Na conta do esquema do treinador – OPINIÃO – Washington de Assis

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Uma partida para se esquecer, na noite desta terça-feira, no Maracanã. Com uma atuação frágil e espaçada, o Fluminense não viu a cor da bola e conheceu a sua primeira derrota na Libertadores justamente quando poderia assegurar a sua classificação e, a depender do jogo entre River e Santa Fé, já assegurar até mesmo o primeiro lugar do grupo. E essa derrota, assim como outras vitórias, está na conta do treinador.

Roger mandou um time a campo com Cazares no lugar de Nene – com a esperança de ver seu meio de campo soltar a bola com mais agilidade – Barcelos no lugar de Egídio – com esperança de ver sua ala canhota com maior poder de marcação – e Luiz Henrique no lugar de Biel – com a esperança de ver jogadas mais agudas na ponta. Bom, não vimos nada disso. Aliás, o que vimos foi um meio de campo com um buraco do tamanho da Baía de Guanabara e o meio jogando com espaços constrangedores. Yago ora aparecia no Rio enquanto Martinelli estava em Niterói. Cazares, bem, foi visto no início do jogo e na sua substituição. Com uma primeira linha frágil, estourava a pipoca nas mãos, ou melhor, pernas de Nino e Luccas Claro (que por sinal não é o mesmo de outrora). Calegari e Barcelos, sobrecarregados, nada podiam fazer senão tentar conter as investidas, que se repetiam sem cessar.

O Júnior começou o jogo tomando um susto e só. Assumiu as rédeas da partida e mandou e desmandou no meio de campo no Maracanã. Roger até pedia para a equipe estar mais “ligada”, gritando que era Libertadores. Mas não agiu para resolver o problema nítido do seu meio de campo. O treinador não foi capaz de perceber que Luiz Henrique e Kayky não vão conseguir ser o respiro nos jogos, caso seu meio de campo necessite excessivamente dos dois para marcar. Sequer faz sentido colocar os meninos como “secretários de lateral”, como eles vêm jogando. E o mais importante, mais sensível, mais tudo: o meio não consegue marcar, só corre atrás da bola.

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Não me recordo nos últimos jogos o meio de campo do Fluminense sendo capaz de espelhar o meio de campo do adversário e de fato marcar seus oponentes – assim, como o Júnior fez com muito mérito hoje. O que testemunhamos, com uma frequência que nenhum tricolor quer admitir, quanto mais assistir, são os jogadores adversários só receberem a marcação após receberem as bolas. Ou seja, nos preocupamos demais nos botes e esquecemos de marcar o adversário livre. Resultado disso? Espaços criados com 1-2 simples e a pipoca estourando lá atrás.

E mesmo com teóricos três atacantes, a saída de bola dos colombianos era mais tranquila do que uma nascente de rio. Nossos jogadores não conseguiam pressionar e começava o martírio tricolor ali, na intermediária deles. Passavam como queriam, e estouravam em cima de Yago e Martinelli, que sempre estavam um passo atrás das jogadas. Raras foram as vezes que eles conseguiam antecipá-las, raras eram as vezes que se conseguia ganhar uma segunda bola. Que desorganização. Quanto espaço nesse meio. A culpa, no entanto, não coloco nos nossos dois volantes, pois eles não definem o esquema de jogo.  Eles corriam e corriam e a sensação é que não corriam “certo”.

Roger não pode ter somente em um esquema o depósito de toda a sua confiança. Tipo aquele ditado da vovó: “Não se pode guardar todos os ovos numa única cesta”. Não dá para jogar assim contra o Madureira e contra o Real Madrid. É suicídio. No jogo passado, diante do rival, só não saímos com a derrota pois o ataque deles perdeu duas chances claras de gols. Tá certo, poderíamos ter feito o gol com Kayky e com o Luiz Henrique – olha que coincidência – mas não podemos nos expor tanto, como vem acontecendo. Lances isolados. Quando se consegue chegar com a frequência que chegamos e sofrer com a frequência que sofremos, algo precisa ser feito.

Roger já venceu vários jogos mexendo no time e mudando a postura. É verdade e precisamos admitir. Mas hoje, essa derrota, é na conta do esquema frágil que ele levou a campo. 

Hoje, ao invés de trocar seis por meia-dúzia, trocou meia-dúzia por seis, pois só a ordem das alterações variou. Mas o esquema ele tentou manter.

Sábado tem decisão contra o Flamengo. Terça, decisão lá, contra um desfalcadíssimo River – e ainda podemos chegar com o grupo mais embolado do que nunca. Observe esses espaços e os corrija. Não dá para atuar assim frente à equipes mais qualificadas. É roleta russa. E nem sempre vai funcionar.

ST

WdA

Foto de Capa: FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.


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19 thoughts on “Na conta do esquema do treinador – OPINIÃO – Washington de Assis

  • 19/05/2021 em 00:22
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    Sinceramente não vi mudança de esquema, só vi mudanças de peças, o time precisa de um meio campo com pegada, mobilidade e velocidade, esse “esquema” está matando o bom futebol do kayky e do Luiz Henrique, Calegari não é lateral, ali não produz o que o time precisa, a lateral esquerda inexiste, porque não por um 3 5 2 ?
    Qualquer time que faça um jogo tático e com uma marcação um pouco mais alta, vencerá o Fluminense com tranquilidade.

