LEONARDO BAGNO – Hora de arrumar a casa

Tricolores,
Chegamos na intertemporada do Campeonato Brasileiro fora do ZVasco por termos um mísero gol a mais (ou seria a menos?) no saldo de gols em relação à Chapecoense. Se não fosse isso, ficaríamos, durante um mês, dentro deste inferno. Não há necessidade alguma de dizer que é pouco, muito pouco para o Fluminense, não é?
Entretanto, vivemos uma das maiores crises financeiras da nossa história. Por conta disso, a gestão anterior, que acabou de sair, montou um elenco com uma folha salarial que é uma das menores da primeira divisão.
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Não há como montar um elenco competitivo, que almeje títulos importantes, com um investimento tão parco. É simplesmente impossível. Futebol hoje é, mais do que nunca, dinheiro. Isso porque são inúmeras as competições disputadas na temporada. O Fluminense, por exemplo, disputará quatro, sendo uma estadual, duas nacionais e uma internacional. Importante lembrar que na estadual ficamos atrás do Bangu na classificação final.
Como, então, manter o desempenho de alto nível ao longo do ano com um elenco que percebe um salário tão baixo? O máximo que se consegue é trazer um jogador de alto nível e vários jovens que sejam promessa no futebol brasileiro.
Foi justamente isso que Angioni e Diniz fizeram. Contratamos o Ganso e o cercamos com jogadores jovens, oriundos da nossa base ou da seleção brasileira, salpicando com outros jogadores mais experientes, mas com qualidade técnica apenas razoável.
Seria o suficiente para manter o Fluminense ao menos vivo ao longo do ano, sem correr riscos no Brasileiro e, quem sabe, tentar alguma coisa na Sul-americana, competição que dá grande premiação financeira e desportiva, mas que é disputada por times de qualidade técnica baixa.
Acontece que o resultado não está vindo. São nove jogos disputados até agora, com apenas duas vitórias, dois empates e cinco derrotas. Desempenho pífio!
A nossa tabela foi realmente complicada e isso deve ser levado em consideração. Dois jogos em casa, contra Goiás e Cruzeiro; dois clássicos, contra Botafogo e Flamengo; e cinco jogos fora de casa, contra Santos, Grêmio, Bahia, Athlético-PR e Chapecoense. Ainda assim, pontuamos muito pouco nessa sequência e isso é o suficiente para ligar o sinal de alerta.
Diniz tem grandes méritos na postura que o Fluminense tem tido em campo. Isso porque somos um elenco de qualidade baixa em comparação aos times que estão na ponta da tabela.
Além disso, o atraso salarial é uma questão que tem que ser contornada imediatamente pela nova gestão. Tem que ser o item número um da lista de prioridades. Somente isso dará tranquilidade para os profissionais do clube desempenharem suas funções.
Entretanto, Diniz tem errado em pontos básicos. Agenor não pode ser o goleiro titular do Fluminense por conta do peso que apresenta. O gol que levamos neste último jogo foi risível. Enquanto a bola movimentava-se em direção ao gol na velocidade normal, o nosso goleiro caía em câmera lenta. Demorou alguns minutos para se deslocar do lado esquerdo para o direito, sem falar que estava absolutamente mal posicionado.
Diniz também peca em inventar em algumas situações. Estamos com inúmeros zagueiros machucados. Leo Santos, Paulo Ricardo, Matheus Ferraz e Digão. Todos machucados. Sendo que uns dessa lista são horrorosos. Temos Nino, que é outro zagueiro fraco, e Frazan, que jogou muito bem o Fla-Flu, à disposição. O que Diniz faz, então? Coloca o Yuri, que sequer é zagueiro, para desempenhar essa função porque ele tem boa saída de bola. Imediatamente temos duas perguntas: Yuri sabe jogar como zagueiro? Yuri tem boa saída de bola?
Durante o jogo, Julião é substituído e, no lugar dele, entra Mascarenhas, que joga de lateral direito mesmo sendo canhoto. Alguém consegue entender o motivo?
Isso não significa dizer que Diniz deva ser demitido. Até porque esse time na mão de qualquer outro treinador disponível no mercado seria um completo desastre. Por outro lado, Diniz precisa abrir um pouco a cabeça para questões que são óbvias, como as mencionadas acima. Não dá para insistir em erros crassos. O Fluminense não pode desperdiçar pontos neste Brasileiro. Nossa situação é grave e deve ser tratada como tal.
Dito isso, espero que a nova Diretoria do Fluminense consiga acertar os salários dos jogadores o quanto antes. Sem isso, tudo será muito mais complicado. Inclusive manter os jogadores no Fluminense, que estão indo embora para concorrentes diretos (ao menos deveriam ser). E que ela tenha habilidade para se reunir com o Diniz e mostrar aquilo que pode e deve ser mudado. Apresentar um norte faz parte de toda gestão. Quando um funcionário erra, seja ele de qual escalão for, precisa ser cobrado para que os erros cessem ou, ao menos, diminuam. Nada mais natural do que isso. Por fim, que a torcida compareça nesse retorno do Campeonato Brasileiro, quando teremos cinco jogos no Rio em seis disputados. Será o momento de invertermos essa espiral negativa para uma positiva. Para isso, precisamos estar presentes.
Saudações Tricolores,
Leonardo Bagno
ACRÉSCIMO DE TEMPO: +1
46min: Espero de coração que o Mário defenda a nossa instituição nos bastidores como ele sempre a defendeu nos Tribunais. Nunca tinha visto um Fluminense tão fragilizado nos bastidores do Futebol. Os juízes estão nos prejudicando como estão acostumados a prejudicar times medianos e pequenos. A farra começou há anos e parece que não está perto de acabar. Isso tem que ser tratado com rigor e máxima prioridade. Não dá mais para o Fluminense perder pontos por causa de arbitragem. Chega!