LEONARDO BAGNO – Boa sorte, Fluminense!

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Tricolores,

Hoje o Fluminense escolhe o seu novo presidente para os próximos três anos. Vivemos um momento delicadíssimo da nossa história. Uma crise financeira praticamente irreversível. A eleição, por si só, gera em nós, tricolores, um sentimento de esperança, de que as coisas irão melhorar, pois piorar é impossível. E esse sentimento, se o modelo praticado no Fluminense atualmente permanecer como está, retornará daqui a três anos. E depois de novo. E de novo…

O Fluminense precisa repensar a sua estrutura, a sua organização política. O nosso Estatuto precisa de uma reforma urgente. Nós não podemos mais ter um Conselho Consultivo com 300 pessoas. É contraproducente. Os conselheiros passam horas discutindo assuntos importantes, mas que não geram resultado prático algum para o clube. Ou inexpressivos.

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O nosso sistema presidencialista concede poderes quase absolutos para o presidente. Ele manda prender, soltar, absolver, condenar… E tudo o que foi feito de ruim só será descoberto, se ele não sumir com os registros durante o seu mandato, depois, quando alguém da oposição assumir a cadeira. Ou até mesmo da própria situação, uma vez que Pedro Abad alegou desconhecer a real situação financeira pela qual o clube passava quando ocupava a cadeira de presidente do Conselho Fiscal do clube na gestão anterior a dele. E, senhores, eu acredito nesta possibilidade justamente porque o presidente faz o que quiser, quando quiser, e as coisas ficarão por isso mesmo. Se o presidente mandar para o Conselho Fiscal avaliar apenas aquilo que ele quer que seja avaliado, quem poderá saber que houve tal irregularidade? Não há controle!

O Fluminense é uma desorganização só. Da portaria à presidência, passando, especialmente, pelo setor financeiro da instituição. E não precisa estar lá dentro para perceber isso. Qual sócio que nunca teve um problema com o sistema do clube, tendo a mensalidade cobrada em duplicidade em algum momento da sua vida como associado? Ou, pior, que deixaram de cobrar a mensalidade porque a cobrança desse valor estava vinculada a um cartão de crédito que, por algum motivo, foi cancelado ou perdeu a validade e eles sequer perceberam isso? Desorganização é o nome disso. Ah, e é assim há décadas, em menor ou maior nível! Não começou com o Abad nem terminará com o próximo presidente, exceto se este reformar o modelo que praticamos porque o problema é intrínseco a ele.

O que falar da administração do clube em conjunto com o Futebol e os Esportes Olímpicos? Já passou da hora dessas rubricas serem autônomas, cada uma tendo uma gestão própria, com contas separadas, sem comunicação entre elas. Não faz sentido o clube pesar para o Futebol, que pesa, em algum momento, para o clube e ambos financiando os Esportes Olímpicos. Cada um tem que ser responsável pela geração das suas receitas e cumprimento das suas obrigações. Os sócios do clube são receita do clube. Os sócios do Futebol são receita do Futebol. Os patrocínios levantados pelos Esportes Olímpicos são dos Esportes Olímpicos. E vida que segue.

Até porque tem sócio do Fluminense que não é torcedor do Flu, mas mora pelas redondezas de Laranjeiras, que tem direito a votar no presidente do clube, que é o responsável por fazer o nosso Futebol. Tem cabimento isso? Um flamenguista, por exemplo, sair de casa para escolher o presidente que ditará o destino do que mais importa para os tricolores? Não tem cabimento algum! Esse flamenguista, se sócio do clube, deveria dar pitaco sobre o azulejo da piscina e se a cerveja está gelada ou não no bar. E olhe lá! Escolher o presidente do Fluminense? Nunca!

Que o novo presidente do Fluminense tenha vontade de resolver essas questões e que nós, torcedores, sócios ou não, ajudemos da maneira que a gente puder ajudar. O Fluminense não é de uma pessoa só nem nunca será. O Fluminense é de todos nós. Que cuidemos, portanto, do que é nosso. A começar por hoje. Bom voto aos tricolores!

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno

ACRÉSCIMO DE TEMPO: +3

46min: Não voto porque retornei ao quadro de sócio neste ano, após quase 6 anos longe do clube. Por isso, não acompanhei de perto e como queria as chapas que foram formadas e os nomes que estão em cada lado dessa eleição. Tenho amigos, amigos mesmo, dos dois lados. E acredito que seja assim com quase 100% dos sócios do Fluminense que possuem uma certa experiência de clube. Todo temos em comum o Fluminense como paixão. Que essa paixão não seja esquecida jamais.

47min: Estive em Belo Horizonte, acompanhando o Fluminense contra o Cruzeiro. O esquema feito para alocar a torcida adversária no Mineirão é espetacular. Deveria servir de modelo para o Brasil inteiro. Contato com a torcida adversária quase inexistente, segurança e conforto, com bilheterias e entrada exclusivas, setor bem estruturado e um bar que eu poderia ficar lá até agora, comendo e bebendo (o feijão tropeiro do Mineirão deveria virar política de alimentação do povo brasileiro!). Disneylândia!

48min: Preciso criticar o fato de o Miguel entrar em campo sem contrato ou o óbvio ainda é enxergado? Que absurdo!


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