Fala, presidente – Mário Bittencourt: “Temos certeza de que vamos fazer um ano competitivo novamente, disputar as competições no topo, mas com austeridade financeira”

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Texto por: Gabriel Gonçalves, Davi Barbosa e Edu Marques

 

Na tarde desta quarta-feira (17), o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, participou do programa “Seleção Sportv”, comandado pelo jornalista André Rizek. O mandatário tricolor, falou sobre diversos assuntos como: Covid-19, planejamento da temporada, sobre a posição do clube em relação a troca de nome do Maracanã entre outros.

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Primeiramente, Mário foi perguntando sobre COVID-19. Para o presidente, ele é totalmente contra a volta do público aos estádios e disse que o protocolo está sendo bastante rigoroso entre as equipes. Além disso, lembrou que ele foi um dos mandatários contra a volta do futebol no início da pandemia.

“A gente não fez uma reunião sobre isso. A ideia é de que a gente possa, dentro das condições e dos resguardos, calendários decisões dos governos. A situação difere do inicio da pandemia, no sentido de que o pais todo estava parado e que não havia a necessidade do futebol e no começo do protocolo houve uma dificuldade que a gente não entendia. Eu fui um dos presidentes que mais defendeu a não volta do futebol e, principalmente, a do campeonato carioca. Depois de um ano de pandemia, a gente sabe que a situação está cada vez mais grave e devemos minimamente preservar as competições e os protocolos estão sendo mais rígidos. Nada pode ser definitivo ainda mais com relação a volta de público, o que é um absurdo e a CBF também ao meu ver pensa do mesmo jeito. E o protocolo tem sido bastante rígido, vamos tentar manter e caso ocorram pioras certamente a gente vai ter que rever essa medida.”

Foto: Reprodução

Perguntando sobre a temporada passada, Mário disse que sempre acreditou com uma vaga na Libertadores. Então esse seria o objetivo do elenco além de ficar na primeira página da tabela.

“Se buscar tem uma entrevista minha ao jornal O Globo um pouco antes de começar o Campeonato Brasileiro, aonde eu fui muito claro. Dizendo que a nossa meta de 2020 era buscar uma vaga na Pré-Libertadores, imaginando que a gente fosse conseguir pelo planejamento que a gente fez retornar à primeira página do Campeonato Brasileiro. Porque eu digo a primeira página, porque nos últimos cinco ou seis anos o Fluminense ficou na página dois do campeonato, abaixo do décimo segundo colocado. Então a gente planejou para retornar para essa primeira página e como a gente sabia de uma possibilidade de uma classificação até a sétima e oitava posição, a gente imaginava estar ali buscar uma Pré-Libertadores. Ao longo da competição, em razão da nossa performance, a gente percebeu que tinha possibilidade sim de conquistar uma vaga na fase de grupos e foi o que a gente conseguiu.”

Quando foi questionado sobre o elenco de 2021, Mário ressaltou a importância de manter os atletas da temporada passada. Para ele, isso é essencial para um clube que está passando por um momento de dificuldades financeiras. Por fim, comentou que o Fluminense irá manter os pés no chão em relação a reforços e que o clube irá fazer um ano bastante competitivo.

“Sobre o planejamento de 2021, o principal objetivo nosso foi tentar manter grande parte do elenco. Mantivemos mais de 80% do elenco, um elenco que hoje é recheado em torno de 40% ou 50% com jogadores da casa, quando eu digo é todo elenco profissional. Uma das coisas que eu identifiquei, antes de me tornar presidente do clube, eu percebi que um dos grandes problemas nossos além da falta de recurso, porque o investimento havia saído em 2014, o clube realmente teve uma queda enorme de investimento com uma dívida crescente absurda, além dos times com poucos investimentos, o clube se desfazia dos seus elencos a cada temporada. Então imagina você se já tem dificuldade financeira ainda se desfaz do elenco a cada dezembro e tendo que se reconstruir a cada janeiro, montar um novo grupo de jogadores e chamar outro treinador você vai ter sempre uma dificuldade. Então de 2019 para 2020 a gente conseguiu manter grande parte dos jogadores que já estavam aqui, fizemos um ano 2020 bastante digno e a ideia foi manter novamente grande parte do grupo e fazer contratações pontuais. Esse é o nosso planejamento sem tirar os pés do chão, porque o clube ainda tem uma dívida gastronômica e a gente precisa continuar na reconstrução financeira e ao mesmo tempo competir com grandeza como é a história do Fluminense. Então temos certeza de que vamos fazer um ano competitivo novamente, disputar as competições no topo, mas com austeridade financeira.”

