Forças na base, Criciúma e Fluminense se enfrentam na Copa do Brasil Sub-17 em jogo marcado por duelo extra-campo: Amauri Barasuol contra Guilherme Torres

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Por João Eduardo Gurgel

A próxima fase da Copa do Brasil Sub-17 está para começar para o Fluminense. Após se classificar com uma certa tranquilidade na última fase, o tricolor enfrentará o Criciúma, em partidas de ida e volta, começando nesta terça (31), no Heriberto Hulse, às 15h.

Além da expectativa para duas partidas equilibradas, o duelo marcará o encontro de dois grandes treinadores das categorias de base brasileira: Guilherme Torres (Fluminense) contra Amauri Barasuol (Criciúma).

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Foto: Arquivo Pessoal/Saudações Tricolores

Conversando com exclusividade com a nossa reportagem, o treinador do Tigre, Amauri Barasuol, falou sobre a expectativa para enfrentar a equipe carioca. A equipe, por conta da pandemia, ficou um bom tempo parado em 2020, mas com o retorno gradativo das competições, o técnico aponta uma evolução na sua equipe, detalhando a diferença de jogos do campeonato estadual para as partidas da Copa do Brasil.

“A pandemia impactou severamente no futebol de modo geral, mas estamos evoluindo para uma etapa melhor na retomada das atividades. Neste ano, conseguimos reunir nossa equipe no final de fevereiro, dando continuidade em sua evolução. Nossa equipe tem como diferencial o senso coletivo muito forte, no sentido de que a união, devidamente articulada e treinada, realmente produz resultados positivos. O que podemos esperar da equipe Sub-17 do Criciúma é total dedicação e empenho da equipe técnica e dos atletas frente aos propósitos trabalhados. A Copa do Brasil é uma importante oportunidade de exibição do trabalho desenvolvido, além de favorecer o contato da equipe com atletas e clubes de alta patamar no cenário nacional. Contudo, tanto na Copa do Brasil, como no Campeonato Catarinense, teremos foco total nos objetivos traçados, de modo a batalhar o bom esporte, em busca dos resultados almejados.”

O comandante do time catarinense, mesmo sabendo da qualidade da equipe tricolor, promete um time guerreiro em campo.

“Fizemos um estudo coletivo da equipe adversária, com base em jogos passados. Temos total consciência do potencial e da força do Fluminense, mas estamos firmes em desempenhar o trabalho estabelecido em nossos treinos, com competitividade de alto nível. Vamos jogar o nosso jogo, com a nossa verdade, vamos dar o melhor. E o mais importante, desfrutar o jogo e a essência alegre do esporte.”

Amauri chegou ao clube ainda em 2012, aos 24 anos, logo após abandonar a carreira de jogador de futebol. Em quatro anos, ele mostrou uma rápida ascensão, passando pelas equipes sub-11 e sub-13 até assumir o sub-17, em 2016. Conciliando muito estudo e trabalho, o treinador mostra-se sempre muita disposição para aprender novos conceitos e aplicá-los no seu cotidiano. Nos últimos quatro anos, o Tigre, sob o comando do técnico, chegou em quatro finais seguidas no Campeonato Catarinense Sub-17. Forma dois títulos (2017 e 2019) e vice-campeão em 2016 e 2018. Ele também destaca a importância da formação de atletas nas categorias de base. Não só dentro de campo, mas formar também pessoas, cidadãos.

Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

“O mais importante é desenvolver atletas de alto rendimento para o futuro, que é o propósito primordial das categorias de base – e isso envolve não apenas a performance técnica, tática e física, mas também a formação de cidadãos de bem. As conquistas, os títulos, virão no decorrer da trajetória, como reflexo do trabalho desenvolvido.”

Se enfrentando pela primeira vez, Torres e Barasuol são dois treinadores com potencial para figurarem entre os melhores entre as camadas jovens ou até, quem sabe, em equipes principais. O trabalho longevo da dupla com os jovens jogadores é a principal característica que os aproxima. Amauri conta o prazer que terá de enfrentar o colega de profissão e que quer extrair o máximo que puder do confronto.

