Até quando CBF?
O Fluminense entra em campo mais uma vez, enfrentando um adversário silencioso, mas poderoso e implacável: o calendário do futebol brasileiro. A cada 72 horas, ou até menos, lá estão os guerreiros tricolores em campo, enfrentando não só os oponentes, mas também o desgaste físico e a falta de tempo para treinos adequados (obviamente, a maioria dos nossos rivais sofrem com o mesmo problema). Enquanto clubes de outros países se preparam planejamento para treino, descansos e afins, sobretudo para os seus jogos mais decisivos da temporada, a realidade do futebol brasileiro é submeter os seus clubes à uma maratona insana, cruzando o país continental, e por vezes o próprio continente, em voos desgastantes, sem tempo para descanso – físico e mental, e aí entra o convívio com os familiares – e muito menos para o aprimoramento tático, Isso então, os treinadores que se virem à beira dos gramados – muitas vezes desgastados pelos mesmos motivos – para ajustarem suas equipes nos jogos oficiais.
E a culpa não é só da CBF. A falta de união entre os clubes brasileiros, mais preocupados em defender seus próprios interesses do que em lutar por um calendário mais justo e equilibrado, contribui para perpetuar essa situação. Enquanto os clubes não se unirem em um movimento conjunto para pressionar a CBF por mudanças, o Fluminense continuará pagando o preço, assim como outros times brasileiros que ousam sonhar com títulos importantes.

Fluminense e Juventude disputaram uma vaga às quartas da competição. O primeiro jogo foi no dia 01/08. Nas partidas que precederam o encontro, o Fluminense jogou em Bragança Paulista (onde venceu o RBR por 1 a 0) no dia 27/07, enquanto os gaúchos receberam o Criciúma, um dia antes. Ou seja, um dia antes para os que jogam em casa; um dia a menos de descanso para o que viaja para enfrentar os donos da casa. Só aí já não faz muito sentido. É assim com o Fluminense nesse caso; é assim com outro clube, em outros casos idênticos. (Em tempo, não justificando a atuação do Fluminense nos jogos, apenas para ilustrar a questão do calendário).
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E esse excesso de jogos desagua onde? Pois é, no desgate físico, dores musculares, lesões e afins que prejudicam muito os clubes. O Flu, por exemplo, vive uma temporada atípica, onde a nossa pré-temporada já não foi das melhores (por conta do retorno do mundial e todo o resto que a torcida já sabe). Serna, esse aí da foto de cima. Chegou, disse a que veio, e já sentiu essa maratona, repita-se, insama que vive o futebol brasileiro. E ele é um dos exemplos…
A torcida tricolor é diferente. Nós somos reconhecidos pela paixão, pela fidelidade, pelo sentimento verde, branco e grená que só quem é tricolor é capaz de sentir. Jamais descrever, pois ainda não existe no universo qualquer adjetivo que ouse definir esse sentimento. Mas nos encontramos impotentes diante desse cenário. Nos resta apenas torcer para que, mesmo com todas as adversidades, o Fluminense consiga superar, além de seus adversários duríssimos, os obstáculos impostos pelo calendário e alcançar a glória continental.
Mas fica o alerta: a CBF precisa entender que o futebol brasileiro está em risco, e a falta de bom senso pode ter consequências desastrosas para o futuro do esporte no país. Alias, já passou do tempo disso acontecer.
ST
Washington de Assis