Foto: Reprodução

Sobre os contratos com a futura geração de Xerém

“A gente renovou recentemente com cerca de 25 ou 26 atletas. Para deixar claro para o torcedor, a renovação depende sempre dos dois lados, das duas partes. Esses contratos que você (Petković) foram celebrados na gestão anterior. E isso não é uma crítica, até porque a legislação é muito cruel com os clubes, porque eram contratos com o prazo máximo que a legislação permite. E nesse caso os atletas optaram por não renovar com o Fluminense. No caso do Dodi, ele não era um atleta formado na base. Ele veio do Criciúma e foi uma aposta na época. Também estava aqui quando cheguei, mas ele tinha um contrato bem curto. A gente tentou renovar e foi uma opção do atleta não renovar com o clube.”

“Eu costumo dizer que a pergunta que deveria ser feita é: por que de 40 atletas, 35 ou 36 optam em renovar com a instituição e quatro não? E por que nesses quatro a responsabilidade é da instituição e não do estafe do atleta ou do próprio jogador, que não quis seguir no projeto? É uma pergunta que tem que ser feita a eles. Vou te dar um exemplo. O Luiz Henrique, Calegari e Martinelli renovaram por cinco anos. Todos com contratos longos e acreditando no projeto do Fluminense de se solidificarem aqui para no futuro realizarem o sonho de jogar na Europa. Mas por que 80, 90% acreditam no projeto de seguir um pouco mais e e outros não? É uma pergunta que deve ser feita aos atletas que não quiseram ficar.”

“Sobre a sua pergunta se a gente já vem se precavendo, a resposta é sim. Estamos conseguindo renovar os contratos com esses jogadores talentosos que a gente tem. Para você ter uma ideia, a nossa equipe sub-23 tem 25 atletas formados em Xerém. É um projeto muito importante para que a gente possa segurar esses jogadores ainda mais. O Brasileirão da categoria começa, possivelmente, em Maio e vai até o final do ano, ou seja, vai ter calendário para eles jogarem. E hoje estão atuando no profissional no Campeonato Carioca e vão ser utilizados ao longo das competições que o Fluminense vai disputar. Como são pelo menos quatro e a gente não tem condição financeira de contratar, nós acreditamos muito na utilização da base.”

Foto: Reprodução

Capacidade de investimento

“O clube tem uma divida de 700 milhões quando chegamos, o clube ganha 200 milhões, e o clube custa 190 milhões por ano, a nossa folha e 3 milhões liquidas, 4 milhões de dividas por mês fora as penhoras caso sem as dividas poderia ter uma folha de 7 pagamos 120 dividas mas a divida continua em 700 pelos juros. A gente paga e a divida cresce,  conseguir redução da divida, a venda dos jogadores pagar divida. Nos vamos aumentar a folha em 20 30 por cento para 2021, aumento de folha para nós consideráveis. adquirimos dois jogadores por preços baixos. Temos dividas na FIFA que mensalmente comprando direitos econômicos de atletas o fato da gente ter se classificado para a libertadores e vamos buscar o titulo da competição. nossa aposta é que montamos um time aguerrido e vamos disputar pra vencer mas sem atingir os cofres do Fluminense.”

Posicionamento do Fluminense sobre a troca de nome do Maracanã

“A posição do Fluminense é contrária a mudança do nome. Eu acho que esse estádio é conhecido mundialmente como Maracanã e como Estádio Jornalista Mário Filho. Quem minimamente conhece a história do futebol brasileiro, sabe a importância que o Mário Filho teve para a construção do estádio, então assim, eu acho que sinceramente, sem nenhuma crítica pessoal ou política, mas como pessoa desportiva que sou, acho que eu não vejo nenhum sentindo na mudança do nome. Apesar da enorme importância do maior jogador da história do futebol mundial que é o Pelé. Acho que o Pelé pode receber essa homenagem de várias outras formas, já existem outros estádios com o nome do Pelé no Brasil. A gente pode homenagear o Pelé dentro do Maracanã, mas acho que a mudança do nome, sinceramente, não vejo cabimento nela. Mas vamos esperar a decisão que vem do governo estadual.”

Foto Destaque: Reprodução


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