“Conheço o técnico Guilherme Torres por meio do trabalho que vem desenvolvendo no futebol. É um excelente profissional e será um prazer podermos confrontar nossas equipes, no sentido sadio da palavra. O trabalho longevo beneficia a confiança dos atletas na equipe técnica, sabendo que o que desempenhado nos treinos tende a formar atletas de alto rendimento e a resultar em conquistas importantes. Como técnico, a cada novo ano, moldo a equipe, trazendo à tona o melhor potencial de cada um, em prol do coletivo.”

Já Guilherme Torres, apesar de estar no Fluminense desde 2017, está no seu segundo ano comandando o time Sub-17. Ao lado do irmão e técnico do Sub-20 tricolor, Eduardo Oliveira, foram contratados com a missão de organizar e criar um novo modelo  do documento orientador para balizar os valores da categoria de base do clube. Em resumo, botar no papel a essência “DNA tricolor” que já havia revelado tantos craques em Xerém. Eles encontraram uma filosofia que encaixou como uma luva com suas ideias sobre futebol.

“Não só a filosofia de jogo, mas o propósito do clube se encaixava: “Faça uma melhor pessoa, que você terá um melhor jogador”. Quando tivemos as primeiras conversas com a diretoria da época e eles nos mostraram esse propósito, já nos conectamos com o clube. Além do DNA do clube, de um jogo mais ofensivo, de mais agressividade, de buscar o gol a todo momento… Isso casa muito com nossa ideia de futebol” – disse Guilherme em entrevista ao GE em 27/11/20

Guilherme Torres com título do Brasileirão Sub-17 – Foto: Arquivo Pessoal
Guilherme, no seu primeiro ano, conquistou o título brasileiro com a chamada “Geração dos Sonhos”, que encantou o país. Além disso, chegou na final da Copa do Brasil e consequentemente, a Supercopa do Brasil. Em 2021, o treinador já levantou o troféu da Copa Rio Sub-17 ao lado de Daniel Pinheiro, técnico do Sub-16 que comandou a equipe praticamente em todas as partidas. Em entrevista exclusiva ao Saudações Tricolores, Torres, assim como Amauri, preza bastante pela evolução e desenvolvimento dos jogadores nesse estágio.

“Nossa expectativa é a evolução coletiva e individual dos nossos jogadores para que possam vivenciar um ambiente positivo para o seu desenvolvimento. Penso que, pelo conhecimento prévio das equipes, existem sempre muitos candidatos ao título. Xerém, por seu histórico, entra em qualquer competição com responsabilidade em desenvolver um futebol que a torcida se identifique e com o objetivo de desenvolver individualmente os jogadores para as próximas etapas de suas formações.”

Guilherme Torres no comando do Flu (Foto: Mailson Santana)

Por fim, o comandante tricolor, com ainda mais duas competições pela frente (Copa do Brasil e Carioca da categoria), crê ainda em uma maior evolução do Fluminense nos torneios, alinhado com a metodologia aplicada no cotidiano.

“Acredito que o desejo de evolução dos jogadores somado ao trabalho realizado pela comissão técnica baseado em nossa metodologia e filosofia de formação. Não podemos também esquecer de todo o processo formativo realizado com esses jogadores nas categorias inferiores, já que a formação realizada em Xerém é de médio e longo prazo. Tudo o que fazemos representa uma ideia muito solidificada de jogo dentro do nosso clube, que vem buscando e dando resultados”

A ”parceria” entre o Fluminense e Criciúma vai muito além dos profissionais. Se o clube captou e adquiriu jogadores como Nino, Dodi, Marlon para o plantel principal, Ykaro Trindade (retornou para o Tigre recentemente), Cipriano e Welinton vieram da base do Tigre para Xerém. Além deles, Matheus Ferraz, Lucca tem passagens marcantes pelo time catarinense.

As duas partidas entre as equipes terão transmissão da Eleven Sports/MY Cujoo CBF TV. Nos profissionais, o Fluminense passou pelo Criciúma no mesmo torneio. Na base, o duelo promete ser bastante equilibrado. Porém, independente do resultado e de quem avançar, a vitória da partida e desse encontro entre os treinadores, é do futebol.

João Eduardo Gurgel


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