A final que nunca deveria existir
Por: Bruno Todaro
Fluminense x Flamengo desta quarta-feira será lembrado no futuro como o mais vergonhoso de toda história
Sessenta e seis mil. Poderia muito bem ser o público presente da partida de logo mais. Mas não. São os números de mortes confirmadas causadas pela COVID-19. No RJ, local do campeonato mais importante do mundo da bola, foram 10 mil vidas perdidas por esse motivo. No entanto, a bola vai rolar nesta quarta-feira, às 21h30, na FluTV (ou pode ser que role na FlaTV também, ou até na Globo… ninguém sabe de fato).
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Vindo de um ano perfeito, dentro dos campos e fora deles, o Flamengo chega ao Campeonato Carioca com um time cheio de garotos e sem muitas pretensões.
Já o Fluminense, que acumula anos desestimulantes de um futebol sem muito sucesso, encara o campeonato como uma oportunidade para ganhar moral para o grande ano que vinha pela frente.
Com o tempo, vem a paralisação. Com a paralisação, o Carioca vira a conquista mais importante para o Flamengo. Não pela taça em si, mas pela oportunidade de se consolidar como o “grande clube anti-sistema que vai provar sua grandeza e revolucionar o futebol”. Esse discurso, já construído na base da ignorância, morre após a demonstração de ganancia dos mandatários rubro-negros.
Nunca foi pelo esporte. Nunca foi pelo entretenimento ao seu torcedor, já abalado por uma pandemia. Mas sim pelo poder. É pelo dinheiro que viabiliza o super elenco. E esse super elenco abafa o que deveria ser explicado.
O time que previa arrecadação bilionária ainda não resolveu suas pendências com as famílias afetadas com a tragédia do ano passado. O time que paga mais de 2 milhões pelo seu “Messias” Jorge Jesus demite funcionários durante a paralisação.
É sobre isso que falaremos no futuro ao conversar sobre este jogo. Possivelmente o último jogo da edição mais vergonhosa do Carioca, essa final jamais poderia existir.
ST