Fala, presidente: Mário explica venda de Evanílson, Danilo Barcelos, Dodi, Luccas Claro e muito mais

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O presidente Mário Bittencourt atendeu aos veículos da imprensa hoje, 08/09 no CT Carlos Castilho. O mandatário respondeu diversas perguntas sobre temas que vinham sempre muito debatidos dentro da mídia tricolor.

Explicação da venda de Evanílson

Evanilson chegou em 2013. Fez o primeiro contrato dele com 16 anos. De 6/10/2015 até 5/10/2018. Acho que vocês sabem, o primeiro contrato do atleta profissional determina um prazo máximo de 3 anos. Só quando faz 18 que pode assinar por 5 anos. Em 6/3/2017, 7 meses antes dele fazer 18 anos, as pessoas que aqui estavam assinaram um novo contrato com ele, também de 3 anos. Terminava em 29/02/2020. Em outubro de 2017, as pessoas que aqui estavam, poderiam ter assinado com ele por 5 anos, mas não fizeram. Foi feito um novo contrato de 3, que repito, se encerrava em Fevereiro de 2020. Ganhamos a eleição em Junho de 2019, o atleta não tinha subido para o profissional ainda. Um mês depois, nosso chef de scout me chamou para uma reunião, junto com diretor executivo, que nós trouxemos anos atrás. Eu acredito que ele possa dar algum resultado pro Fluminense. Fui procurar saber quem era. A filosofia de trabalho na gestão anterior não era integrada com o profissional. Não tinha sub-23, criamos para tentar minimizar esse tipo de perda. O sub-20 não treinava aqui, algo que a gente instituiu – e por isso fizemos o campo 3. A gente não perder jogadores com a quantidade que formamos é difícil. E para isso existe a integração. Fui ver uma partida, com o diretor executivo. Conversei com o diretor da base, que falou que faria um contrato mais longo com o jogador se estivesse lá antes. Eu procurei o representante do atleta. Ele veio de um clube do Nordeste, chamado Estação. Esse agente vendeu 50% da procuração pro outro empresário, que é o Eduardo Uram. Ele tinha propostas de clube do Brasil e de fora do Brasil, para sair em Fevereiro de 2020. A gente precisava de um centroavante naquele momento: ou não subia o Evanilson – e eu não estaria dando essa coletiva agora. Eu confiei no sentido de que ele poderia nos ajudar. O Angioni também gostou dele, e trouxemos ele para cá. O empresário disse que o jogador se sentiu desvalorizado durante o período da gestão anterior. Foi uma avaliação de gestão na época. Ele se sentiu desvalorizado porque outros subiram e ele não. Eu insisti bastante, disse que era um jogador importante para nós. Falei que fui correto ao subir ele para o profissional, mesmo sabendo que poderia perder ele de graça. Existiu um vídeo, que é uma coincidência, que abracei ele pela vitória e pedi para ele ficar conosco. O empresário nos comunicou que o atleta já havia se acertado com o Tombense, e o máximo que ele poderia fazer seria um empréstimo de 2 anos, deixando um percentual pro Fluminense, tendo em vista que toda formação amadora do atleta foi feita aqui. Ainda tem o mecanismo de solidariedade e o mecanismo da fifa, que a gente teria direito de qualquer jeito – mesmo que ele saísse em Fevereiro de 2020, teríamos esse mecanismo. Fizemos esse contrato de empréstimo, mantendo 10% de direito econômico e 20% de vitrine – 30% do resultado financeiro do jogador. Se ele cumprisse o contrato até o fim de 2021, ele sairia gratuitamente novamente. Recentemente, ele foi procurado por alguns clubes, e o Tombense vinha me informando. O principal interesse era do Crystal Palace, da Inglaterra. A notícia saiu nos meios de comunicação, era verdade que o clube tinha interesse. Pelas questões da liga inglesa, o atleta ficaria aqui até janeiro do ano que vem. A princípio ia ser isso. Os representantes do clube de origem tentaram e conseguiram isso junto ao Crystal Palace. Entretanto, surgiu uma nova proposta, do Porto. Os valores eram maiores, nós não tínhamos nenhum controle e fomos informados do interesse do clube português. Fiz o mesmo pleito (para ele ficar até o fim do Brasileiro), mas por vontade do clube português e do próprio atleta, ambos optaram pelo atleta ir agora. A gente pegou uma situação praticamente perdida, as pessoas me perguntam o porque dele não ter renovado. Não cabe somente ao clube. Não existe cláusula de renovação automática de contrato de trabalho, eles tem prazo determinado. Se houve algum equívoco, e repito, não estou acusando ninguém, acho que são avaliações que são feitas. E acharam que ele não merecia um contrato mais longo. Se houve alguma falha, houve anteriormente a nossa chegada. Mas eu não faço crítica e avaliação de quem estava aqui antes, porque talvez ele não estivesse performando naquela época. E te dou um caso completamente diferente. Ontem a gente estendeu o contrato do Luiz Henrique por 5 anos. Hoje temos um comitê que decide sobre dispensas, contratos, etc. A gente desfez o contrato de 2022 e estendeu até o 2025. Como é o caso do Calegari, como é o caso do Arthur, que não pode nem assinar contrato profissional ainda. No caso do Evanilson, a gente dependia da vontade do atleta e dos representantes dele. Não foi a vontade e a gente não teve tempo hábil de fazer esse novo contrato, mas conseguimos 30%. Isso vai fazer com o que o Fluminense, pelo menos, com a tristeza de perder um jogador desse nível. Eu falei para um amigo, você acha que eu gostaria de perder o melhor jogador do clube? Eu sou presidente, mas sou torcedor também. A gente fica triste, mas é o mercado do futebol. Não só o Fluminense é vítima dessa legislação. A gente perdeu, e vamos avaliar se vamos conseguir repor no mesmo nível, em razões das dificuldades financeiras. Vamos avaliar alguns nomes para tentar fazer essa reposição

