SUB-15 E SUB-17 – A fábrica não para!

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Ontem, mais uma vez, estive em Xerém para acompanhar os jogos dos nossos moleques do Sub-15 e do Sub-17, que enfrentaram a molecada do Madureira, dentro das categorias. Tanto os comandados de Lindolfo quanto os de Torres, conseguiram vencer seus jogos – 1 x 0 e 3 x 1, respectivamente. E com um futebol que não desiste do ataque, mesmo com a vantagem no placar. Está dando gosto ver esse “tal” DNA sendo implementado nas divisões de base do Flu.

SUB-15

É muito cedo para falarmos de “principais destaques” ou chamarmos a atenção para esse ou para aquele jogador. Primeiro, por serem muito novos e encararem moleques muito novos, por óbvio. E segundo, mas não menos e talvez até mais importante, é para não deixar “subir à cabeça” algum tipo de elogio, que venha gerar um holofote precoce e completamente desnecessário em cima dos nossos meninos que estão no início do processo para serem forjados jogadores. Isto posto, e com cautela, ainda assim, há quem já possamos perceber que tem “algo diferente”.

Matheus Pedro comanda mais um ataque tricolor – Foto: Léo Brasil / Saudações Tricolores

Inicio falando sobre o Fabinho. Volante habilidoso, com muito pulmão e poder de marcação, que ontem desfalcou o Flu por estar na seleção. Tive a oportunidade de vê-lo em campo no penúltimo jogo (contra a Portuguesa, lá mesmo em Xerém) e ele foi um dos nomes daquela partida. Senso de posicionamento e muita inteligência, tanto na hora de sair jogando, quanto na hora de marcar. Outro jogador que vem mostrando grande potencial, é o nosso lateral-esquerdo Esquerdinha, também desfalque por estar na seleção. Mostra muito senso de cobertura e sabe apoiar bem. Gustavo, atacante, já vem aí, confirmando a essência tricolor em formar camisas 9. Também ausência ontem, também na seleção.

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Victor Cauã tenta a finalização – Foto: Léo Brasil/Saudações Tricolores

Outro que merece menção é o Victor Cauã, meio-campista. Versátil, ele aparecia em todo o meio de campo, tanto apoiando o ataque – participou das principais jogadas – quanto na cobertura da defesa. Dracena, que entrou na posição que seria de Fabinho, também cumpriu bem o papel de volante e desarmou vários lances de perigo. Ele também organizava as saídas de bola com Matheus Pedro. Esse, baixinho, canhoto e habilidoso demais, vai precisar encontrar uma forma de se impor contra adversários de maior porte físico. Futebol e visão de jogo ele mostrou que tem. No ataque, Brasília e Kauã Elias vêm mostrando muito talento e faro de gols. Foi do primeiro o gol que garantiu a vitória de ontem. Têm habilidade e precisam desenvolver mais o coletivo, mas mostram que sabem jogar muita bola.

Dracena em ação – foto: Léo Brasil/Saudações Tricolores

Nossa dupla de zaga, Matheus Luiz e Rodrigo, mostrou muita sobriedade em campo, o que impressiona pela pouca idade. Quando era para despachar, era feito sem vergonha nenhuma; quando era para colocar no chão, era feito com muita categoria. Ambos, inclusive, tiveram boas oportunidades no ataque, em cobranças de faltas e escanteios. Por fim, um dos grandes nomes na partida de ontem, o lateral-direito, e capitão do time, Júlio César, gastou a bola. Ganhou todas, sim TODAS, as divididas e fez um partidaço. Apoiou muito, ajudando o encapetado Lucas a criar pela direita – outro atacante rápido e que parte para dentro do adversário –  e não deixou espaços atrás. Davi, nosso goleiro, foi pouco exigido ontem, mas mostra muito potencial.

SUB-17

Categoria mais badalada, sobretudo depois do surgimento da geração de Metinho, Kayky e cia, os comandados de Guilherme Torres vêm agradando, e muito, os tricolores que tem conseguido acompanhar os jogos (alguns são televisionados ou passam no site MyCujoo). E ontem pudemos assistir à essa renovação. Torres mandou a campo um time com cinco jogadores que acabaram de subir de categoria e estão no seu primeiro ano com ele. Agner (meia-atacante), Luis Fernando (atacante), Kayky Almeida (zagueiro), Daniel Lima (lateral-esquerdo) e Luiz Jung (goleiro) são todos de 2005, assim como Arthur. Mas, esse último, já estava na categoria no ano passado.

