Mano Menezes lamenta derrota do Flu na Libertadores: “Não era o resultado que a gente queria”

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Em estreia no mata-mata da Copa Libertadores da América, o Fluminense acabou superado pelo Grêmio em virada por 2 a 1. O jogo disputado no Couto Pereira marcou a reação gaúcha, que perdia o jogo até o meio do segundo tempo.

Com a derrota para o Grêmio, Flu perdeu a sequência de 14 jogos invicto na Copa Libertadores – Foto: Lucas Merçon

Mano Menezes comentou sobre o fato de o Time de Guerreiros ter sedido a pressão do Grêmio, sendo isso o grande fator responsável pela virada do adversário. O técnico afirma que apesar do resultado, a equipe fez um bom jogo.

— Foi um bom jogo de futebol, acho que é importante deixarmos isso claro para os torcedores de ambas as equipes. Disputado, intenso, como geralmente são os jogos de Libertadores. Até em clubes brasileiros, baixa um espírito de Libertadores. Iniciamos muito bem, com Martinelli por dentro junto com André. E Alexsander por fora para fazer uma barreira e ajudar o Esquerdinha, por ele ser jovem, e o Grêmio ter característica de jogar pelo lado com Pavón, depois o Soteldo. Entendemos que era necessário para o início. Ao mesmo tempo, tivemos saída para o ataque. Tivemos, por quatro vezes, um 4 contra 3 que deveríamos ter aproveitado para construir situações de gol, como fizemos em outras oportunidades. Com a saída do Martinelli por lesão, trouxemos Alexsander pra dentro e colocamos o Keno, para ter velocidade também pelo lado esquerdo, da mesma maneira como tínhamos pela direita. Demoramos um pouquinho para entrar no jogo, e o Grêmio teve seu momento um pouco melhor.

Mano falou também sobre o fato de ter perdido Keno ainda no começo da segunda etapa. Segundo ele, a perda de uma janela de substituição foi prejudicial para as pretensões táticas e técnicas do jogo, além de reforçar a questão da pressão do adversário.

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— Acho que as duas equipes voltaram para o segundo tempo buscando o resultado. Perdemos o Keno logo no início do segundo tempo, foi difícil para a gente. Se tivéssemos trocado o Keno no intervalo, eu teria duas situações (sobrando) de mexida. Fiquei com uma só, e isso sim reduz. Já me obrigou a fazer logo duas alterações, senão ficaria numa situação difícil pra frente depois. Saímos na frente com uma jogada muito bem trabalhada, definição boa do Lima. A partir daí, tivemos as nossas dificuldades maiores. Ao sermos pressionados, saímos do jogo. Não retivemos mais a bola na frente, não tivemos mais uma saída lúcida, que é necessária, senão o adversário te amassa. Pecamos nesse aspecto como equipe, para encontrar as saídas para essas horas que vão acontecer. Levamos essa situação do jogo para lá, acho (que a partida de volta) está aberta. Não era o resultado que a gente queria, mas vamos trabalhar para fazer um jogo no nível que fizemos aqui, com chegada mais forte de área para tentar construir nossa vitória e classificação.

O treinador do Fluminense aproveitou a oportunidade, também, para tecer elogios para a arbitragem que de seu ponto de vista fez um bom jogo.

— Queria aproveitar a oportunidade para elogiar a arbitragem. Achei o jogo muito bem criterioso, arbitrado, ao menos que tenha escapado de nós algum lance fora. Acho que não. Muito bom termos o jogo jogado, decidir dentro do campo como foi hoje. Dei os parabéns a Dario (Herrera, árbitro). Quando a gente passa por essas situações, não é por causa da derrota que temos que deixar de elogiar. Foi um jogo muito completo em todos os aspectos.

Comandante da equipe também fez uma avaliação do lateral esquerdo titular da partida, o camisa 53 Esquerdinha. Segundo Mano Menezes, o atleta precisou marcar jogadores de muita qualidade e que a questão do pênalti não abalou somente o atleta, mas com todos os outros.

 O jogo de futebol é feito desses momentos. Iniciou firme, bem, trabalhamos muito para que ele tivesse essa atuação com a firmeza que teve. Estava marcando um jogador extremamente experiente, agudo, de seleção argentina como o Pavón. Esse foi o primeiro momento. Mas um pênalti mexe com todo mundo, com ele também, provavelmente. Perdeu um pouquinho de tranquilidade no posicionamento, já entrou de qualquer jeito na bola e não dá. O jogador que ele estava enfrentando (Soteldo) na segunda parte do jogo você não pode entrar de qualquer jeito para tomar a bola, porque você não consegue. Nessa hora, os outros mais experientes têm um papel importante em orientá-lo, reposicionar, acalmar. O futebol é feito desses momentos, sim. Pode ter acontecido com ele, mas vai certamente estar no próximo jogo mais bem preparado ainda. E é isso que se quer.

Treinador também explicou o por que de ter optado por Keno no lugar de Martinelli

— Foi naquele momento, se foi por que o Keno entrou mais aberto ou não isso é subjetivo. A gente optou pela primeira formação por achar que ela era mais adequada para começar o jogo. A opção que tínhamos era Keno para fazer uma saída forte de contra ataque. Quando o jogador não entra bem é fácil fazermos análise pós jogo, o Grêmio entrou com dois jogadores de flanco, no segundo tempo, e não perdeu o controle do jogo. Não é por ser de flanco ou da posição, é por as vezes você executar melhor, se sair melhor e existe várias formas de jogar futebol respeita-se todas e todas são boas.

Perguntado sobre resultados estarem ligados a parte psicológica do clube, Mano Menezes preferiu dar outros motivos, mais técnicos e de campo, do que atribuir ao mental dos atletas.

— Penso sempre que é muito cômodo pro treinador dizer que é psicológico, outras coisas. Acredito muito em trabalho, parte tática, organização da equipe. O adversário também tem suas armas e trabalha para usá-las. O futebol é aproveitamento. Fizemos uma jogada lindíssima no primeiro tempo, entramos cara a cara, a bola bate embaixo do goleiro e quase entra, mas não entra. A deles foi uma cobrança que não bateu em ninguém. É muito raro essa bola entrar direto, mas entrou. As duas foram feitas… A nossa, talvez, até com mais qualidade para ser gol. Mas futebol é assim. Acho que a equipe tem que ter personalidade, ambição para saber jogar com placar favorável, mas também tem que ter organização para saber suportar a pressão que o adversário, ao estar com o placar desfavorável, vai impor. O Grêmio não vai aceitar derrota na Libertadores perdendo de 1 a 0 de forma generosa. Vai fazer o que sempre fez na vida. Se tem alguém que sabe impor pressão, fazer as coisas ficarem difíceis para o adversário, é o time que enfrentamos hoje. Temos que saber suportar isso bem, sem perder a capacidade de jogar. Quando um time deixa de jogar, pega a bola e entrega para o adversário como fizemos hoje, você tá chamando esse adversário para cima de você, porque ele vem. Começa, inclusive, a perder o medo de sofrer ataque lá. Você não vai lá, você entrega a bola pra ele. Começa a se sentir mais confortável para arriscar como o Grêmio arriscou.


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