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A filosofia do Fluminense é apostar na base. O que você pode falar disso?

a gente perde jogadores por causa da nossa situação financeira. No caso do Evanilson, a gente não tinha controle. A situação do clube é muito difícil financeiramente. E vai continuar assim por alguns anos. Quem está precisando de dinheiro sempre vende pior. Encerrado o tempo do contrato, vira pó. Uma proposta europeia não dá pra chegar perto do salário oferecido. Atletas tem um tempo de maturidade. O Luiz Henrique ninguém conhecia, e tem a mesma idade do Marcos Paulo. Ele não tinha subido, e nós entendemos que merecia subir, renovamos o contrato dele. A nossa filosofia é essa. Não vamos conseguir absorver todos os jogadores que produzimos. Temos um problema de legislação também – quando faz 16, assina com profissional até os 18. E aí pode sair depois desses dois anos. Acho que foi isso que ocorreu com o Evanílson quando ele fez 18 anos.

Previsão pros balancetes?

Estávamos com problema de sistema. Vem sendo solucionado. A gente pagou a dívida que tinha e acredita que dentro de um mês consiga publicar essas informações.

Renovação do Dodi, o que emperra? O Flu ainda busca um lateral-direito?

Encontramos dificuldade para encontrar um lateral-direito. A janela do mercado sul-americano só abre mais para frente também. Já fizemos propostas para Dodi e Luccas Claro. Não teve contra-proposta ainda, eles estão avaliando. Nós aguardamos a resposta. Eles possuem o direito de responder até o fim do ano. Acho que não passa desse mês (Setembro). Caso eles optem em não ficar, teremos que buscar alguém para posição. O Luccas Claro veio da Europa, foi um contrato mais curto. O Dodi, a mesma coisa. Não estávamos aproveitando, passou a ser um jogador importante. Sempre achávamos que ele poderia performar. Iniciamos as conversas antes do Estadual, houve uma resposta. Aí fizemos uma nova proposta, e esperamos a resposta desde então.

Qual critério do contrato do Danilo Barcelos?

São sempre técnicos, em todos os sentidos. E aproveito essa pergunta para dizer que jamais deixaremos de trabalhar tecnicamente em razão de politizações. A gente já estava buscando um lateral-esquerdo. E todos jogadores que tentamos antes eram muito caros. Eles pediram salários que custavam o dobro dos nossos atacantes. Foram passadas várias opções, o Odair passou esse nome e disse que encaixava na nossa folha. A gente não entrou em contato com o Botafogo antes do jogo. Ele entrou, jogou. Nós vimos juntos Flamengo e Botafogo, quando ele foi titular. E mais uma vez o Odair insistiu em ter o atleta aqui. Ele tem características diferentes do Egídio. Nós falamos com o Autuori, que falou de uma proposta do Cruzeiro. E nos deixou a vontade para negociar. O Botafogo se classificou com gol do Danilo Barcelos. Falei com o presidente do Botafogo, me disseram que eu estava autorizado a negociar, porque tinham 4 jogadores para posição. Nós fomos informados que o representante dele é um advogado de Minas, chamado Luciano, se não me engano. Esse representante falou que tinha uma parceria com Eduardo Uram, que disse que o jogador estava fechado com o Cruzeiro. E aí o Paulo ligou pro atleta, o treinador também falou. E sobre 2022, fizemos uma proposta idêntica a do Cruzeiro, que é 4 vezes menor que a dos outros atletas. E aí, ele falou que aceitaria o contrato se tivesse esse prazo, porque em Belo Horizonte ia ficar perto da família. Ele veio sem custos, só de salários. A gente precisa buscar boas oportunidades, tomara que dê certo.

Marcos Paulo – Venda para a Europa e renovação com o Flu

O interesse do Marcos Paulo e dos representantes dele é de que ele saia já nessa janela. O desejo do jogador é sempre mais forte, porque quando o contrata acaba, o desejo do atleta acaba prevalecendo. Esse é um problema da legislação, não é um problema especificamente do Fluminense, é um problema de todos. Mas já disse ao staff do Marcos Paulo que gostaríamos de renovar o contrato dele, caso não chegue uma proposta. Já fizemos uma proposta de renovação e está nas mãos do representante deles. E o próprio atleta me disse que jamais sairia do clube sem o Fluminense ser recompensado, pela gratidão que ele tem ao clube por ter formado ele.

Sobre Patrocinador Master

Temos a procura pelo patrocínio master com valores muito abaixo do que vale a camisa do Fluminense. Outro dia, nos ofereceram um valor para patrocínio da manga, e quando estávamos encaminhando para fechar, eu vi que a marca era patrocinadora master de outro clube do futebol brasileiro. Perguntei ao diretor comercial o porquê dessa empresa pedir patrocínio na manga aqui e master no outro time, e ele me respondeu que os valores da manga do Fluminense é o mesmo do master do outro clube.
As propostas que a gente recebeu até agora, em razão da pandemia também, são muito abaixo do valor que acreditamos. A gente precisa buscar minimamente um patrocinador que ofereça um valor condizente com a grandeza do Fluminense. Continuamos trabalhando para isso e falando com diversas empresas, e acredito que até o fim de ano nós conseguiremos realizar esse grande desejo de voltar a ter um patrocínio master.

ST

Por: Nathan Alves, André Macedo e João Gurgel


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