Há 10 anos, Fabinho disputava a Copinha pelo Fluminense

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Os jovens que vão disputar em Janeiro a Copinha pelo Fluminense podem mirar o exemplo de Fabinho. Um dos convocados por Tite, o volante estreou na Copa do Mundo de 2022 diante de Camarões pela última rodada do Grupo G. Uma década atrás, o então lateral-direito disputava outra Copa com a camisa tricolor, a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Jogando ao lado de nomes como, por exemplo, Eduardo, Marcos Júnior e Michael, Fabinho fez parte da última geração do Fluminense a chegar a uma final da Copinha. A decisão de 2012 colocou frente-a-frente os dois maiores campeões do torneio, o Corinthians então com sete títulos, e o Flu, com cinco.

Fabinho com a camisa do Fluminense na final da Copinha 2012
Fabinho com a camisa do Fluminense antes da final da Copinha (Frame: Reprodução/TV Brasil)

Com o Pacaembu lotado — sobretudo de corintianos —, o Tricolor até saiu na frente. Michael aproveitou a falha do goleiro Matheus para abrir o placar no início do segundo tempo. Mas o Alvinegro Paulista virou com dois gols de cabeça do zagueiro Antônio Carlos, que começou na base do Flu e fazia dupla com Marquinhos — hoje companheiro de Fabinho na Seleção Brasileira.

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Fabinho, no entanto, nunca chegou a defender profissionalmente o Fluminense. O lateral foi vendido por € 500 mil euros ainda na base para o Rio Ave, de Portugal. Ainda teve uma curta passagem pelo Real Castilla — time B do Real Madrid — por empréstimo, mas só atuou em dois jogos.

Destaque do Campeonato Francês e da Champions League já como volante pelo Mônaco, se consolidou como um dos principais marcadores do futebol europeu vestindo a camisa do Liverpool. Onde às vezes também atua como zagueiro.

Além de Fabinho, por onde andam os outros vice-campeões da Copinha pelo Fluminense

Destaque na Europa, titular do Liverpool, convocado constamente para a Seleção Brasileira… Aos 29 anos, Fabinho é, sem dúvida, o jogador da geração de 2012 a alcançar o maior sucesso na carreira até o momento.

Fabinho na Copa do Mundo do Qatar
Reserva imediato de Casemiro no meio-campo, Fabinho foi um dos destaques na derrota por 1 a 0 para a Seleção Camaronesa (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Passada mais de uma década, nenhum dos seus ex-companheiros segue no Fluminense. Cada jogador tomou um rumo diferente no planeta bola. De campeão da Série B do Brasileirão à reinvenção na Série A2 do Campeonato Carioca, de Portugal ao futebol da Indonésia e por isso o Saudações procurou o paradeiro dos jogadores que participaram da final em 2012.

Silézio (aposentado)

Sim, um dos jogadores da geração de 2012 já até se aposentou. Silézio chegou a defender Sport e Tupi por empréstimo. Desde que deixou o Flu em 2013, o goleiro ainda defendeu o São Gonçalo Esporte Clube, que disputa a terceira divisão do futebol carioca, e o São Cristóvão antes de pendurar as luvas em 2015.

Wellington Carvalho (CRB)

Wellington Carvalho chegou a ser convocado para a seleção brasileira sub-20 junto com Fabinho enquanto estava na base do Fluminense
Apresentação de Wellington Carvalho em sua segunda passagem pelo CRB (Foto: Reprodução/CRB)

Com passagem pela Seleção Brasileira Sub-20 junto com Fabinho, Wellington Carvalho teve raríssimas oportunidades no profissional do Fluminense. Foram apenas duas partidas pelo Tricolor.

Como parte do “plano carreira“, o zagueiro colecionou empréstimos para Ceará e Tombense. Em 2017, no assinou em definitivo com a equipe mineira, mas continou a ser emprestado. Primeiramente para o CRB, depois para a Ponte Preta e para o Coritiba. Em 2022, acertou o seu retorno ao clube alagoano onde disputou 26 jogos e marcou um gol.

Léo Lélis (Persebaya Surubaya-IDN)

Léo Lélis está no futebol da Indonésia
Léo Lélis em campo na Indonésia (Foto: Reprodução/Persebaya Surubaya)

Diferentemente do ex-companheiro de zaga, Léo Lélis não chegou a ter oportunidades no time profissional. Mas, da mesma forma que Wellington Carvalho, o zagueiro também chegou a fazer parte da filosofia do plano carreira. Só que com uma trajetória bem mais internacional.

Léo foi emprestado para o Chicago Fire, dos Estados Unidos, e para o Videoton, da Húngria. Desde que deixou o Fluminense, passou por Comercial, Paulista, Coimbra-MG no Brasil. O defensor, no entanto, tinha vocação para peregrinar pelo mundo do futebol.

Defendeu, por exemplo, o Kamza, da Albânia, além de RTU e FK Valmiera, ambos da Letônia. Há duas temporadas atua pelo Persebaya Surubaya. Nesta temporada, disputou oito jogos e marcou três gols na Liga Indonésia.

Ronan (sem clube)

Ronan está buscando se reencontrar no futebol piauíense
Ronan em treino pelo Altos, do Piauí (Foto: Reprodução/Altos-PI)

Em 2011, o Chelsea adquiriu parte dos direitos econômicos do lateral-esquerdo Ronan — junto com do lateral-direito Wallace e do meia-atacante Rafael Pernão — como parte da negociação envolvendo o meia Deco. O interesse precoce dos ingleses para indicar um futuro promissor do trio. Mas só Wallace — hoje no Figueirense — vestiu a camisa dos Blues.

Lateral titular na Copinha, Ronan foi mais um a ter poucas oportunidades no time profissional. Apenas sete jogos. Ainda com contrato com o Flu, passou por empréstimo pelo Legia Varsóvia, da Polônia. Em 2015, deixou o clube para acertar com o Porto, de Portugal, mas não só disputou dois jogos pela equipe B.

Ainda passou por Tombense, Nova Iguaçu, Cabofriense, Santa Cruz de Natal e Gama. Também chegou a ficar sem clube no início da pandemia até receber uma oportunidade no Altos, do Piuaí, onde disputou quatro partidas em 2021. De acordo com o site Ogol, o lateral hoje está sem clube.

Willian Oliveira (Cruzeiro)

Willian treinando pelo Cruzeiro
No Cruzeiro, Willian Oliveira chegou a utilizar a braçadeira de capitão em alguns jogos (Foto: Reprodução/Cruzeiro)

O volante Willian Oliveira demorou, mas engrenou na carreira. Foram apenas 14 jogos e muitos empréstimos enquanto esteve no Fluminense. Passou, por exemplo, pelo Sport, Goiás, Mirassol, América-MG, Botafog-SP e Guarani.

Desde que deixou o Flu, no fim de 2018, passou novamente pelo time de Ribeirão Preto, além de Chapecoense e Ceará. Em 2022, conquistou a Série B do Campeonato Brasileiro pelo Cruzeiro estando emprestado pelo Alvinegro Cearense. Ao todo, foram 43 jogos e dois gols marcados pela Raposa.

Rafinha (Madureira)

Rafinha está entre os jogadores que mais ganhou oportunidades no time principal do Fluminense
Rafinha sendo apresentado no time de três cores do subúrbio carioca (Foto: Reprodução/Madureira)

Depois de ficar com o vice-campeonato da Copa São Paulo, o volante Rafinha subiu ainda em 2012 para o time profissional e participou de um jogo na campanha do título do Campeonato Carioca e um jogo na campanha do título do Brasileirão.

O jogador, aliás, é o terceiro da geração que revelou Fabinho com mais chances no profissional do Fluminense, com 41 partidas. Também chegou a passar uma temporada por empréstimo no Avaí.  Depois que deixou o Tricolor, em 2017, defendeu Macaé, Hapoel Ramat Gan, de Israel, Kalmar FF, da Suécia, Itumbiara e Gonçalense, além de passagens recorrentes pelo Madureira.

Em 2022, disputou 10 jogos, somando o Campeonato Carioca e a Copa Rio, com duas assistências.

Higor Leite (sem clube)

Último clube de Higor Leite foi o Pyunik, da Armênia (Foto: Reprodução/Pyunik)

Primo do Kaká, Higor Leite apareceu para o futebol jogando na mesma posição que o parente famoso. O meia, no entanto, disputou apenas 21 jogos com a camisa tricolor entre idas e vindas por empréstimos. Nesse interím, foi cedido ao Avaí, Criciúma, Volta Redonda e Goiás.

Higor deixou o Fluminense no final de 2017 logo após encerrar a sua segunda passagem pelo Voltaço e começou a peregrinar pelo mundo do futebol. Entre as camisas que vestiu estão, por exemplo, ABC, Londrina, Paraná, Novo Horizontino e Botafogo-PB.

Nas últimas duas temporadas, defendeu o Pyunik, conquistando uma  vez a Liga Armênia. Atualmente, o meia está sem clube de acordo com o Ogol.

Eduardo (Braga-POR)

Eduardo Teixeira sendo apresentado no Braga
Eduardo retorna ao Braga após ser rebaixado para a Série C do Brasileirão com o Náutico (Foto: Reprodução/Braga)

Canhoto habilidoso, Eduardo era o camisa 10 e um dos destaques do time vice-campeão da Copinha em 2012. O meia — que chegou a atuar também na lateral-esquerda —, no entanto, não chegou a jogar muito pelo profissional do Fluminense. Apenas 14 jogos.

Ao invés disso, colecionou empréstimos. Passou, por exemplo, por Ceará, Joinville, Bahia, América-MG e Estoril Praia, de Portugal. Em 2017, assinou em definitivo com o clube português. No ano seguinte, trocou pelo Braga.

Agora chamado de Eduardo Teixeira, o meia ainda passou pelo Xanthi, da Grécia. Em 2022, disputou a Série B do Brasileirão pelo Náutico, mas não conseguiu impedir que o Timbu de ser rebaixado na última colocação. Foram 10 partidas e um gol marcado pelo Alvirrubro Pernambucano.

Marcos Júnior (Yokohama F. Marinos-JAP)

Kuririn encenando a sua tradição comemoração (Foto: Reprodução/Yokohama F. Marinos)

Artilheiro do Flu na Copinha, Marcos Júnior subiu para os profissionais logo após ser o principal destaque do time na competição. Apelidado de “Resolve” pelo então técnico Abel Braga, virou opção para os jogos do Carioca — onde marcou um gol na final —, Libertadores e Campeonato Brasileiro — entrando inclusive no jogo do título.

Foi o jogador desta geração que mais jogou pelo Flu. Ao todo, disputou 243 partidas e marcou 36 gols em seis anos, sem contar os meses por empréstimo no Vitória. Entre altos e baixos, ganhou o carinho de grande parte da torcida. Sobretudo pela garra dentro de campo e pelas declarações de amor ao Tricolor (Marcos Júnior, por exemplo, é sócio do clube).

O atacante até terminou a temporada 2018 como titular. Contudo, o seu ciclo havia chegado ao fim. Sem contrato, o Kuririn — apelido que recebeu por ser baixinho e carinha assim como o amigo de Goku na franquia Dragon Ball — assinou com o Yokohama F. Marinos, do Japão. Na terra do anime e do mangá, tem feito sucesso fazendo o kamehameha nas comemorações de gol. Na última temporada, Marcos Júnior disputou 31, marcou um gol e deu três assistências com a camisa da equipe nipônica.

