nonato. O camisa 38 tem 123 jogos com a camisa tricolor, com cinco gols e nove assistências.

Martinelli tem contrato com o Fluminense até Dezembro de 2024.

Wallace (Sub-23)

Wallace em campo pelo time Sub-23 (Foto: Mailson Santana/Fluminense FC)

Também tratado como uma jóia nas divisões de base, Wallace até aqui recebeu poucas oportunidades no time profissional. O meia fez sua estréia saindo do banco de reservas na primeira rodada do Campeonato Carioca 2021, enquanto o Flu jogava com a equipe Sub-23. Depois só voltou a entrar contra a Chapecoense no minuto final da última rodada do Brasileirão do mesmo ano.

Após a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2022, o jogador acabou cedido por empréstimo para o CRB. Pelo clube alagoano, disputou 14 partidas, mas não marcou nenhum gol e não contribuiu com nenhuma assistência de acordo com dados do Ogol. Retornou ao clube em Setembro.

Wallace tem contrato com o Flu até Dezembro de 2024.

Luiz Henrique (Real Bétis-ESP)

Luiz Henrique com a camisa do Real Bétis (Foto: Reprodução/Real Bétis Balompié)

Último do trio de ataque da “Geração de Ouro” do Sub-17 a estrear pelo Fluminense, Luiz Henrique evoluiu bastante desde que ascendeu aos profissionais. Definido por Paulo Angioni como o “jogador mais profícuo” da geração, começou a receber oportunidades em 2020, termindo o ano como titular da mesma forma que em 2021.

Embora tenha começado 2022 no banco, o atacante deixou o clube como um dos principais jogadores do Flu na temporada. Vendido por € 8 milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões de reais) para o Real Bétis — e com a possibilidade de ganhar mais € 5 milhões de euros em bônus e metas —, Luiz se apresentou ao clube espanhol em Junho. Por lá, já balançou as redes duas vezes e contribuiu com duas assistências em  18 partidas.

Ao todo, Luiz Henrique disputou 120 jogos com 14 gols e 16 assistências, se tornando o cria de Xerém com mais jogos pelo Tricolor na última década — sendo mais tarde superado por André e por Martinelli, que permanecem no clube. Recentemente, foi apelidado de “novo Rivaldo” pelo jornal Calcio Mercato, da Itália. O atacante também constou na pré-lista de 55 nomes enviados por Tite à FIFA antes da Copa do Mundo de 2022.

João Pedro (Watford-ING)

João Pedro era o grande artilheiro da Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense
João Pedro comemorando um gol pelo Watford (Foto: Reprodução/Watford FC)

Grande artilheiro da “Geração de Ouro” do Sub-17, João Pedro não demorou a pintar entre os profissionais do Fluminense. O atacante estreou antes mesmo de completar 18 anos ainda na primeira passagem de Fernando Diniz pelo comando tricolor.

Desde então, viveu uma ascensão meteórica. Marcou 10 gols — sendo um golaço de bicicleta contra o Cruzeiro pela Copa do Brasil — e contribuiu com duas assistências em seus 37 jogos com a camisa do Flu.

A bicicleta de João Pedro no detalhe (Foto:Lucas Merçon/Fluminense FC)

No ano seguinte, foi vendido por € 11,5 milhões de euros ao Watford — valor definido após uma renegociação —, sendo a sexta maior venda de um atacante desde o início da pandemia. Pelo clube inglês já são quatro temporadas com 19 gols marcados e seis assistências. No início do ano, aliás, quase trocou os Honetts pelo milionário Newcastle por 25 milhões de libras (cerca de R$ 150,5 milhões à época) e mais 5 milhões de libras (R$ 30 milhões) em metas.

Marcos Paulo (Mirandés-ESP)

Marcos Paulo era tratado como uma das maiores jóias da Geração de Ouro do Sub-17 do Fluminense
Marcos Paulo comemorando gol pelo Mirandés, da Espanha (Foto: Reprodução/Mirandés)

Assim como João Pedro, o vice-artilheiro da “Geração de Ouro”, Marcos Paulo, também subiu para os profissionais antes de completar a maioridade, também com Diniz em 2019. Tratado como uma jóia e com passagens pelas Seleções Brasileira e Portuguesa de base, o atacante demostrou muita qualidade.

Se tornou, por exemplo, o primeiro jogador do futebol brasileiro a conseguir uma nota 10 na classificação do SofaScore — site referência em estatísticas do esporte. Foram 77 jogos com 14 gols e 11 assistências vestindo a camisa do Flu. Contudo, o atacante deixou o Tricolor pela porta dos fundos ao não querer renovar o contrato para assinar de graça com o Atlético de Madri.

Porém, desde que chegou a Europa, não tem conseguido o mesmo sucesso do Brasil. Sem espaço na equipe espanhola, acabou emprestado para o Famalicão, de Portugal, — onde chegou a ser apontado como uma decepção — e o Mirandés, da segunda divisão da Espanha. Pelo clube, tem dois gols e duas assistências em 12 jogos. O estafe do atleta chegou a oferecê-lo ao Fluminense.

ST

 

 


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.

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