Análise Tática: pressão inicial funcional e Fluminense vence o Cuiabá
Contra o Cuiabá, o Fluminense precisou de menos de dois minutos para definir o jogo. O Tricolor exerceu a marcação alta, pressionou a saída de bola, recuperou e após troca de passes rápidos, Ganso serviu para Cano abrir o placar. A partida, no entanto, demonstrou a dificuldade em repor algumas peças.
A Análise Tática já começa pelo gol. O Flu vem praticando uma marcação-pressão, com o bloco alto, sobretudo na etapa inicial dos jogos. Este tipo de movimento visa principalmente forçar o erro do adversário para recuperar a bola perto do gol ou fazê-lo rifar a bola ao invés de sair jogando. E — contra o Cuiabá — a execução do time do Fluminense foi digna de manual.

O gol logo no início deu tranquilidade. O Flu pôde mostrar um pouco mais do repertório do Dinizismo. Como, por exemplo, quando os zagueiros inverteram com os meio-campistas no tiro de meta e todo time girou no sentido horário para confundir a marcação. No fim, Matheus Martins cruzou e Arias — por pouco — não alcançou. Entretanto, o decorrer do jogo ainda evidenciou alguns problemas.
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Flu sentiu falta de André e Caio Paulista
Para esta partida, Fernando Diniz — de volta ao banco de reservas após cumprir suspensão — não contou com André e Caio Paulista. O treinador então escalou os “pitbulls” Felipe Melo como volante e Pineida na lateral-esquerda. Só que os substitutos não ofereceram o mesmo que os respectivos titulares.
Pineida, por exemplo, é menos agressivo que Caio Paulista. Por isso, exercia menos pressão na saída de bola adversária. Além disso, o lateral-esquerdo destro costuma corta para o meio e assim deu menos amplitude pelo lado esquerdo.

No caso de Felipe Melo, Diniz já havia afirmado que estava aguardando uma chance de escalá-lo para começar jogando. O volante titular do Brasil na Copa do Mundo de 2010 tem qualidade no passe e facilidade nas viradas de jogo. Contudo, oferece menos dinamismo ao meio em relação a André. Isso fez com que Samuel Xavier tivesse que se aproximar dos zagueiros para fazer o papel de dar e receber, perdendo a jogada de ultrapassagem pela direita.

Sem o dinamismo no meio e a amplitude pelos lados, o Flu ficou com um toque de bola um tanto quanto improdutivo. O Tricolor terminou o primeiro tempo com 67% de posse de bola, mas só chutou 3x no gol. Enquanto o time sul matogressense crescia no volume. Mas o pior ataque do Campeonato, com 14 gols em 21 jogos, pouco ameaçou o gol defendido por Fábio.
Jogadores com caracteristicas parecidas entram e Fluminense melhora no segundo tempo contra o Cuiabá
Demorou quase 20 minutos, mas Diniz mexeu na equipe. A saída de Ganso tem sido protocolar. O meia atua em média 73 minutos por jogo no Brasileirão. Esta parece ser uma forma de preservar o camisa 10 para que possa disputar mais jogos na temporada. Com praticamente um turno inteiro para disputar, Ganso está a oito partidas de igualar 2019, ano em que mais entrou em campo pelo Fluminense.
Mas as entradas que mais chamaram a atenção foram de Cris Silva e Martinelli. O ex-lateral do Sheriff, da Moldávia, que não atuava desde o dia 11 de Junho, entrou dando mais opção pela esquerda.

Já Martinelli devolveu a dinâmica caracteristica do meio-campo. Com o volante acelarando o passe, o Flu, mesmo mais recuado, passou a levar mais perigo. Principalmente em lançamentos em profundidade para Nathan e Cano.

Próximo jogo
Com a vitória, o Fluminense voltou a terceira colocação com 38 pontos. O Tricolor agora encarar o Inter, em sexto, no próximo domingo (14) no Beira-Rio. Já o Cuiabá recebe o Juventude, lanterna, em casa.
ST