Roger é apresentado e fala pela primeira vez como treinador do Flu:”Trabalhar com jogadores jovens para mim é muito importante.”

Compartilhe

Por: Davi Barbosa, Carlos Lima, Vinicius Brandão e Gabriel Gonçalves

 

Nesse sábado (27), o técnico Roger Machado foi apresentado como técnico do Fluminense. Em coletiva transmitida ao vivo pela FluTV, o novo comandante do tricolor comentou sobre às expectativas para a temporada e muito mais:

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

A sensação de treinar o Fluminense:

“Confesso que esse momento era esperado por mim há muito tempo. Estar sendo anunciado como treinador do clube depois de ter tido uma parte importante da minha vida aqui dentro da instituição. É um prazer muito grande para mim. Sei o desafio e o tamanho da responsabilidade que tenho nas minhas mãos, mas tenho certeza que dando continuidade ao trabalho que tem sido feito, nós temos a possibilidade de seguir construindo a história do clube com conquistas e histórias marcantes que sempre estiveram presentes na história desse clube.”

Principais desafios na temporada: 

“O maior desafio nessa temporada, mesmo com a falta de interrupção dela, é conseguir dar uma qualidade no treinamento. Eu tenho certeza de que pela forma que a temporada acabou, com Marcão à frente fazendo trabalho brilhante junto com Ailton, eu encontrei muita similaridade do que vinha sendo feito e com que a gente tem como filosofia do trabalho. Essa é a parte positiva, de você encontrar já um caminho construído. Por parte da comissão nova, é a inteligência de poder entender esse processo com pouco tempo de treinamento e gradativamente você inserir alguns conteúdos para ter o colhimento mais apropriado de acordo com a filosofia de quem está chegando. Claro que com essa temporada tem pouco tempo, fazer uma mexida bruta na equipe poderia ser muito mais prejudicial do que favorecer. Joguei com Marcão e com Ailton, conheço suas ideias e as ideias que vi no campo se aproximam muito das que eu comungo como profissional. “

Sobre uma eventual desconfiança por uma pequena parte da torcida

 

“Primeiro que não há unanimidade no futebol brasileiro, né. Segundo, que para mim é o mais importante, são que existem alguns rótulos e algumas narrativas em torno da profissão de treinador de futebol. Hoje no Brasil, só que tem a ‘aprovação’ de todos é o treinador revelação da temporada, que já fui eu, o Jair Ventura, o Tiago Nunes… e nos considerados insucessos nos seus trabalhos posteriores surgem a desconfiança natural. E o sucesso, na verdade, depende das expectativas criadas pelos trabalhos em que você está inserido e da resposta que o ambiente espera que você dê. E isso varia de acordo com quem está avaliando o trabalho dos treinadores. No geral, com exceção dos técnicos revelação e dos estrangeiros que chegam no para trabalhar no país, todos os outros têm um certo nível de desconfiança. Mas tenho visto a aceitação do torcedor comigo, acho que pela minha capacidade como treinador e por minha história no clube. Mas sabemos que quando a bola rola, vou ser julgado pelos resultados de campo.”

Como será a cara do time comandado por Roger:

“Para mim o time tem que ter a cara que o torcedor deseja em ser representando dentro de campo. Um time competitivo, e acima de competitivo, um time que saiba jogar um bom futebol. Com conceitos atuais e modernos, que o futebol brasileiro e mundial estão cada vez construindo mais com suas linhas próximas. Com agressividade dentro do campo de ataque sempre buscando o gol. Um esquema ele parte, sobretudo, da qualidade do material humano que você tem a disposição. O que eu tenho visto nos jogos e nos dias que aqui estou, nós temos a capacidade de não só ter uma forma de jogar, mas construir alternativas que te permitem sobrepor as dificuldades que o jogo vai apresentar. A gente vai construir uma equipe que a maior parte do tempo vai buscar a vitória e o torcedor vai se sentir representado dentro de campo.”

