LEONARDO BAGNO – Precisamos falar sobre o Gum

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Tricolores,

Assim que se comemora gol pelo Fluminense.

Precisamos conversar sobre o Gum. Antes de tudo, preciso afirmar que o Gum tem qualidade técnica limitada. Ainda jovem já demonstrava dificuldade com a bola, principalmente quando exercia a função de lançá-la para o ataque. Seus chutões – que em nada pareciam com lançamentos – quase nunca encontravam alguém, devolvendo a bola para o adversário. Velocidade também não é um ponto positivo dele. Principalmente agora que está mais velho e ainda menos veloz. Sua bola aérea, por outro lado, sempre foi forte e continua até hoje. Não só afastou o perigo da nossa área inúmeras vezes como já nos salvou outras várias marcando gols importantes e delirantes.

Gum, portanto, é um zagueiro razoável, que pode ser perfeitamente substituído por outro mais jovem e capaz de desenvolver o mesmo papel com a mesma qualidade. Como esta é baixa, a possibilidade de o substituto ser melhor é até consideravelmente alta. Logo, a sua dispensa para a contratação de outro jogador não deveria ser um problema. Será?

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Mais títulos do que muito time grande por aí.

Gum é detentor de algo que na Contabilidade chama-se ativo intangível. Explico: ele está no Fluminense desde 2009 (Pedro Abad é sócio desde 2007, só para termos uma referência). Já são nove anos. É – ou era – o jogador com mais tempo de casa de todo o nosso elenco. Viveu a espetacular arrancada de 2009, fez parte por duas vezes da defesa menos vazada do Campeonato Brasileiro nos títulos conquistados em 2010 e 2012. Foi campeão Carioca também em 2012. Sofreu conosco em 2013, tendo marcado um gol importantíssimo no Maracanã contra o São Paulo, dando-nos a vitória que, no final das contas, ajudou a salvar-nos do descenso. Participou do título da Primeira Liga em 2016 e foi o líder do elenco em 2018.

Chamo a atenção de todos para este ano. O que seria do Fluminense sem a presença do Gum no nosso elenco? Quantas e quantas vezes lemos que ele foi o cara a elevar a moral dos jogadores antes de entrarem em campo? Quantas e quantas vezes vimos, através dos vídeos sobre os bastidores do time que são publicados no canal do Fluminense no Youtube, o Gum ensinando para o elenco o que significa jogar pelo Fluminense? Não só ensinando, mas cobrando, principalmente, uma atitude honrosa daqueles que estavam fazendo corpo mole, sem se importar com a nossa história? Alguém duvida que o Gum foi peça-chave para manter o Fluminense na primeira divisão?

Escudeiro conhece bem.

Tem mais: Gum é ídolo. Ele é adorado pela torcida por conta da sua postura dentro e fora de campo. Gum representa o Fluminense. Gum tem, hoje, mais legitimidade representativa do que o próprio presidente do Fluminense, que já declarou que não tem mais interesse em terminar o mandato para o qual foi eleito. E é este presidente que está decidindo que o lugar do Gum não é mais no Fluminense por entender que devemos ter o jogador por apenas mais um ano e não dois, como de desejo do atleta.

Quer dizer, o Fluminense conseguiu encontrar, no meio de jogadores que são milionários e geralmente mercenários, uma pessoa que cria uma laço dessa magnitude, que aceita reduzir seu salário para permanecer no clube que ele também adora – pois, aqui, a via é de mão-dupla – e simplesmente resolve livrar-se dele por entender que o mesmo não atende mais os requisitos necessários para envergar a nossa camisa, defendendo-a.

Sangue do encarnado, eu sou é tricolor!

O cenário fica ainda pior quando somos informados de que o clube busca para o lugar do Gum um zagueiro ainda mais velho, que nunca jogou em times do tamanho do Fluminense, que foi rebaixado para a Série B neste ano e que não conhece absolutamente nada sobre o Fluminense.

Em vez de cultuarmos nossos ídolos que ainda estão em atividade, nós dispensamo-los para encerrarem suas carreiras longe das Laranjeiras. Pouco importa o time no qual o Gum jogará a partir de agora. Se será num time grande ou pequeno, o que, neste caso, daria a falsa ideia de acerto na decisão tomada. O que importa é que saberemos que em tempos de crise profunda não teremos mais em nosso elenco o jogador que exigiria que os demais fizessem o algo a mais quando as adversidades chegassem – e chegarão! Nós não teremos mais dentro das Laranjeiras o jogador que representaria a torcida dentro de campo. O jogador que poderia até falir, devido à sua qualidade técnica baixa, mas levantaria do chão e, na base da raça, do comprometimento, do amor pelo Fluminense, tentaria de tudo para reverter o quadro e, caso preciso, morreria tentando. Esperam isso do Gilberto, por exemplo, que ficou seis meses de chinelo e que agora teve seu contrato renovado por mais um ano como prêmio? Pois é.

Enfim, recebi pelo Whatsapp uma frase que, infelizmente, eu não sei o autor dela, mas que resume bem o atual momento que vivemos e que é mais ou menos assim: “A pessoa que não gosta do Gum pode até entender de Futebol, mas não entende nada de Fluminense.”

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno

ACRÉSCIMO DE TEMPO: +1

46min: Sou do tempo que, no final do último jogo do ano, quando experimentávamos algo parecido com o que experimentamos em 2018, a torcida, em uníssono, cantava: “Adeus ano velho. Feliz ano novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer. O Fluminense é do povo e o lema é vencer ou vencer!” Que isso nunca seja esquecido! O Fluminense é do povo e o nosso lema é vencer ou vencer! Feliz 2019! Precisamos.

Siga-me no Twitter: @LeoBagno


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