Titular contra o Bahia, Arias é apenas o quinto colombiano a vestir a camisa do Fluminense

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Depois de estrear contra o Atlético-MG e de ser titular na vitória sobre o Bahia, o colombiano Jhon Arias entrou para seleta lista no Fluminense. Ao longo da história apenas outros quatro atletas da pátria cafeteira vestiram a camisa tricolor. O Flu não contava com um jogador do país desde que Yony Gonzalez deixou o clube no fim de 2019.

Arias chegou há pouco tempo, mas o colombiano já vem conquistando seu espaço. Participativo, o meia tem se destacado principalmente pela velocidade, habilidade e por fazer diferentes funções. Contra o Galo, por exemplo, entrou aberto pelo lado esquerdo. Enquanto que, contra o Bahia, começou jogando mais centralizado. Depois do jogo, o técnico Marcão rasgou elogios ao camisa 21.

“Gostei muito do Arias. Evoluiu absurdamente. Lógico que tem a adaptação. E vai nos ajudar muito no decorrer do campeonato. Ele pode jogar por dentro, pelo lado. Criou algumas situações em que se trabalharmos bem, nossa equipe vai colocar ele em condições de ajudar mais. Ele tem essa facilidade no um contra um”, disse o treinador.

Arias é apenas o quinto colombiano a vestir a camisa do Fluminense
Na vitória por 2 a 0 do Fluminense sobre o Bahia, o colombiano permaneceu em campo até os 43 minutos do segundo tempo. Por enquanto, o meia disputou apenas 133 minutos com a camisa tricolor (Foto: Lucas Merçon/FFC)

Embora ainda pareça estar desentrosado, se depender da língua, o jogador não vai encontrar barreiras. Isso porque o Flu com o equatoriano Cazares, o uruguaio Abel Hernández e o argentino naturalizado paraguaio Raúl Bobadilla. Contudo, se tratando de colombianos, o Flu não tem um histórico tão grande assim.

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De Asprilla a Yony: relembre cada colombiano que defendeu o Fluminense

Fundado por ingleses — por isso o nome “Football Club” —, o Flu contou com muitos britânicos em suas primeiras escalações. Com o tempo passaram também alemão, austríaco, polonês, italiano, suíço, sueco, angolano, portugueses, argentinos, uruguaios, paraguaios, peruanos, equatorianos, venezuelano, chileno e até um liberiano no fim da década de 1990. Contudo, o Fluminense só foi ter um colombiano no elenco já quase na virada do Século 21.

O primeiro, por exemplo, foi Faustino Asprilla — que defendeu o Flu entre os anos de 2000 e 2001. Desde então, outros três compatriotas passaram por Laranjeiras ou pelo CT Carlos Castilho. Destaque para Edwin Valência, bicampeão brasileiro em 2010 e 2012.

Relembre como foi a passagem de cada um dos colombianos pelo Tricolor:

Faustino Asprilla

Asprilla foi o primeiro colombiano a vestir a camisa do Fluminense
Ao todo, Asprilla disputou 20 jogos e marcou apenas oito gols marcados (Foto: Reprodução/Faustino Asprilla)

Primeiro colombiano a vestir a camisa do Fluminense, Asprilla surgiu como um dos grandes talentos da pátria cafeeira no final da década de 1980. Principalmente por causa da velocidade e habilidade com a bola. Revelado pelo Cucutá Deportivo, conquistou a Libertadores pelo Atlético Nacional em 1989 e passou por Parma, da Itália, e Newcastle, da Inglaterra, na Europa, além de vestir a camisa da Seleção Colombiana. Em 1999, o atacante chegou ao Brasil para defender o Palmeiras, então patrocinado pela Parmalat, dona do Parma. Mas o pênalti perdido na final da Libertadores de 2000 e as constantes lesões o levaram a ser liberado para o Flu.

Pelo Tricolor, o colombiano disputou a Copa João Havelange de 2000, o Campeonato Carioca e Torneio Rio-São Paulo de 2001, alternando entre grandes jogadas e seguidas lesões. Por isso, o clube optou por não renovar o seu empréstimo com a Parmalat.

O jogador então seguiu para o Atlante, do México. Por fim, Asprilla ainda vestiria novamente a camisa do Atlético Nacional, além de Universidad de Chile e Estudiantes, da Argentina, onde se aposentou em 2004.

Alexander Viveros

Na esteira de Asprilla, em 2001, o Flu contratou o Viveros. O volante, revelado pelo Deportivo Cali, já havia a Copa América pela Colômbia em 1999 e a Copa do Brasil pelo Cruzeiro, em 2000. Mas a passagem do colombiano pelo Fluminense não durou muito. De acordo com dados do Ogol, Viveros disputou apenas quatro jogos com a camisa tricolor.

No mesmo ano, o jogador acertou com o Racing, da Argentina. Depois se aventurou pelo futebol europeu. Passou por Boavista, de Portugal, Nantes, da Argentina, e Grasshopper, da Suíça. Em 2008, voltou para a América do Sul para defender o Talleres, da Argentina. Ainda jogou por Independiente Medellín e Boyacá Chicó, em sua terra natal. Viveros encerrou a carreira aonde tudo começou, no Deportivo Cali, em 2012.

Edwin Valência

“Mito dos Meiões Arriados”, Valência disputou 191 jogos pelo Flu (Foto: Nelson Perez/FFC)

Valência ficou conhecido no Brasil depois de se destacar com a camisa do Athletico Paranaense. Sendo contratado pelo Flu em 2010 a pedido do então técnico Muricy Ramalho. Volante de muita raça e eficácia nos desarmes, ganhou a condição de titular logo após a lesão de Diogo e ajudou o clube a conquistar o Brasileirão 2010 com a defesa menos vazada.

Contudo, a chegada de Edinho e as lesões o fizeram perder espaço no ano seguinte. As contusões, aliás, o acompanharam durante toda a carreira. Valencia fez parte do elenco campeão carioca e brasileiro em 2012. Permaneceu no Flu até 2014, quando não teve o contrato renovado. O jogador ainda passaria pelo Santos antes de voltar ao futebol colombiano para encerrar a carreira no Atlético Nacional, em 2017.

Yony Gonzalez

Yony González marcou 17 gols em 61 jogos em 2019 (Foto: Lucas Merçon/FFC)

Último dos colombianos — antes de Arias — a vestir a camisa do Flu, Yony González se destacou como uma espécie de 12º jogador do Junior Barranquilla. Sendo vice-campeão da Copa Sul Americana em 2018. Mas, depois de não renovar com a equipe colombiana, chegou ao Fluminense como uma oportunidade de mercado.

Apelidado de “Speed González” — nome original do personagem “Ligeirinho” — Yony se destacou pela força e velocidade. Com a lesão e a venda de Pedro, jogou praticamente o ano todo como centroavante. Terminando como artilheiro tricolor na temporada 2019, com 17 gols. Porém, assim como no Junior, optou por não renovar o contrato. O atacante acertou com o Benfica, de Portugal e, sem ser aproveitado, acabou emprestado ao Corinthians, que o devolveu meses depois. Hoje o jogador está novamente emprestado, desta vez ao Ceará, onde recentemente defendeu o Vozão no Brasileirão de Aspirantes.

ST


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.