Fala, jogador – Igor Julião: “É um prazer, uma gratidão jogar pelo time que você torce”

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Por: Edu Marques e Vinícius Brandão

O lateral Igor Julião, autor do gol da vitória no Fla-Flu, concedeu uma entrevista coletiva no CTCC. O jogador falou sobre a importância disso para a sua carreira, a estreia de Roger no comando tricolor e o seu posicionamento social fora de campo.

O cria de Xerém iniciou falando sobre esses 9 anos como profissional e vestindo a camisa tricolor. Ele afirmou também que nunca trabalhou com um grupo tão unido quanto o de agora e disse quais são as suas expectativas para esse ano:

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“Foram 9 anos mas com empréstimos em alguns anos. É um prazer, uma gratidão jogar pelo time que você torce, ainda mais pela história que construí na base do Fluminense. Eu passei por empréstimos, que na maioria das vezes eu escolhi sair, precisava conhecer outro estilo de jogo e amadurecer mais. E todos esses momentos bons e ruins me ajudaram, fizeram parte da minha história. No Samorin, eu passei maior parte jogando como meia, nessa posição que eu acabei fazendo o gol. Então eu conheci lá outra cultura, um outro futebol e um estilo de jogo e foi muito importante todos esses momentos. Passei por altos e baixos no clube, em 2012 fomos campeões e 2013 foi aquele ano terrível. E eu não trabalhei em um grupo como esse nem em base e nem em profissional. Nós somos muito amigos, quando a gente se encontra para trabalhar a gente não se cumprimenta, a gente se abraça porque são todos muito amigos e a gente conseguiu levar isso para campo na temporada passada. E, agora com os reforços chegando e com o professor Roger chegando, a minha expectativa é o meu sonho que é o titulo internacional da Libertadores. E porque não? Nós temos jogadores que são os peões, que vão correr o jogo inteiro para as estrelas do time poderem brilhar. Porque nós temos Fred, Ganso e Nenê que são jogadores extraclasses, que são fora da média e em uma competição como é a Libertadores você precisa ter todos esses tipos de jogadores no elenco. Com jogadores acima da média, sem vaidade e juntando isso com essa amizade que a gente construiu eu vejo isso.”

Trabalho de Roger Machado

“A gente teve uma semana de trabalho com Roger e já dá pra ver que ele é um cara diferente. Eu estou muito animado. Eu já estava animado antes de trabalhar com ele, porque a gente já se enfrentava e as equipes do Roger são muito táticas e é um estilo de jogo que eu gosto. O Roger é cara super didático, inteligente, ele passa muitas informações para a gente. Ele fez questão de quando ele chegou de trocar ideia com cada jogador. Agora eu preciso usar esse momento eu preciso dividir o mérito do gol com o Roger, porque assim quando ele chegou, ele trocou uma ideia comigo, quis saber as posições que eu já tinha atuado e uma delas foi essa de meio-campista, joguei assim na Eslováquia e na base. Me surpreendeu no jogo, aquilo dá uma confiança, o cara realmente acreditou.”

Questionamento da torcida e posicionamento fora de campo

“Isso divide sim, mas aos poucos isso está melhorando, porque o torcedor ele está entendendo que meus posicionamentos não são políticos, são sociais. O que eu defendo não é um lado, defender democracia não depende de nenhum lado, isso é para todos, as pautas que eu defendo não tem lado político.”

Igor Julião comemorando gol contra o Flamengo (FOTO: Mailson Santana)

Disputa pelo título da Libertadores

“Eu não acho que seja um absurdo até pelo nosso elenco que a gente tem. No ano passado, muitas pessoas não acreditaram na gente mas quando você tem Fred, Ganso e Nenê no elenco não é para ficar em meio de tabela. São jogadores que tem uma carreira consolidada, são fora da média e a gente sonha com o Roger chegando agora. Ele mostrou em poucos treinos para a gente que ele é um cara muito diferente. E eu conversei com outros canais que eu não tenho costume de assistir os jogos do Brasil. Eu gosto de assistir mais os jogos europeus mais como um estudo para aprender mais a parte tática dos times e a posição corporal dos jogadores. E o Roger é um cara que da orientações desse tipo para a gente, ele se preocupa com o detalhe de como a forma que a gente está posicionado, pressionando e isso motiva todo mundo. E com a gente mantendo essa nossa base de grupo quando fizemos uma ótima campanha, dessa união e com o Roger chegando acho que não é impossível sonhar com isso não.”

