Análise Tática: Fluminense vence, mas cria pouco diante do Botafogo

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Fluminense com a bola e Egídio lança para Luiz Henrique na área do Botafogo, o atacante tenta encontrar John Kennedy, mas o cruzamento desvia nas costas de Marcelo Benevenuto. A bola então viaja até Lucca que, de esquerda, finaliza fraco e no meio do gol, no entanto, o experiente goleiro Diego Cavalieri — campeão brasileiro pelo Fluminense em 2012 — acaba engolindo um frango.

O lance do primeiro gol do Fluminense na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo resume o clássico disputado na noite do último domingo (24), em São Januário. Com gols de Lucca e Wellington Silva, o Tricolor venceu por 2 a 0. Mas, a partida ficou marcada pelos erros de ambos os lados.

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A falta de inspiração dos jogadores se reflete nos números. Para se ter uma ideia, juntos, os times erraram 151 passes. O Flu errou 67, enquanto o Bota, 84. Em contrapartida, juntos, os times fizeram 40 faltas, sendo 20 de cada lado. No primeiro tempo também não houve nenhum chute na direção do gol ou de Marcos Felipe ou de Diego Cavalieri.

O clássico Vovô, aliás, teve apenas três chances claras de gol. Todas no segundo tempo e todas do Fluminense. Uma finalização de fora da área, forte e de esquerda do volante Yago Felipe, defendida por Cavalieri. Além do supracitado gol de Lucca e o pênalti convertido por Wellington Silva no último minuto do jogo.

Lucca comemorando o gol contra o Botafogo, Flu cria pouco na partida
Contra o Botafogo, Lucca marcou o terceiro gol com a camisa do Fluminense (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Fluminense apresenta dificuldade para criar contra o Botafogo

Diante do Botafogo, o Fluminense teve três mudanças em relação ao empate em 3 a 3 com o Coritiba. Nino entrou na vaga de Matheus Ferraz, barrado por opção técnica. Enquanto Nenê substituiu Michel Araújo, poupado, e John Kennedy entrou no lugar de Fred, suspenso.

Em campo, o Tricolor voltou a apresentar os mesmos problemas dos últimos jogos na transição ofensiva. Como, por exemplo, a lentidão na saída de bola e a falta de dinamismo.

Com os volantes Martinelli e Yago Felipe muito recuados na primeira etapa, Nenê ficou isolado na armação de jogadas. O camisa 77, artilheiro do Flu na temporada com 20 gols, não conseguiu dar dinâmica e nem se aproximar de John Kennedy. O atacante, por sinal, se movimentou bastante, mas também não recebeu nenhuma bola em condições claras de finalização.

John Kennedy contra o Botafogo
Em sua segunda partida pelos profissionais do Fluminense, John Kennedy teve uma finalização na direção do gol e mais duas para fora. No entanto, o atacante teve dificuldade de substituir Fred no papel de pivô. O camisa 23 perdeu sete dos nove duelos terrestres e todos os seis duelos aéreos que disputou, além de 11 perdas da posse de bola (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football)

Pelas laterais, o Flu também não obteve êxito. Sobretudo porque os pontas cortavam para dentro e os laterais não acompanhavam.

Mudança de postura no segundo tempo

A situação mudou na segunda etapa, quando Marcão liberou Yago Felipe para chegar mais no último terço do campo. Esta, aliás, é uma das principais características do camisa 20. Quando teve oportunidade, o camisa 20 que vai cumprir suspensão pelo terceiro cartão amarelo no próximo jogo, por pouco não abriu o placar.

Além disso, o treinador também inverteu os pontas Lucca e Luiz Henrique para dar mais amplitude. Curiosamente, assim que nasceu o primeiro gol do Fluminense na partida.

Primeiro gol do Fluminense contra o Botafogo
Embora o gol tenha saído após um frango de Cavalieri, o atacante Lucca teve o mérito de atacar o espaço vazio na entrada da área do Botafogo (Framme: Reprodução/ge)

Depois do gol, o Tricolor diminuiu a pressão sobre o Alvinegro. A entrada de Wellington Silva no lugar de Lucca visava ter mais velocidade nos contra-ataques. Entretanto, a oportunidade surgiu apenas no último minuto da partida.

Lance do pênalti sofrido por Wellington Silva
Já desesperado, o Botafogo deixou muito espaço na frente da área. Martinelli então roubou a bola na entrada da área e, com calma, acionou Wellington Silva, que se projetou nas costas do zagueiro. Mas, o atacante acabou derrubado por Cavalieri (Framme: Reprodução/ge)

Nino traz mais segurança defensiva

Se o ataque do Fluminense teve dificuldades diante do Botafogo, por outro lado, a defesa teve atuação segura. Sobretudo por parte do zagueiro Nino.

Mesmo com o Bota desorganizado ofensivamente, o defensor, que retornou ao time titular após quatro jogos, terminou como o principal destaque do Flu na partida. De acordo com dados do site Sofascore, o camisa 33 conseguiu realizar três cortes, duas interceptações e quatro desarmes no Clássico Vovô.

Nino voltou a jogar pelo Fluminense contra o Botafogo
Contra o Botafogo, Fluminense ganhou todas as sete disputas por terra que travou (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football)

Além disso, o retorno de Nino fez com que Luccas Claro retornasse ao lado esquerdo. A velocidade do camisa 4, assim como a do camisa 33, se mostrou fundamental para cobrir as costas dos laterais.

Com a vitória, o Fluminense segue na disputa por uma vaga por G6. O Tricolor também continua espelhando a campanha, mantendo o mesmo aproveitamento do primeiro turno. A próxima partida do Flu acontece no próximo domingo (31), diante do Goiás.

ST


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.

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