Análise Tática: Resumo do Fluminense no Brasileirão 2020
Ao longo do Brasileirão, comecei a fazer a Análise Tática como um resumo dos jogos do Fluminense. A ideia surgiu por acaso. Enquanto assistia uma partida contra o Palmeiras, pela segunda rodada, uma imagem me chamou a atenção. O meia Michel Araújo correndo, em meio a uma dúzia de palmeirenses, e sem nenhum opção de passe.
Neste momento, veio o pensamento de tentar resumir, através de estatísticas e interpretações, porque o Fluminense tinha tanta dificuldade na transição ofensiva. Na primeira boa chegada do Fluminense, Yago Felipe conduziu a bola pelo meio e Nenê saiu da direita. Mas a falta de amplitude impediu que o time abrisse a defesa palmeirense. Neste momento não havia ninguém aberto pela direita (Foto: Reprodução/Rede Globo)
A boa recepção do primeiro texto me encorajou a fazer mais. Então, comecei uma rotina de acompanhar os jogos com o dobro de atenção. Sempre fazendo anotações e acessando o site SofaScore para conferir os dados em tempo real.
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Já na partida seguinte, contra o Inter, o técnico Odair Hellmann apresentou uma solução para o problema da transição. Com Nenê atuando pelo meio e Michel Araújo aberto, o Tricolor cresceu, sobretudo na segunda etapa.
O novo posicionamento de Nenê, aliás, culminou com uma grande atuação do meia na Copa do Brasil. Como apresentei no único texto publicado enquanto o Fluminense disputava a competição.

Evolução do Fluminense e da Análise Tática
As mudanças no posicionamento de Nenê e Michel Araújo não foram as únicas no setor de ataque. Com o tempo, pude observar que o Flu, de Odair Hellmann, encontrou um padrão para chegar ao gol do adversário.

A vitória contra o Atlético-GO, no entanto, só não veio porque o Fluminense reagiu mal a expulsão de Hudson. Diferentemente da do jogo contra o Corinthians, quando o Fluminense voltou a repetir a jogada em um dos gols de Nenê.
Enquanto a defesa continuava a apresentar uma marcação compacta, uma das principais virtudes dos times de Odair. Como, por exemplo, no primeiro tempo da derrota por 3 a 1 para o São Paulo no Morumbi.
Hiato
Entretanto, o resumo das partidas do Fluminense durante o Brasileirão teve de parar. Durante um período entre o fim de 2020, precisei dar uma pausa com quadro por causa do TCC, diga-se de passagem.
Por isso, fiquei sem escrever a Análise Tática e retornei somente na derrota por 2 a 1 para o São Paulo no último jogo do ano. Partida que, apesar da derrota, teve grande atuação de Fred.
Retornando de vez em 2021 após a vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo. Jogo que o Flu apresentou um novo comandante à beira do campo — Ailton Ferraz, que substituiu Marcão enquanto o treinador estava com COVID19 — e uma nova ideia de jogo. No Fla-Flu, o gol de Yago Felipe nos minutos finais coroou dois pensamentos da comissão técnica para a partida: a marcação compacta e a infiltração dos meio-campistas. Além de fazer a torcida tricolor recordar do Gravatinha — personagem folclórico do cronista Nelson Rodrigues para explicar os momentos inexplicáveis a favor do Tricolor.

Correções na defesa
Depois apresentou uma sequência de por erros defensivos. Como no empate em 3 a 3 com o Coritiba, no Couto Pereira, por exemplo. Onde a falta de cobertura resultou em muitos espaços nas costas dos laterais.
Problema que mais tarde seria solucionado pelo técnico Marcão. Sobretudo com as entradas de Martinelli no meio-campo, além de Luiz Henrique e Lucca no ataque. Mais equilibrado defensivamente, o Time de Guerreiros conquistou uma vitória contra o Bahia e teve a defesa como principal destaque no empate em 0 a 0 com o Atlético-MG.

Último jogo
A última partida do Fluminense pelo Brasileirão serve como um resumo do Tricolor na competição. Para um time que fez mais de 40% dos seus gols a partir de bolas paradas, nada mais justo que encerrar o Campeonato com dois que vieram de cobranças de escanteio.
Contra o Fortaleza, o Flu entrou sonhando com uma vaga no G4. Para isso, era preciso vencer e torcer para um tropeço do São Paulo contra o Flamengo. Em seu último jogo no comando, o técnico Marcão só não contou com Nino e Egídio, suspensos. Uma vez que Martinelli conseguiu se recuperar há tempo da lesão no tornozelo.
O volante, aliás, voltou a desempenhar a função de sair a bola entre os zagueiros. Assim, o time pôde adiantar os laterais e ocupar mais o campo do adversário.
Mas o que definiu o jogo mesmo foram os escanteios. Na primeira etapa, Nenê cobrou e Fred precisou de duas tentativas para abrir o placar.
GOOOOOOOOOL! É DELE DO NOSSO CAPITÃO! DO NOSSO ÍDOLO! DO NOSSO ETERNO CAMISA 9! Fred aproveita rebote do goleiro e abre o placar para o Fluzão!
🎥: Premiere pic.twitter.com/9pkNsUbwSa
— Saudações Tricolores (@STpontocom) February 26, 2021

Já na segunda etapa, o zagueiro Matheus Ferraz — responsável por substituir Nino — deu números finais à partida.
GOOOOOOOOOL! Matheus Ferraz de cabeça faz o segundo do Fluzão! G4 cada vez mais perto!
🎥: Premiere pic.twitter.com/SWARcZQfmq
— Saudações Tricolores (@STpontocom) February 26, 2021
O Fortaleza até terminou com mais posse de bola (52 a 48%), principalmente por causa da segunda etapa. Mas pouco ameaçou. Nas duas únicas finalizações de fora da área que acertaram o gol tricolor, o Leão do Pici esbarrou em Marcos Felipe, que mais uma vez encerra uma temporada como titular — desta vez barrando Muriel, liberado por conta da morte de seu pai.
Assim, termina o resumo do Fluminense no Brasileirão 2020. Espero que, na edição 2021, eu possa voltar a trazer mais interpretações sobre a parte tática do time.
ST
Lucas Meireles