O que pesou na escolha de treinar o Fluminense:

“O fator decisivo dessa combinação que me trouxe até aqui foi entender que o planejamento e o projeto que o Mário e Paulo me mostraram e eu passei a entender que era o que eu gostaria de fazer nesse momento. Poder ajudar a reconstruir e a reformular o clube, disputando competições importantes. Também poder trabalhar com combinações que acho importantes, que são as revelações de Xerém com a experiência de jogadores mais vividos. Também não posso deixar de dizer que o emocional não pesou. Poder voltar para casa, voltar para esse ambiente que convivi com muita intensidade em uma das fases mais importantes da minha vida profissional e pessoal. Foram motivações profissionais, mas o coração também falou bem alto.”

Experiência na Libertadores como treinador e jogador:

“Eu me considerado um profissional bem experiente em Libertadores da América. Como jogador e como treinador. É uma competição muito particular. Não é à toa que todo clube deseja estar disputando essa competição.”

Campanha do Fluminense na Libertadores:

“Me considero um profissional com experiência em Libertadores, tanto como jogador quanto como treinador. É uma competição que todos desejam disputar. Observando a forma como encerramos a última temporada, o nível de futebol, nos dá um otimismo muito grande. Nós criamos uma expectativa muito boa para essa Libertadores que vamos disputar, sabemos que temos força necessária para vislumbrar um futuro mais longo nessa competição. É uma competição dura, mas temos muita chance de poder estar novamente disputando fases importantes e até uma final.”

O que o Fluminense lhe causou atração:

“A continuidade do Odair na figura do Marcão mostrou algumas questões bem importantes dentro de campo. As estruturas táticas bem diferentes, mas extremamente organizado. Um time que você consegue entender a proposta do jogo. O que eu gostaria de frizar é algo que percebi assim que cheguei aqui. Todos os elementos táticos eles foram reproduzidos dentro de campo porque se produz e se fomenta um ambiente diário do clube de muita doação de todos os profissionais. Eu acredito que a estrutura acima do campo está harmoniosa, automaticamente isso vai chegar dentro do campo. Isso vai traduzir num ambiente saudável de trabalho. O talento do Odair com a continuidade do Marcão com seus detalhes colocados dentro de campo. Essa união que gosto de experiência da juventude com a experiência de jogadores mais maduros. O ideal sempre é o equilíbrio.”

Sobre a postura do Fluminense em apostar em trabalhos a longo prazo e como isso pode contribuir para que ele desenvolva o trabalho dele ao longo da temporada.

“Nós como treinadores de futebol não estamos à parte de qualquer outra profissão. Nós vamos ser avaliados pelos resultados, obviamente. Porém, o que a gente questiona é que nós também sejamos avaliados para além dos resultados. Até porque algumas vezes um eventual insucesso na trajetória fortalece o caminho e dá base e estrutura para futuros sucessos. Não que esteja vetada a troca no comando, mas o que nós pregamos é que sejamos avaliamos também para além dos resultados. E estar em um local com profissionais que têm esse mesmo pensamento gera muita segurança. Muitas vezes pelo imediatismo da nossa profissão, muitos de nós temos a tendência de sermos mais pragmáticos nas nossas convicções e decisões visando exclusivamente o resultado imediato, pensando justamente nessa instabilidade que o mercado de futebol nos proporciona muitas vezes. Essa confiança nos dá tranquilidade para que a gente inicie o processo e desde o começo coloque os princípios e desejos nessa construção.”

As dificuldades do clube: 

“Essa experiência que acumulei ao longo dos anos, me dá capacidade de enxergar possíveis problemas à frente. Claro que a continuidade do trabalho do Marcão e as similaridades atenuam um pouco esses problemas. Você ter um time com jovens experientes te dão outra estrutura e outro suporte importante nisso tudo. A continuidade de uma temporada para outra, quase sem interrupção, é uma questão. Um pouco tempo de preparação ela é atenuada em função da pouca parada nesse sentindo. O pouco descanso emocional, se fala muito de descanso físico e fisiológico, muscular do atleta de uma temporada para outra, mas eu também pontuo muito a questão emocional. A sequência de jogos e a intensidade nesse calendário impacta também. Muitas vezes a recuperação neurológica é mais dura do que a recuperação física. O fato da fase pré-Libertadores, eventualmente pegar um time da altitude, pode ser atenuado na continuidade da temporada. São alguns fatores que você vai ligando um ao outro que vai te dando uma vantagem e uma desvantagem. Mas tenho certeza de que a juventude do grupo associadas essas lideranças mais experientes é um fator bem importante ao nosso favor. Eu tenho um prazer muito grande em trabalhar com a juventude porque eu entendo que tem uma margem de evolução muito grande.”

