Ou o Flu para, ou vão parar o Flu – desgaste e número de jogos começam a cobrar seu preço

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O Fluminense de Fernando Diniz está encantando o mundo da bola. Jornais estrangeiros destacando a forma como o tricolor joga e se impõe diante de qualquer advsersário. Os toques rápidos, dezenas (isso mesmo) dezenas de finalizações por jogo. Centenas de passes certos e trocados ao longo das partidas. E gols. Muitos gols. Diniz vem fazendo tanto pelo futebol que seu nome passou a ser cogitado para a seleção brasileira. Fantástico, não? Sim. E não.

O esquema de jogo do treinador, que concordo muito, exige que todos os jogadores, incluindo nosso goleiro, participe intensamente do jogo. Talvez nenhuma palavra defina melhor o esquema de jogo do que a intensidade. E isso tem um preço e esse preço, mais cedo ou mais tarde, aparece em forma de cobrança.

Não muito raro encontrarmos Cano, nosso comandante de ataque, na intermediária defensiva, ajudando a marcação. Árias, Keno (ou quem quer que jogue nessa função dele), Lima, Ganso, Alexsander (quanta falta faz esse “moleque”) André, Samuel, Guga, Marcelo, Nino… o elenco inteiro, seja qual e quem for o jogador que estiver em campo, precisa correr o tempo todo e o campo todo. Por isso o Flu funciona. Por isso vem dando certo. Pelo menos até agora.

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Isso tudo, atrelado intimamente a um calendário apertado, com oito, nove jogos por mês, multiplicado pelas inúmeras viagens continentais – mesmo no Brasil, com distâncias continentais – o desgaste fica evidente. E esse é o preço que está sendo cobrado agora. Por mais que o elenco seja curto, e é, o principal é o desgaste físico da galera.

Não, não sou fisiologista (sou estudante de jornalismo), mas nem é tão difícil assim perceber o que, para mim, parece óbvio. Contra o Cruzeiro, ficou evidente o cansaço desde o momento um do jogo. A intensidade acostumada a se ver desse lado, vimos do lado de lá. Ganhamos, é verdade. E terminamos com um jogador a menos. Também é verdade. Mas sofremos. E muito. Antes, tivémos o jogo contra o Vasco, que só joga uma competição, e o equilíbrio entre o time de Barbieri e do Diniz – na minha visão, muito superior – também se deu pela questão física. Na sequência, um treino de luxo diante do Cuiabá (que chegou a complicar determinados momentos) e o clássico diante do rival remador da Gávea.

Mais um jogo onde o desgaste foi um adversário poderoso. Junto com uma arbitragem permissiva e confusa – no mínimo – o Flu empatou a primeira partida precisando suar a última gota de cada atleta, e de cada torcedor presente.

Isso tudo está cobrando seu preço. Não temos um elenco recheado, onde as principais peças têm reposição à altura. Longe disso. Temos, sim, um elenco bem melhor do que o dos últimos anos e peças interessantes no banco, que podem e somam muito ao longo dos jogos. Jhon Kennedy, Lelê, Lima (meio titular x meio reserva) Guga, Manoel, David Braz, os moleques Isaac, Edinho (ainda não testado), Arthur, Freitas e por aí afora. Mas quando Ganso, Árias, Cano e André sentem o desgaste, fica complicado. Keno e Alexsander de fora, fica complicado. Até mesmo Martineli, contestado por alguns, é importante para o grupo e sua ausência também foi sentida, ainda que em menor evidência, devido à boa fase. Mas essa fase boa foi sustentada no pulmão, no preparo físico, e isso está cansado. Nosso preparo físico está cansado. E os adversários sabem disso.

Teremos agora uma viagem, 3.700 metros de altitude. Jogo complicado, na quinta. Na sequência? Corinthians, em São Paulo, domingo. Depois, na quinta, a volta da Copa do Brasil, diante do Flamengo. Fácil, né? Não. Não é.

Na Libertadores, o Flu precisa de mais um ponto para garantir a sua classificação. Hoje, temos nove, contra três de The Strongest, Sporting Cristal e River Plate – que pelos critérios de desempate, segura a lanterna do grupo. Se empatarmos, chegamos aos 10 pontos e nos garantimos nas oitavas (os adversários se enfrentam e, no pior cenário, o Flu perdendo todas e o River, por exemplo, vencendo todas, o Flu com 10 pontos garantiria o segundo lugar rno grupo).

Será que não seria o caso do Diniz mandar a campo um time para empatar? Com moleques e retrancados? Será que não seria o caso de pouparmos nosso bom e eficiente time titular de uma viagem? De um desgaste de jogar na altitude de La Paz? Será que não seria o caso de deixar essa turma aqui, numa mini-pré-temporada? Descansos e treinos regenerativos?

Será que não seria a hora de poupar, mestre Diniz?

Na minha humilde visão, ou o Flu para agora, ou vão parar o Flu pelo nosso cansaço.

Beijos em todos e até semana que vem.

Ana Clara

Cacaia Tricolor

Foto de Capa: Flickr Flumiennse/Maílson Santana


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