Michael (Artsul)

Michael posando feliz com a camisa do Artsul (Foto: Reprodução/Artsul)

Antes da final da Copinha, Michael era dúvida no Fluminense. Mas, mesmo com uma lesão no ombro, entrou em campo e abriu o placar para o tricolor. O centroavante então viveu uma ascensão meteórica nos profissionais. Em 2013, por exemplo, chegou a fazer um hat-trick no primeiro tempo em um jogo contra o Macaé pelo Campeonato Carioca.

Contudo, a sua carreira acabou esbarrando em questões extracampo. Ainda em 2013, foi pego no exame antidoping por uso de cocaína e teve um gancho de seis meses. Na volta, continuou tendo problemas disciplinares como atrasos e faltas, além de um acidente de carro que o deixou um mês na UTI.

Depois de acumular empréstimos para Criciúma, Estoril Praia, de Portugal, e América-MG, o centroavante deixou o clube em 2016. Fora do clube, tentou se reencontrar no mundo do futebol, passando por Resende, América-TO, Ferroviária, Cascavel, Linkoping e Vasalands, da Suécia, Iwate Grulla Morioka, do Japão, Asante Kotoko, de Gana, Anapolina e River-PI. Em 2022, acertou com o Artsul onde disputou dois jogos pela Série A2 do Campeonato Carioca.

Igor Julião (Vizela-POR)

Igor Julião em campo pelo Vizela, de Portugal (Foto: Reprodução/Vizela)

Reserva de Fabinho na Copa São Paulo, Igor Julião entrou no segundo tempo para fechar a marcação no lado direito. Diferentemente do titular, o lateral foi o segundo com mais jogos pelo Fluminense, com 59 partidas em nove anos.

Julião, no entanto, nunca conseguiu se tornar uma unânimidade no Tricolor. Como parte do plano carreira, colecionou empréstimos para Sporting Kansas City, dos Estados Unidos, ABC, Macaé, Ferroviária e STK Samorin — antiga filial do Flu na Eslováquia. Deixou o clube em 2021 para acertar com o Vizela, de Portugal. Na última temporada disputou cinco jogos pelo Campeonato Português.

Fernando Neto (sem clube)

Um dos poucos destaques no rebaixamento do Operário Ferroviário, Fernando Neto atuando pelo Trem Fantasma (Foto: Reprodução/Operário Ferroviário)

Meia na base, o canhoto Fernando subiu para os profissionais como lateral-esquerdo. Mesmo assim, não recebeu muitas chances. Foram apenas 11 jogos em seis anos desde que subiu aos profissionais.

Ao invés disso, acumulou muitos empréstimos. Passou, por exemplo, por Paços de Ferreira, de Portugal,  Macaé, Vila Nova, Santo André, STK Samorin, da Eslováquia, e Paraná. Já firmado como meia, defendeu o Vitória. Em 2022, foi um dos poucos destaques do Operário Ferroviário, rebaixado para a terceira divisão do Campeonato Brasileiro, com duas assistências em 28 jogos. Entretanto, acabou dispensado antes do fim da Série B.

Rafael Cruz (sem clube)

Antes conhecido como Rafael Assis, o meia entrou no fim do segundo tempo da decisão da Copinha. Pouco badalado no Fluminense, nunca disputou uma partida pelo profissional do clube. Acumulou empréstimos para Tupi, Istres, da França, Esportivo e Caldense.

Desde que deixou o clube, se mostrou um nômade da bola. Rafael passou por Serranense (MG), Tupi (MG), Anápolis (GO), Sanjoanense, de Portugal, Náutico, União Beltrão (PR), Portuguesa Santista, Itabaiana (SE) e Guanari de Venâncio Aires (SE). Seu último clube foi o Costa Rica (ES), onde disputou 27 jogos e marcou um gol em 2022.

ST


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.

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