Finalização de fora da área: uma característica ou treinamento?

“Eu tento em alguns jogos finalizar de fora da área, mas por eu ser um jogador de lateral as vezes acaba sendo mais difícil. Surgiram duas oportunidades no Fla-Flu. Fiz um gol parecido no Samorim, só que chutando de esquerda. Não acho que seja uma característica minha, na base a gente vai pegando com o tempo, de acordo com a equipe que você tá jogando, com o jogo. Aquele chute não foi planejado, eu já estava bem cansado naquele momento do jogo, eu perdi a bola e faço a pressão pós-perda, uma coisa que é muito trabalhada aqui, quando a gente perde a bola já pressiona pra pegar. Foi por extinto, roubei a bola, deu a vontade, chutei e fui feliz.”

Sua voz como jogador fora de campo

“Quando eu era mais novo as minhas referências eram jogadores de futebol. Sei da voz que eu tenho. O básico a gente precisa fazer: ser a favor da vacina, do isolamento social. O jogador precisa usar dessa voz. Até as coisas básicas estamos tendo que lutar.”

Conversas sobre renovação de contrato:

“Não, eu acho que está cedo. Eu sou um jogador que está muito tempo na casa, eu entendo isso. Vamos ver como vai ser, como vai decorrer esse ano. A minha vontade é sempre o Fluminense, tudo que eu tenho eu devo ao Fluminense. Eu não falo de parte financeira não, porque o que eu vou levar quando acabar a carreira são as experiências que eu vivi aqui, a oportunidade de ter trabalhado com treinadores como Roger, Odair, Marcão, Fernando Diniz, Abel. O Fluminense me dei oportunidade de trabalhar com todos esses treinadores e aprender. Sou grato por tudo que o Fluminense me deu e tem me dado. Eu vou continuar esse tempo aproveitando. Eu estava na arquibancada do Fluminense, eu lembro do jogo da libertadores no Engenhão, que eu fiquei horas pra comprar o ingresso e o Fluminense acaba perdendo pro Boca Juniors, e dois anos depois eu estar jogando, vestindo as cores. Eu vou sempre falar da gratidão que eu tenho por esse clube.”

O que precisa mudar para a partida contra o Bangu

“A gente ter mais uma semana pra treinar isso com certeza já vai mudar algumas coisas. A gente não pode tirar o mérito daquela equipe do Flamengo, que é uma equipe que já treina bastante tempo junto, tem um conceito implementado e muito talentosa. No ano passado, que o Nenê faz o gol, a gente já tinha visto a dificuldade que era. É o tempo da gente entender do que o professor vai passar pra gente, ele cada vez passa mais informações. É injusto cobrar no primeiro jogo do Roger que todo o conceito dele esteja implementado. A gente já está pensando na partida contra o Bangu, tenho certeza que a gente vai ver melhoras no próximo jogo.”

Filosofia de Roger e critica à imprensa

“Para entender a filosofia do Roger, tenho uma critica muito grande à imprensa. A gente vê os sites dando notas para os jogadores quando acaba o jogo. É uma crueldade, porque muitas vezes o jornalista não está no estádio e o jogador fica 2, 3 minutos com a bola. Para analisar o jogo, tem que observar tudo. Tem que analisar os movimentos sem a bola, que são 90% do que a gente faz em campo. Não da pra ler um jogo a partir de melhores momentos. Não da pra analisar só a bola no pé.”

Possível receio em ser a terceira opção da lateral-direita com Calegari e Samuel Xavier na equipe

“O Samuel é um grandíssimo jogador, já acompanhava ele antes. A contratação é só pra melhorar cada vez mais nosso grupo. Ele vai ser super bem vindo. Ontem troquei uma ideia com ele. Eu não tenho vaidade, eu quero ajudar o clube. Se for pra jogar, eu vou jogar, se não for pra jogar eu vou estar lá ajudando meu companheiros, treinando, dando o meu melhor.”

Sobre atuar no meio campo

“É difícil, eu não consigo me imaginar. Eu vou estar onde o treinador pedir, onde for o melhor pra minha equipe. Atuei bastante como lateral-esquerdo na época de Diniz, porque era pra ajudar a equipe, não era minha posição de origem, mas quando a gente se sente útil, a gente já fica feliz demais. Então onde o Roger pedir, onde o Fluminense precisar, na posição que for, eu vou estar ali pra ajudar.”

ST


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