Dirigente do Club Football Estrela da Amadora visita sede do Fluminense e propõe ações conjuntas

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Mais de 7 mil quilômetros (segundo o Google Maps) separam a Avenida Dom José I, na Reboleira, em Amadora, Portugal, da Rua Álvaro Chaves, 41, em Laranjeiras. Mas os endereços guardam a histórica ligação entre dois Tricolores: Club Football Estrela da Amadora e Fluminense Football Club. No sábado (12/09), mais um capítulo foi escrito, com a visita de Tiago Felipe Coelho Dias, Assessor de Relações Internacionais do clube português, para conhecer a sede das Laranjeiras, onde trocou camisas com o vice-presidente de Relações Internacionais, Eduardo Mitke Brandão Reis.

Durante a conversa entre os diretores, não foram tratadas apenas as históricas ocorrências entre os dois clubes, mas também a possibilidade de novos encontros visando troca de experiências entre Tricolores. “É uma honra para nós recebermos a visita de um representante do Estrela da Amadora. É uma instituição com a qual temos uma relação intrínseca, que mistura a história dos dois clubes. Por determinação do presidente Mário Bittencourt, estamos nos aproximando e ampliando as relações entre os clubes nacionais e internacionais que tenham alguma ligação com o Fluminense. A visita já é parte de um trabalho que visa resgatar cada vez mais a história do Fluminense no Brasil e no mundo”, afirmou Eduardo Mitke.

Para o dirigente lusitano, uma oportunidade ímpar para reconectar as duas instituições num futuro que se assemelhe com o passado. “É uma relação de clubes irmãos, temos que admitir que é. O Fluminense faz parte da história de criação do uniforme principal do Estrela da Amadora e acho que essa visita irá estreitar as relações ainda mais. Acho que o Fluminense merece esse reconhecimento por parte de Portugal e dos adeptos do Estrela”, explicou Tiago Felipe.

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Essa ligação histórica, citada por Tiago, teve início em 1951, quando dirigentes do Fluminense, em passagem por Portugal, realizaram uma visita ao clube lusitano. Sensibilizados pela recepção calorosa no local e a simpatia das pessoas do Estrela, quando retornaram ao Rio de Janeiro, enviaram uniformes completos do Fluminense para a sede na Reboleira. A partir daquele momento, estava definido pelos dirigentes portugueses a adoção do “padrão Fluminense que se manteve até os dias de hoje.

Club Football Estrela da Amadora

A Amadora é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito e área metropolitana de Lisboa. É lá que se encontra, na Rua Dom José I, o Estádio José Gomes, a sede do Club Football Estrela da Amadora. Nascido em 22 de janeiro de 1932, o então Clube de Futebol Estrela da Amadora, teve sua época áurea entre 1889 e 1990, quando sagrou-se campeão da Taça de Portugal sob o comando do técnico João Alves.

Em 2010, depois de passar por algumas dificuldades, o clube foi extinto. Já no ano seguinte um grupo de torcedores formou o Clube Desportivo Estrela (CDE) para tentar a refundação do Clube de Futebol Estrela da Amadora. O objetivo principal foi o desenvolvimento da Escola de Futebol Tricolor inaugurada em setembro de 2012, assim como as modalidades de Tênis de Mesa, Esgrima, Pesca Desportiva, Judô, Ginástica e Atletismo, além de manter as cores e tradições da antiga legenda.

Depois de muito trabalho, em julho deste ano, os sócios do Clube Desportivo Estrela realizaram uma Assembleia Geral, reunidos no Estádio José Gomes, com o intuito de votar e aprovar a fusão com o Sintra Football Club. A medida reeditava o Estrela da Amadora, agora sob o nome de Club Football Estrela da Amadora. Abrindo espaço para a disputa do Campeonato Nacional com o uniforme verde, branco e grená.

Uma das definições do grupo que passou a dirigir o novo clube é de reformular todo o Estádio José Gomes, ou “Estádio da Reboleira” como é conhecido no local. Nesta segunda-feira, 14/09, se iniciou a colocação de grama sintética em terreno lateral ao estádio, permitindo aos atletas do clube usarem a área para treinamento.

Capitão Tricolor

A outra ligação entre os dois clubes é ter entre seus ídolos Duílio Dias Júnior, o Duílio, ex-zagueiro do Fluminense e hoje na Supervisão Técnica do Sub-17 em Xerém. Duílio foi capitão e responsável por erguer o último campeonato do clube, a Taça de Portugal, em 1990.

Em 1985 o zagueiro deixou o Fluminense para jogar no Sporting de Portugal. Ele explica que depois de chegar ao país precisou fazer jogos para manter a forma, até que toda documentação estivesse pronta. Para sua surpresa, o primeiro amistoso foi contra o Estrela da Amadora.

“Antes da minha estreia pelo Sporting, fiz alguns jogos com os reservas e minha primeira partida foi muito engraçada. Quando entrei em campo e olhei para o adversário, perguntei a um companheiro de equipe se iríamos jogar contra o Fluminense? Foi a minha primeira experiência com o Tricolor de Portugal”, conta o jogador.

Depois de alguns anos de contrato com o Sporting, Duílio recebeu uma proposta do Estrela da Amadora, vinda de um diretor com quem trabalhara. Segundo ele, a proposta era de que ele seria o capitão e ajudaria a montar o time para disputar a primeira divisão local.

“Me reuni com pessoal do Estrela e foi engraçado porque o presidente me deu um cheque em branco e me perguntou se eu sabia preencher o documento em Portugal. Eu respondi que sabia, preenchi e entreguei a ele. Ele pegou o cheque, colocou no meu bolso e disse: temos o homem. O sentimento de ser campeão pelo Fluminense e pelo Estrela, em Portugal, é indescritível. Aqui tínhamos o grande clube que montou um grande time. Lá, ninguém acreditava no Estrela, mas também se montou uma grande equipe com a qual fomos campeões. Eu fui campeão aqui e campeão lá. Um brasileiro erguer a taça em Portugal, foi um grande feito. Mas é o que eu digo sempre, minha família é toda Tricolor e onde tem essas cores, tem campeão”, afirma Duílio, esboçando muito orgulho das duas equipes.

ST

Texto: Comunicação FFC


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