Hudson projeta confronto contra o Corinthians: “É até clichê falar que vai ser uma final”
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, no CT Carlos Castilho, o volante Hudson projetou a sequência do Fluminense para a reta final do Campeonato Brasileiro, falou sobre o fato de seis dos dez adversários que restam para o Flu brigarem contra o rebaixamento e definiu o confronto contra o Corinthians, próximo adversário, como “mais uma final e extremamente difícil”.
O camisa 25 também falou sobre a importância da vitória no Fla-Flu para a confiança do grupo, elogiou o trabalho de Marcão e Ailton no comando da equipe, falou sobre a nova função tática que exerce em campo, além de afirmar estar feliz no clube. Emprestado ao Flu somente até o final do Brasileirão, Hudson disse que a vontade é de permanecer no Rio de Janeiro por mais tempo.
Por outro lado, o volante falou sobre as críticas que vem recebendo junto, principalmente, ao meio-campo do Fluminense e reconheceu que pode “render e performar melhor”. Em sua fala, no entanto, Hudson saiu em defesa do companheiro de setor, Yuri, um dos principais alvos das críticas recentes da torcida tricolor. Veja as respostas completas:
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Se já é possível perceber alguma mudança na equipe sob o comando de Marcão e qual o impacto a ausência do treinador no Fla-Flu
“Eu diria que eles (Marcão e Ailton) se assemelham muito. Tanto ao modo de trabalho dentro de campo, quanto a forma como eles se relacionam com a gente fora do campo. São dois ex-jogadores que fizeram história no Fluminense, respeitadíssimos por nós e que a gente vê enorme potencial na profissão. Queremos ajudá-los ao máximo. Sabemos que o desafio é muito grande, você assumir uma equipe no final de um campeonato tão difícil quanto o Brasileiro, mas vamos buscar ajudá-los da melhor forma.
Sobre as oscilações da equipe nas últimas rodadas
“Acredito que tanto o Marcão quanto o Ailton estão tentando assemelhar muito o trabalho que o Odair vinha fazendo. Claro que há uma mudança, um rompimento. Então é normal que nos primeiros jogos a equipe tenha sentido um pouco isso. A gente sabe que é sempre muito difícil, mas que nem sempre é demérito de uma equipe, e sim mérito da outra. Jogamos contra Atlético-GO, Flamengo no primeiro tempo, São Paulo… essas equipes têm os méritos delas em terem conseguido criar contra a gente. Temos que trabalhar para que isso seja minimizado.”
Projeção para o jogo contra o Corinthians, próximo adversário e concorrente direto na briga pela Libertadores
“Chega até ser clichê falar que o jogo contra o Corinthians vai ser uma final. Mas a gente olha para a classificação, eles com um jogo a menos. Então a gente sabe da importância que tem esse jogo para a nossa classificação na tabela. Jogo muito importante e extremamente difícil.”.
“A mudança de postura contra o Flamengo foi muito importante, que partiu do vestiário. O Ailton teve uma importância muito grande, com a forma que ele falou com a gente, que a gente precisava acreditar, precisava mudar a postura. Volto também ao mérito do Flamengo para criar as oportunidades, é um time que tem qualidade. Mas acho que a nossa reação foi muito importante. Não foi a primeira, não foi a segunda… Foi uma vitória que mostra que a equipe tem potencial e mostra também que a equipe precisa estar mais ligada e que pode ser assim do início ao fim.”.

Se a vitória no clássico renova a confiança do grupo na briga pela Libertadores
“Uma vitória importantíssima contra o Flamengo. Por ser clássico, é uma equipe que está brigando por título, está na nossa frente na tabela de classificação. Vínhamos de três resultados ruins e a vitória nos deu uma nova confiança para enfrentar o Corinthians. Mostrou que o Fluminense tem qualidade para continuar brigando e vencer as equipes que estão na parte de cima da tabela. Até do primeiro tempo, no qual tivemos muitas dificuldades, é preciso tirar coisas boas através dos nossos erros para melhorar a equipe.”.
Possibilidade de permanecer no Fluminense após o fim do Brasileirão
“Só tenho a agradecer ao Fluminense, que me abraçou de uma forma muito melhor do que eu esperava. Os profissionais, os jogadores. Está chegando o finalzinho do contrato e se for por uma decisão minha, gostaria sim de continuar o trabalho. Se a gente conseguir uma boa classificação no Brasileiro, teremos um ano de 2021 muito promissor e claro que quero fazer parte desse trabalho. Mas é uma coisa que não depende só de mim, do Fluminense ou do São Paulo. É um conjunto de fatores, que na hora certa todo mundo vai sentar para resolver e a decisão vai ser a melhor pra todo mundo.”.
Sobre as críticas que vem recebendo junto ao meio-campo tricolor e sua nova função tática
“É um processo de adaptação e de entrosamento. O Yuri, por exemplo, tem uma saída de bola muito boa, é um dos melhores na função para sair jogando. É uma função que exige muito, esta de primeiro volante. Porque além de proteger a zaga é ele quem inicia as jogadas de ataque. Tem que municiar muito bem o time ofensivamente partindo lá de trás. Acredito que o Yuri tem um bom potencial para isso. É um jogador que conviveu com um pouco de lesões na carreira, então ainda tá buscando sua melhor forma, melhor ritmo.”.
“Já a posição que eu venho jogando, praticamente como um meia, confesso que exige mais fisicamente. Porque você tem que ter tanto a força defensiva, quanto a força ofensiva na mesma intensidade. Não há tempo de descanso durante o jogo. Como o futebol é muito intenso, é uma posição que exige bastante. Jogar de costas, por exemplo, é uma coisa que não é costumeira na minha carreira, mas é uma adaptação e a gente está aqui para fazer o melhor pelo Fluminense. Sei que posso melhorar, tive alguns contratempos de lesões no tornozelo, mas não posso usar isso como muleta. Sei que posso performar melhor e tenho que render mais. Tenho procurado trabalhar pra que não só eu como o Fluminense possam trazer mais segurança.”.
Como lida com as críticas nas redes sociais
“Confesso que estou fazendo uma reciclagem de rede social na minha vida. É uma ferramenta que aproximou o torcedor e isso é muito bacana, mas alguns não sabem usar para o bem. Alguns não percebem que a crítica em demasia pode ser prejudicial a confiança do jogador que vai representar o clube dele. Mas isso faz parte do futebol, temos que saber lidar com a pressão e com as críticas. Temos sempre que estar buscando trabalhar. Sei que preciso e posso melhorar minha performance, e a autocrítica sempre foi meu maior parâmetro. Sei que preciso performar melhor e tenho trabalhado para isso.”.
Importância de Fred em campo
“Já joguei várias vezes contra o Fred e ele é um atacante que a gente tem medo de enfrentar. Pela qualidade técnica, pelo poder de finalização, pela presença em campo. Isso os adversários sentem, eu tenho certeza. Muda a visão dos adversários quando o Fred está em campo. Muda a característica, temos um homem de referência, ele vai conseguir segurar a bola e causar preocupação aos adversários. Quando ele conseguiu ter uma sequência de treinamentos e de jogos, a gente percebeu que a qualidade dele ficou ainda mais evidente e temos certeza que ele pode ajudar muito o Fluminense.”
Projeção para a reta final do Brasileirão e o fato de enfrentar, em grande parte, times que brigam contra o rebaixamento
“O segundo turno é um campeonato diferente do primeiro. As equipes que estão embaixo se tornam equipes desesperadas para sair da situação e por isso se tornam equipes difíceis de se enfrentar. Estão numa situação de vida ou morte. Então mesmo que não estejam vivendo um bom momento, a gente sabe que as dificuldades também vão ser grandes. Independente de posição na tabela, serão jogos muito difíceis, porque o segundo turno traz isso. Acredito que o Fluminense consegue atuar bem quando se preocupa consigo mesmo. É um time competitivo, reativo e que até o último momento vai acreditar na vitória. Se fizermos isso, sabemos que podemos enfrentar qualquer equipe.”
O Fluminense enfrenta o Corinthians na próxima quarta-feira, fora de casa, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com 43 pontos, mas um jogo a mais, o Tricolor está quatro pontos a frente da equipe paulista, concorrente direta na briga por uma vaga na próxima Libertadores.