Sobre a utilização de Ganso no Carioca e sobre o posicionamento que Roger presente utilizá-lo

“Quando falei dos jogadores experientes, fiz questão de nominar o Paulo Henrique (Ganso), porque entendo que a principal base de avaliação do treinador de futebol é o talento que o jogador tem para desempenhar sua função em campo. Eu tenho como estrutura básica algumas planificações que, dependendo do jogador, posso usá-lo em um ou outra posição. Historicamente, o Paulo sempre jogou no meio campo, atrás do centroavante. O que todo treinador deseja é que você tenha atletas que consigam se adaptar em diferentes estruturas. O jogador que estiver à minha disposição vai ser avaliado no dia a dia de acordo com a sua característica é aproveitamento dentro de cada estrutura. Desejo que o talento do Paulo Henrique possa nos ser muito útil, porque jogadores decisivos têm espaço em qualquer lugar.”

Como pretende trabalhar com a base do clube: 

“Eu sempre busquei trabalhar com uma categoria que ela fosse uma categoria de passagem para o profissional. O que entendo, que os jogadores cada vez mais jovens estão sendo lançados no profissional, muitos deles ou já estão amadurecidos, porém emocionalmente não completamente desenvolvidos, outros emocionalmente envolvidos, mas tecnicamente precisando de uma lapidação. A gente sabe que à medida que esses meninos são lançados no profissional, quando são colocados na arena, sobretudo, o ambiente vão pressioná-los. Alguns deles vão conseguir, mas outros tantos talentos podem ser perdidos nesse processo. Ao me deparar com essa estrutura já montada no Fluminense, eu consigo estar junto está próximo aos meninos. O atleta precisa de continuidade de performance para continuar se desenvolvendo. Ela vai se dar no treino e no jogo. Se você passar um jogador jovem só treinando ele não vai se desenvolver. Trabalhar com jogadores jovens para mim é muito importante.”

O que falta para encaixar com seus termos de trabalho

“Eu continuo respondendo como a anterior. Eu tenho certeza de como o ano finalizou e pela forma como a equipe estava estruturada, os resultados positivos que nós conquistamos, me dão a convicção de que nós temos o nosso grupo forte, quase que completo. Associando ao nosso grupo a juventude dos meninos de Xerém que se mostraram promissores, nos momentos em que foram solicitados com a experiência de jogadores mais vividos. Acho que a parceria é a combinação ideal pra que tu tenha uma equipe competitiva. Claro que como uma equipe grande pelas competições que tem na frente e o calendário apertado, está sempre aberta a prospectar novos talentos e novas capacidades pro grupo. Mas mediante o conhecimento mais aprimorado do grupo de atletas e das características, nós vamos sentar pra justamente programar as questões de um futuro imediato, a médio prazo e a longo prazo. Mas tudo isso partindo de um princípio do que a gente tem a disposição neste momento. O que nos trouxe até aqui, mostrou-se de grande capacidade e grande futuro, futuro esse que a gente já vai ver no Campeonato Estadual, com esse jovens valores que Xerém está acostumada a revelar.”

Sobre a percepção em relação ao time do Fluminense e o quanto acha que pode ser melhorado.

“Tenho a responsabilidade de continuar construindo o que o Marcão deixou. Por vezes os trabalhos são interrompidos pela sequência de maus resultados, não necessariamente por um mau trabalho. Agora, o que eu encontrei foi um time muito competitivo, bem compactado e sempre motivado a buscar a vitória até o fim. Claro que cada treinador tem sua própria forma de jogar. Gosto de um jogo mais apoiado, acho que a gente pode evoluir também na velocidade da troca de passes, mas tudo na mesma linha do Marcão. É cuidado de preservar o que vinha sendo feito e discutir tudo isso de forma conjunta. Não tenho nenhum tipo de vaidade, porque apesar de ser um líder no processo, sei ser ouvinte também.”

 

 

ST!


Compartilhe

3 thoughts on “Roger é apresentado e fala pela primeira vez como treinador do Flu:”Trabalhar com jogadores jovens para mim é muito importante.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *