Análise Tática: Não basta só vontade para vencer o Fla-Flu
O zagueiro Nino destacou, logo após o apito final, que não faltou vontade por parte do Fluminense no Fla-Flu. “Não faltou entrega, não faltou luta”, disse o defensor. Mas não bastava apenas transpiração para conquistar o Campeonato Carioca. Precisava também de inspiração, de uma partida tática e tecnicamente perfeita. No entanto, o Tricolor voltou a cometer os mesmos erros e acabou derrotado por 3 a 1 pelo arquirrival.
Diante do Flamengo, o técnico Roger Machado repetiu a escalação da derrota por 2 a 1 para o Junior Barranquilla. Repetiu também a postura. Uma marcação passiva, posicionada. Procurando mais fechar os espaços do que recuperar a bola.
Quando recuperava, faltava precisão. Recuados, Fred e Nenê não conseguiam acionar a velocidade dos pontas Kayky e Luiz Henrique. O Tricolor terminou a primeiro tempo com um aproveitamento de apenas 68% nos passes, de acordo com dados do SofaScore. Errou 29 dos 92 que tentou na etapa inicial.
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Assim, o Flamengo ficava bem mais com a bola. Durante 74% do tempo, para ser mais exato. Em busca de espaço, o time da Gávea mostrava suas variações táticas no momento ofensivo. Saía do 4-4-2 — com Bruno Henrique e Gabriel Barbosa enfiados à frente — ou para 4-2-3-1 — com Arrascaeta pelo meio e Bruno Henrique pela esquerda — ou para o 4-1-3-2 — com uma linha formada por Gérson (na esquerda), Arrascaeta (no meio) e Éverton Ribeiro (na direita).
Movimentação de Gabriel Barbosa confunde a defesa do Flu
A constante movimentação do Flamengo dava certo sobretudo nas laterais. Mas o lance do gol veio em outra jogada conhecida do rival.

O rival ainda teve tempo para ampliar a vantagem. A marcação do Fluminense errou na cobertura e acabou deixando Gabriel Barbosa, novamente, livre para finalizar.

Queremos ver mais do início do segundo tempo no Fla-Flu: o time com vontade de recuperar a bola
Perdendo por dois gols de diferença e precisando do empate para levar a decisão para os pênaltis, Roger sacou Kayky e Luiz Henrique para as entradas de Gabriel Teixeira e Caio Paulista. Mas a maior mudança aconteceu na postura.
Assim como em outras partidas, o Tricolor voltou mais agressivo, pressionando o adversário e procurando recuperar a bola. O resultado não tardou a aparecer. Logo aos três minutos, Caio Paulista começou a jogada e após “triangulação” recebeu dentro da área para sofrer um pênalti — marcado após a revisão do VAR. Fred bateu e diminuiu.
O GOL É DELE!!! FRED!!!!!!!!!!!!!!
VAMOS VIRAR NENSE!!!!!!!!!!!!!!!! 🇭🇺
📽️: Cariocão pic.twitter.com/REiTyh4FCo
— Saudações Tricolores (@STpontocom) May 23, 2021

O gol incendiou o Flu e e acuou o Fla. Tanto que, com apenas 20 minutos da etapa final, os gandulas já haviam sumido. Mas a falta de repertório ofensivo pesou.
A entrada de Cazares no lugar de Nenê deu mais velocidade nas viradas de jogo. No entanto, sem ultrapassagens coordenadas dos laterais, os atacantes recebiam sempre de frente para dois ou três marcadores.
As chances vieram na bola aérea — “calcanhar de Aquiles” da defesa do Flamengo. Na primeira, Luccas Claro subiu mais que os rubro-negros, mas cabeceou por cima. Enquanto, na segunda, nem Danilo Barcelos, nem Luccas Claro alcançaram o cruzamento na falta cobrada por Cazares.
No fim, a entrada de Abel Hernández e Bobadilla nas vagas de Fred e Yago Felipe tinha a intenção de decretar um abafa, mas acabou esvaziando o meio-campo.

Próximo jogo
Com a derrota na final do Cariocão, o Fluminense volta suas atenções para a Copa Libertadores da América. Depois de perder em casa para o Junior Barranquilla, o Tricolor precisa vencer o River na Argentina para garantir a vaga sem depender de outros resultados. Mas o início de segundo precisa servir de lição para a próxima partida.
River Plate e Fluminense se enfrentam na próxima terça (25), às 19:15h. no Monumental de Nuñez.
ST
Lucas Meireles