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    • 19/05/2021 em 09:16
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      Perfeito… time e torcedor não aguentam isso por tanto tempo. Uma marcação mal feita, falta da posse de bola.. em casa!! Muito feio pra gente..
      Não é possível que o treinador não veja isso… contra o Flamengo e agora nessa derrota. Mudanças já!!! Chega de covardia e vamos mandar no jogo. ST

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  • 19/05/2021 em 01:00
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    Yago e Martinelli não podem ser responsáveis por “proteger” a zaga, ambos tem características de segundo volante, eles não tem pegada de marcação. São bons jogadores, mas para conduzir a bola da defesa para o meio/ataque, eles não são bons na marcação, o Yago então pelo amor de Deus, não tem traquejo nenhum em marcar. Aí nós já temos o Fred que não volta, os dois volantes que não marcam, nossos pontas que tem que voltar pra marcar e nem preciso dizer que isso os cansa e acaba prejudicando o rendimento ofensivo. Fica um buraco porque até mesmo pressão na saída de bola o Yago estava fazendo, como no lance do segundo gol deles, ele chegando atrasado com um enorme buraco na frente da área. Isso não é de hoje, em outros jogos a bola não entrou, mas cedemos tanto espaço e oportunidades como hoje. Acho incrível o Roger não dar atenção a isso e simplesmente ignorar o fato que o Flu é frágil na marcação. Desse jeito, fica muito difícil. Perdemos sempre o meio, não temos posse e o pior, cedemos muito espaço e oportunidades…

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    • 19/05/2021 em 09:16
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      Perfeito… time e torcedor não aguentam isso por tanto tempo. Uma marcação mal feita, falta da posse de bola.. em casa!! Muito feio pra gente..
      Não é possível que o treinador não veja isso… contra o Flamengo e agora nessa derrota. Mudanças já!!! Chega de covardia e vamos mandar no jogo. ST

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    • 19/05/2021 em 09:23
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      Concordo plenamente.. não existe primeiro homem de meio-campo. Os dois não são combativos e exercem o mesmo papel por característica.. ou seja, um ou outro.
      Será que o Roger não assiste junto com o grupo o vt do jogo??? Parecia um time de pelada.. com disposição, correndo o tempo todo, desordenados e marcando a bola.. sinceramente tem que mudar muita coisa. ST

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      • 19/05/2021 em 09:56
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        Perfeito!!! Eu fico impressionado por ele sequer não mencionar a falta de combatividade do nosso meio campo e vir sempre com aquele discurso de qualidade do adversário, quando não dá pra jogar, competir e etc… Outra coisa que demonstra o posicionamento errado é que nós por não termos combate no meio, acaba estourando sempre nos zagueiros e vira e mexe o Fluminense está correndo contra o seu gol ou seja, atrás do adversário, não é um time postado com marcação encaixada, tá sempre na correria e o contrário não costuma acontecer. Eu acredito que o primeiro passo do Roger é dar combate a esse meio campo, fazer o time ter um posicionamento, trabalhar mais a bola, não pode o Flu ter sempre menos posse e ficar sempre tomando sufoco. ST

        Mas aí entra outro problema, nosso treinador demora demais a perceber as coisas ou simplesmente não as quer perceber.

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  • 19/05/2021 em 03:04
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    Eu escalaria a seguinte equipe: Marcos Felipe, Nino, Wellington, Lucas Claro, Samuel Xavier, Martineli, Yago, Cazares, Gabriel Teixeira, KayKy e Fred no esquema 3-5-2

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  • 19/05/2021 em 08:22
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    Está com pinta que o Fluminense irá para a Sulamericana ficando em terceiro no grupo. O Fluminense não é um time, é um bando que vem jogando mal mas conseguindo pontos. Uma hora a realidade tomaria lugar da ilusão.

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  • 19/05/2021 em 09:24
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    Concordo plenamente.. não existe primeiro homem de meio-campo. Os dois não são combativos e exercem o mesmo papel por característica.. ou seja, um ou outro.
    Será que o Roger não assiste junto com o grupo o vt do jogo??? Parecia um time de pelada.. com disposição, correndo o tempo todo, desordenados e marcando a bola.. sinceramente tem que mudar muita coisa. ST

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  • 19/05/2021 em 10:51
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    E a recomposição lentíssima… teve uma jogada, ainda no 0x0, que o contra-ataque deles foi lentíssimo, mas mesmo assim eles chegaram com 4 x 3. Inacreditável.

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  • 19/05/2021 em 20:22
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    Roger é um técnico muito fraco!
    O time é muito espaçado em suas linhas, e a maneira como ele escala o Martinelli e o Yago sacrificam os dois, que são os que mais correm para defender e atacar.
    O time se desfaz da bola com lançamentos esdruxulos, principalmente do Lucas Claro. O time não consegue trocar quatro passes, e o time é completamente envolvido por seus adversários geralmente até os 60, 70 minutos do jogo, a partir daí o Flu vai só com o coração com as substituições.
    O pior de tudo é ele achar que está bom, sinal claro de mediocridade.
    Ano passado com Odair e Marcão, a marca do time era não se desfazer da bola, as vezes roubava a bola e não fazia contra-ataques mesmo com oportunidades. Isso fez com que o time jogasse de forma segura, sem expor o sitema defensivo do time. Outra, o Martinelli estava desempenhando muito bem a função que era do Alan, depois do Dodi, mas agora, em outra faixa do campo está perdido e correndo igual a um alucinado.

    O futebol do time está pior do que o da temporada passada. Vamos ver cenas dos próximos capítulos.

    Acorda Roger! Este time pode mais!

    Saudações tricolores.

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