SOB A LUZ DO REFLETOR – Organizar a Bagunça

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Flu venceu o Corinthians no domingo passado pelo Brasileiro, aliviando uma possível pressão que estava chegando dos seguidos resultados adversos. Foi o melhor início do Fluminense contra um time fragilizado pela demissão do técnico e perdido em campo. Os primeiros 15 minutos foram avassaladores com 85% de posse de bola e já abrindo o placar. Paramos de jogar. Impressionante como falta tesão de fazer gol nesse time. Se continua na pressão fazia 2 ou 3 ainda no primeiro tempo e jogaria tranquilo a segunda etapa, até testando jogadores e poupando alguns. Mas não, recuamos. É bem verdade que não passamos perigo, mas é irritante fazer um gol e jogar, como Dr Secador diz, seguindo a escola gaúcha de futebol. Recua para sair nos contra ataques. Teve time ganhando tudo ano passado que mostrou que não precisa disso para matar jogo, mas ainda insistimos nessa escola retrógada do futebol: Retranca para contra ataque.

O outro jogo da semana pedia mais disposição ofensiva. Uma mata a mata pela Copa do Brasil sendo o primeiro jogo em casa. Odair está com um sério problema na mão que é o nosso número 9. Essa dificuldade não é culpa dele, mas ele tem que matar no peito e resolver. Depois de Marcos Paulo no domingo, ele testou o jovem promissor Luis Henrique. Garoto alto, com velocidade e boa técnica. Podia dar caldo. Flu começou o jogo contra o Atlético Go de forma lenta, diferente do domingo. Talvez tenha sido a diferença do adversário. Hoje o Atlético Go me parece mais perigoso que o Corinthians. Os caras vieram fechados e o Flu se enrolava.

Se formos analisar a escalação, Odair tinha pouca variação possível. Laterais são esses mesmos, Egídio ou Barcelos e Calegari. Na zaga Nino voltou a jogar bem e Lucas Claro parece titular absoluto. No meio de campo, Hudson e Dodi. Minha preferência é por tentar a dupla mais rápida de todas: Dodi e Yago. Na armação Michel e Nenê. Aqui vale uma ressalva, não era esse jogo para poupar, mas como esses dois vem jogando frequentemente, devem ter um descanso em breve, senão vamos acabar perdendo um deles. Já na frente temos alguns velocistas, mas nenhum rendendo bem. W. Silva e Pacheco não conseguem criar nada e o Marcos Paulo…bem esse não é velocista né, pelo amor de Deus. Luís Henrique assumiu a função do camisa 9.

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A lentidão imperava, como sempre. A troca de passes do Fluminense leva nada a lugar nenhum. Um hora ou outra flertamos com a grande área adversária. Na segunda etapa emperrou de vez. Tivemos uns 10 minutos que a bola não saia da meia esquerda. Flu trocava 2 passes perdia, recuperava e perdia….assim foi. Marcos Paulo já havia entrado no lugar do Michel e o que mudou foi que ele fica na linha lateral tocando para trás.

Odair mexeu bem. Apesar de ficar só com um homem de velocidade, que seria o Luís Henrique, a entrada do Ganso e Miguel, nos lugares de Nenê e W. Silva, trouxeram mais dinamismo ao meio de campo e o Flu saiu daquela cilada na meia esquerda. Luís Henrique, mesmo preso demais na nova função, era o mais perigoso do time. Quando saia do meio dos zagueiros, conseguia alguma coisa. Foi ele quem ganhou um escanteio que originou o gol contra. Tem personalidade e não se enrola com a bola, apesar do tamanho. Acho que merece uma vaga, mesmo se não for a do comando do ataque. Não vejo Marcos Paulo, Pacheco e W. Silva serem minimamente produtivos para o garoto ficar no banco.

Com 1 x 0 no placar a solução foi buscar na famosa escola gaúcha de futebol uma recuada. Yago entrou de vez para fechar o meio. Até não foi mal. Yago tem uma coisa que me agrada, ele entra na área. Mesmo quando joga posicionado mais atrás, ele entra na área e isso é fundamental para dar dinâmica ao time pegar de surpresa o adversário, precisa chutar mais forte porque está dando cada peteleco que pode machucar algum goleiro.

O difícil é entender a bagunça do time. Odair mexeu bem porque as peças que entraram deram dinamismo ao time. Miguel precisa de mais um ano, mas se mexe, dá opção, assim com Yago. Ganso, mesmo com sua eterna lentidão e incrível disposição, faz a bola andar, clareia as jogadas. Mas se fizer uma enquete com 10 torcedores, perguntando quem estava em qual posição nesses minutos finais, dificilmente não teremos umas 4 a 5 respostas diferentes.

Odair pode e deve mexer no time, mas precisa ter em mente uma mínima organização. É excelente que alguns jogadores façam mais de uma função, mas existe um limite para isso. Entra Miguel no lugar do W. Silva, Yago no lugar do Luís Henrique…Miguel não entrava e as vezes nem era relacionado, vira opção. Pacheco estava entrando e some. Marcos Paulo entra aberto, vira atacante e Yago vira meio avançado. Odair parece que chegou ontem no Fluminense e está testando os jogadores em várias funções.

Quarta deu certo, mas já tivemos alguns jogos que as substituições geraram um bando, que mesmo com sangue novo e jovens com mais diposição, sem organização, não conseguiram resolver o jogo. Entendo ser legal o improviso durante algum problema no jogo, mas já sair substituindo jogando jogadores em outras funções, é desorganizar a equipe, bagunça-la.

Quarta deu certo? Deu certo sim, porque tivemos a sorte do gol contra, porque se não fosse isso, dificilmente sairia um gol. Nosso time continua com grandes dificuldades de trazer problemas para os adversários, ofensivamente falando. Não temos uma jogada sequer, uma triangulação, uma jogada ensaiada, uma troca de posições. Um time estático, esperando um milagre sem mostrar o tesão necessário para fazer um gol. Vamos sofrer quando a sorte mudar de lado e, principalmente, quando precisarmos de um gol para empatar um jogo ou para vencer um time mais fraco.

É hora de poupar alguns jogadores e testar variações ofensivas. Ganhar opções e descansar alguns. Ganso no Nenê, Pacheco desde o início, Luis Henrique mantido no time e André e Yago na dupla de volantes, deixando o Dodi pensar um pouco na vida. Algumas alterações que podem até melhorar o time ou no mínimo aumentar as opções do treinador, descansando alguns titulares.

Toque Curto:

  • Miguel pode voltar ao sub 20 e esperar 2021. Não dá ainda para o adolescente.
  • Nenê com seus 39 anos está jogando todos os jogos. Precisa ser poupado para o jogo da volta pela Copa do Brasil.
  • EGF: Escola Gaúcha de Futebol. Dr Secador já definiu o estilo do nosso treinador.
  • Dodi pode sentar um pouquinho banco e repensar a vida e lembrar que ele joga no Fluminense. Temos bons atletas para a posição. O Flu deve se impor e não ceder a qualquer um que começa a se destacar.
  • Linda a terceira camisa do Flusão. Se não derem mole com a distribuição, vai vender bem.

SDT


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5 thoughts on “SOB A LUZ DO REFLETOR – Organizar a Bagunça

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