Flu lidera o debate sobre o acordo nacional de jogadores
O Fluminense está liderando a discussão sobre o acordo nacional com jogadores e demais profissionais do futebol nacional. Ontem em entrevista ao Canal SporTv, o presidente Mário Bittencourt detalhou a proposta apresentada à Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Férias coletivas, antecipando as férias de dezembro, e até mesmo a suspensão do contrato (caso perdure a paralisação) são algumas das ações propostas para, de acordo com o mandatário tricolor, salvar o futebol brasileiro:
– A primeira ideia de colocar em férias coletivas, antecipar as férias de dezembro, é para poder esticar o calendário até o final do ano, até 23 de dezembro. Tem que se esperar o tempo necessário. A grande verdade é que não sabemos o que acontecerá, a ideia das férias é ganhar 30 dias.
Mário detalhou a proposta, que já está nas mãos da Fenapaf e também dos capitães dos times. A ideia é que haja uma discussão, onde se possa chegar a um denominador comum, e não fazer algo impositivo:
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– Na sexta, fizemos uma grande videoconferência, uma reunião com mais de 20 clubes presentes, e tentamos desenvolver uma proposta de acordo, deixando claro que não é algo unilateral, é algo para ser levado aos atletas, aos profissionais, é algo para minimizar o prejuízo que nós temos como clubes, que os atletas têm, os jornalistas têm. A ideia é tentar manter o maior número de empregos possível. A gente fez a proposta, entregamos para a Fenapaf e esperamos até amanhã ou terça uma resposta. Importante esclarecer: tem se ouvido muito que os clubes estão impondo, mas não é isso, vamos ter dificuldade de acabar o ano, cumprir o calendário.
Os principais pontos da proposta:
– É importante esclarecer muitas coisas pois, em razão da paralisação, vamos ter dificuldade em acabar o ano e concluir o calendário. Nossa ideia é antecipar as férias, para que a gente possa esticar o calendário até o dia 23 ou 28 de dezembro. Essa ideia seria para ganhar 30 dias. Propomos férias. Pagamos 50% das férias agora, depois pagamos a outra metade no final do ano. Antecipando as férias, não traria prejuízo, parcelaria só. O restante da proposta, permanecendo os 30 dias sem poder voltar a treinar, retomaríamos individualmente os treinos, algo preparado pelas comissões, e faríamos uma remuneração de 50% de salário e direito de imagem permanecendo em casa, individualmente. Permanecendo ainda mais tempo, e esperamos que não, tendo a possibilidade de retorno de jogos, voltamos com salário integral, volta a receita e melhora tudo.
Em caso de paralisação por mais tempo, a proposta seria uma suspensão do contrato de trabalho, sem prejuízos aos atletas:
– Agora, com 60 dias sem futebol, nossa ideia seria suspensão dos contratos de trabalho. Os atletas não ficariam prejudicados, porque os contratos seriam esticados pelo tempo em que eles ficassem parados. A ideia é colocar pra frente, porque certamente não conseguiríamos cumprir o calendário, teríamos que rediscutir fórmulas. Essa proposta foi encaminhada aos atletas, os capitães dos times estão avaliando e estamos esperando uma resposta, uma contraproposta.
E sobre o próprio Flu, o mandatário comentou que o clube já sofre as consequências:
– O momento é muito difícil, não só do futebol mas da sociedade brasileira, de todas as classes, trabalhadores. O Fluminense já está sofrendo as consequências como outros clubes estão, tivemos patrocinadores cancelando contratos, estamos sem receitas de bilheterias, venda de camisas… não temos como vender atletas, que também é uma fonte de receita. Eu vi uma matéria hoje que o Barcelona está sofrendo enormes prejuízos financeiros. Se ele está sofrendo, imagine os clubes do Brasil.
– Estamos fazendo um acordo nacional para tentar salvar o futebol brasileiro.
A expectativa é de que haja uma resposta até amanhã.
ST