Molecada do Sib-17 comemorando o primeiro gol anotado por Luís Fernando (à esquerda) – foto: Léo Brasil/Saudações Tricolores

Álvaro, goleiro titular, ainda está se recuperando de uma lesão muscular mais importante e ainda não tem previsão de retorno. Mas o gol do Flu está bem servido com Jung. Sem culpa no gol sofrido, o goleiro sempre que foi exigido estava atendo e fez uma partida muito segura, sobretudo nas saídas do gol em cobranças de faltas e escanteios. Agner tem muita habilidade na perna direita e uma visão de jogo privilegiada. Mais uma vez entrou bem e ajudou o ataque tricolor na criação das jogadas. Pega muito bem na bola e joga de cabeça erguida. Alias, ele e o Arthur no meio de campo, fizeram uma dupla de meias de encher os olhos de qualquer tricolor. Como joga bola esse tal de Arthur. Mais uma vez destruiu o jogo ontem. Até bicicleta ele meteu, num lance absurdo que, por mero capricho dos deuses, não terminou em gol. O camisa 10 comandou o time com lançamentos, inversões de jogo, dribles desconcertantes e foi premiado com um gol – no pênalti que ele próprio sofreu.

Arthur comemora seu gol. Gabriel Lyra chega para celebração – Foto: Léo Brasil / Saudações Tricolores

E, quando eu disse que quando uma bola bate numa moita em Xerém caem cinco volantes de qualidade, era MENTIRA MINHA! Confesso! Caem 15! Thiago teve a competência de trazer o apoio à nossa zaga, e ainda assim, conseguiu aparecer bem na frente, apoiando o ataque.  Juan, que entrou no lugar do Agner, teve uma atuação diferente de quem substituiu, mas manteve a pegada no meio de campo. Mostrou qualidade nos passes e muito senso de cobertura. Hiago entrou no fim, e não teve muito tempo para mostrar seu valor, mas sabemos do potencial dele de outras partidas.

No ataque, Isaac pela direita conseguiu boas jogadas, se apresentando muito e dando profundidade na lateral. Entrou várias vezes com perigo pela direita e dialogou muito com os laterais. Primeiro com Erik, que começou o jogo e foi muito bem. Na sequência com Christian, que entrou e manteve a ala direita apoiando o ataque e sem deixar espaços atrás. Do outro lado, Luís Fernando – autor do primeiro gol – se movimentava bastante e conseguiu confundir a marcação. Daniel Lima e Rafael Monteiro, os laterais-esquerdo do jogo (Daniel começou e Rafael entrou no decorrer), conseguiram apoiar muito bem, sobretudo o primeiro, com jogadas de ultrapassagem pela canhota.

No comando, mais um camisa 09 no forno: Gustavo Lobo. Sabe usar o corpo, sabe finalizar, participou das principais jogadas de ataque enquanto esteve em campo. Parece meio “desengonçado” (esse é especialmente para você, Lobo, que tenho certeza que vai ler essa matéria), mas mostrou muita habilidade ao matar uma bola dificílima, na lateral do campo, e que vinha de uma jornada nas estrelas. Tem cheiro de gol esse moleque, como todo camisa 9 deve ter.

*nota da redação: estava aguardando para falar com o técnico Guilherme Torres, Gustavo Lobo passa por mim – mantendo a distância –  e fala: “Você viu a matada? Viu?” e saiu aos risos. Vi, Gustavo. E foi realmente uma matada “nojenta”, “ridícula”… hehehe…

Samuca, na comemoração do seu bonito gol – foto: Léo Brasil / Saudações Tricolores

Por fim, Samuca, outro que vem fazendo sua temporada de estreia no sub-17, entrou e sacudiu o jogo pela direita. Deitou e rolou para cima da zaga e anotou mais um golaço. Habilidoso e insinuante, Samuca vai para cima mesmo, sem medo. Gabriel Lyra, outro que entrou no decorrer do jogo, manteve o alto nível do ataque e ainda meteu uma na trave.

NOS ACRÉSCIMOS:

Resumindo: nossa fábrica de craques não para. A forma como o Flu vem trabalhando a base é vista nesses moleques que entram em campo e mostram muita qualidade. Todos ali serão craques? Difícil responder, mas provavelmente não. Mas que todos tem grande potencial para ser, ao menos, destaques em suas posições, não tenho dúvidas. Não é que não existam erros a serem corrigidos; não é que a atuação de todos tenha sido impecável – até pela idade – ; não é que esteja tudo perfeito e às mil maravilhas em Xerém. Mas que o que está acontecendo é bonito de se ver, isso eu não tenho dúvidas.

Foto: Léo Brasil/Saudações Tricolores

Nessa minha nova empreitada, de poder acompanhar a base mais de perto, comecei a ver e a acompanhar o crescimento e o desenvolvimento desses moleques. É nítido. Se todos eles FOCAREM a cabeça no trabalho, entenderem que o corpo físico é a ferramenta de trabalho deles, para o sustento e uma vida melhor para suas famílias, se não ficarem perdendo tempo com redes sociais e suas futilidades, acredito que, pelo menos, uma boa parte desses atletas que lá estão, terão uma carreira com muito a conquistar. Depende só deles.

Hoje, o Flu, seguramente, uma das bases mais completas do Brasil, em termos de estrutura, e se destaca pelo desenvolvimento dos atletas. Ao lado, podemos observar outras como Palmeiras, Flamengo, São Paulo e Athlético-PR.

E que continue assim, ou melhor, que continue se desenvolvendo sempre. A fábrica não pode parar. A fábrica não para.

ST

Pedro Rangel


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