OBRIGAÇÃO COISA NENHUMA (MARIO NETO)

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OBRIGAÇÃO COISA NENHUMA (MARIO NETO)

Antes de falarmos do “segundo tempo” do jogo de amanhã no Mario Filho, Fluminense e Botafogo, não posso deixar de falar sobre a reação nas redes sociais da nossa torcida no sorteio dos grupos nesta sexta feira, da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-americana. Logo que passou o primeiro sorteio o que mais ouvi e vi foi a seguinte declaração dos tricolores: “Perdemos a grande chance de ganhar a Libertadores. O grupo do Olímpia, que nos venceu, seria uma moleza pra gente, que droga, que M”. Não se falava em chegar apenas nas oitavas, nas quartas ou na semifinal e sim no título. O semancômetro passa longe das Laranjeiras. Hoje não temos, em nenhuma circunstância, como brigar por um título da importância desta competição. Quem sabe daqui a alguns anos.
Minutos depois começou o sorteio dos grupos da Sul-americana que, afinal de contas, é o que nos interessa. Pegaremos, ou melhor voltaremos a enfrentar um velho conhecido, o Junior de Barranquilla, o Oriente Petrolero da Bolívia (altura a vista) e o Union Santa Fé da Argentina. Quase na mesma hora ouviu-se dos tricolores: “Temos a obrigação de ganhar esta taça e estamos conversados”. Parece que jogamos contra ninguém e cá para nós, a Sul-Americana é tão ou mais difícil que a Libertadores. Em primeiro lugar, se os adversários são inferiores em termos qualitativos, por outro lado só passa para a próxima fase o primeiro colocado de cada grupo, ao passo que na Libertadores dois se classificam para as oitavas. E mais: os terceiros colocados de cada grupo da Libertadores passam para a Sul-Americana. Portanto, moleza só na cabeça dos radicais tricolores que esqueceram que dentre outras coisas jogaremos na Bolívia, na altitude. Obrigação coisa nenhuma!
Obrigação ou dever, como queiram, temos de jogar cem vezes melhor do que na primeira partida contra o Botafogo, que foi lastimável, de dar raiva. O Botafogo poderia ter ganho o jogo, por incrível que pareça, dada a diferença técnica e individual do nosso time. Pior mesmo, mais do que vimos em campo, foi a entrevista terrível do Abel Braga na coletiva. Para o nosso técnico, jogamos muito bem, mandamos no jogo e mais outros absurdos que só ele viu. Faça-se justiça: dentro da sua incoerência o Abel continua coerente. Sua comparação entre o time titular e o propenso time reserva foi INACREDITÁVEL. Só acreditei nos absurdos que ele falou por que vi e ouvi. Geralmente escrevo quase sempre nas vésperas nossas partidas (sai publicado no dia dos jogos), porque aguardo a definição dos titulares. Neste instante isso pouco importa. Sabemos de antemão que o esquema será o mesmo, dando certo ou não. Quando Abel Braga teve uma recaída, mudou o esquema e os jogadores, subimos de produção a olhos vistos. Pelo que estamos vendo podemos esperar mais sofrimento. Temos a vantagem, mas pensando bem é aí que mora o perigo. Retranca à vista.

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