Piscina reabre… e o Futebol? Nada….

Não poderia ser diferente. O Fluminense na situação em que está, com a torcida se manifestando a respeito do fim dos Esportes Olímpicos, Social e todo o resto que não seja essencialmente futebol, a diretoria “reinaugura” a piscina do clube, fechada para obras há cerca de uma ano. Não poderia ser mais inoportuno o registro como sendo um “feito” da nova gestão. Não com o futebol em estado crítico. Afinal, somos Football Club ou não?

A rusga entre Celso Barros e Mário Bittencourt deixou claro que a opção pela manutenção do treinador foi do presidente. Celso pedia por sua saída, assim como pediu a saída de Diniz lá atrás. Mário segurou o primeiro até a derrota contra o CSA (há exatamente um turno inteiro atrás – 19 jogos) quando a pressão pela saída dele ficou insustentável. Saiu Diniz, entrou Oswaldo de Oliveira e como soa estranho isso… Saiu um treinador com perfil moderno e de novidades no futebol e entra um com o conceito inversamente proporcional, com um perfil de ultrapassado. Me perdoe, Oswaldo. É assim que o vemos, e foi assim que você se mostrou. Não fosse o Ganso, com aquela discussão, talvez até tivesse durado mais tempo por aqui. E essa, caros tricolores, ao meu ver, foi a primeira grande derrapada da gestão do futebol.

Não pelo aproveitamento de Diniz, que era uma diarreia fétida. Apenas 12 pontos em 45 disputados, ou 15 jogos, o que dá míseros 27% de aproveitamento. Na sequência, Oswaldo elimina o clube da Sula e faz  6 jogos pelo Brasileirão – com 2V, 1E e 3D, e 39% de aproveitamento. Mais uma vez, um erro na gestão, que acabou de forma abrupta, com sua saída da forma que foi. Quem assume? Marcão. Primeiro interinamente, de novo. Faz bons jogos, ganha do Grêmio e Botafogo, e é efetivado, contrariando a muitos tricolores, inclusive nosso querido Marcelo Jorand.

Quantas foram as vezes que se falou que Marcão não tinha a experiência necessária para conduzir o time. E isso logo se provou. Apesar da melhora no aproveitamento – hoje o treinador tem 44%, com 12J, 4V, 4E e 4D – a evidente falta de leitura durante os jogos depõe contra o treinador. Primeiro começou com uma sequência que gerou muitas esperanças na torcida. Foram 4 jogos invictos, com 3 vitórias (Grêmio, Botafogo e Bahia) e um empate (Cruzeiro). Na sequência, enfrentou o CAP e matou o time com as suas mexidas. Vínhamos bem, até. Criando, sufocando o atual campeão da Copa do Brasil. O VAR anulou o gol de JP (que seria o segundo). Mas o time teve dois vacilos e eles viraram. E o nosso treinador tirou o Daniel(!!!), melhor do time,  para colocar Orinho e empurrar o Caio Henrique para o meio. Na sequência saem Nene e João Pedro e entram Wellington Nem e Lucão do Break.

Veio o jogo contra o Flamengo. Virtual campeão brasileiro. O time se mostra com Ganso mais à frente e Nene um pouco mais atrás. Não deu certo. Precisou os caras fazerem 2 x 0 para o treinador mexer. E aí ele tira o Ganso e coloca o Lucão do Break. Tira o Wellington Nem (que começara como titular) e coloca JP. Na terceira, Nene sai para a entrada de Yuri. Não é compreensível essa leitura de jogo e o porque que se demorou tanto.

Mas o pior estava por vir, diante da Chape. E aí, meus caros, lembro que escrevi essa coluna aqui (Os sete erros capitais de Marcão). O time vinha bem até os dois últimos jogos acima. Como perdeu, o treinador resolveu mexer em tudo. Monta um time confuso, sem meio, e EMPATA com a virtualmente rebaixada Chape. De longe seu pior jogo. Vamos ao Ceará e não vemos a cor da bola. 2 x 0 pros caras – concorrentes diretos. Volta do drama, do Z4.

Na sequência, o jogo contra o Vasco. Um empate injusto, até. Merecíamos melhor sorte, mas a pontaria nunca foi o forte desse time. Mas aí nasceu o esquema com 2 volantes, que vem se mostrando ser o mais acertado. Depois vencemos o São Paulo, lá, e perdemos para o Inter e o VAR. Mas esse empate de ontem…

Não consigo, por mais que tente, compreender como um time que domina todas as ações do meio de campo, voltar para um segundo tempo tão diferente, tão recuado. Chamando os caras para cima. Quando o Cazares entrou no jogo, o prenúncio que iria “dar ruim” começava. O que Marcão fez? Tirou o Ganso, que pediu para sair, e coloca o Dodi(!!!). Pronto. Morremos. Orinho já tinha saído machucado e Wellington Nem acabou entrando no lugar de Yony. Pronto, morremos!

Já tínhamos perdido a batalha pelo meio de campo. Os caras estavam iniciando as jogadas na nossa linha baixa e, nesse momento, com 3 volantes em campo, nada poderia ser feito. Poder de reação ZERO. Ficamos olhando W.Nem correndo desesperado atrás de chutões para frente; um Marcos Paulo, que apesar de guerreiro, cansado não tinha condições de puxar contra-ataques; e uma linha de 3 volantes que não conseguiu impedir que as jogadas se desenhassem. E os caras ali, em cima.

Ainda dá tempo, e eu, sinceramente, acredito que temos condições de sairmos dessa enrascada. Nossos adversários tem jogos difíceis pela frente e nos resta torcer contra eles. Botafogo encara o CAP, lá na arena, por exemplo…

A conta está chegando. E essa aposta é arriscada demais. Se cairmos, será ela toda cobrada do presidente, e com razão – afinal ele é o mandatário e está bancando Marcão. Se ficarmos, não fizemos nada além da nossa obrigação. Restam 5 jogos (CSA fora, Palmeiras casa, Avaí fora, Fortaleza casa e Corinthians fora). Nessa rodada não sairemos do Z4. Mas temos tudo para que a galera fique por ali também. E na próxima, com as bençãos de João de Deus e Nossa Sra, da Glória, dormiremos fora de lá. Para não voltarmos mais.

Mário vem sendo bombardeado nas redes sociais. Marcão sendo chamado de cabo eleitoral por muitos tricolores insatisfeitos. Críticas e mais críticas recaem sobre os dois. Celso meio que “lavou as mãos” com suas declarações, colocando no colo do presidente essas “decisões”, afirmando que não teve a autonomia prometida e necessária para fazer algo diferente. Enquanto isso… padecemos nós.

ST