Análise Tática: Sistema defensivo do Flu é destaque contra o Atlético-MG
O sistema defensivo do Flu teve uma atuação elogiável no empate em 0 a 0 contra o Atlético-MG. Diante de um dos ataques mais avassaladores do Brasileirão, o Tricolor teve muito menos posse de bola. Mas, se segurou a marcação e por pouco não conseguiu a vitória.
Entretanto, antes de falar do sistema defensivo do Flu, é preciso primeiramente examinar o futebol do Atlético-MG. O Galo, do técnico Jorge Sampaoli, pratica um jogo propositivo. Em seus melhores momentos no Campeonato Brasileiro, o clube mineiro apostou na troca de passes no campo do adversário. Circulando a bola até que ela chegue aos laterais ou pontas no mano-a-mano. Estes, por sua vez, cruzavam para os jogadores que infiltram ou buscavam a finalização.
O técnico Marcão entendeu este estilo e adotou uma estratégia para combatê-lo. Como o próprio treinador explicou na coletiva de imprensa.
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“A formação do Atlético nós já sabíamos. Fizemos isso nos treinos ao longo da semana. Sabemos que eles seguram o Guga e liberaram o Arana. Tem os homens de dentro que toda hora estão pisando na área, sabíamos que teríamos que correr cinco ou seis metros para trás”, contou o técnico do Flu.
Mudanças no sistema defensivo do Flu contra o Atlético-MG
Sendo assim, o treinador adotou uma linha mais baixa de marcação e mudou o posicionamento de alguns jogadores. Abriu mão dos volantes lateralizados e recuou Martinelli, por exemplo. O camisa 38, que ainda não perdeu desde que assumiu a condição de titular, atuou como uma espécie de “pivô defensivo”. Sem a bola, se posicionava entre os zagueiros Luccas Claro e Matheus Ferraz — que substitui Nino, lesionando — formando uma linha de cinco defensores.

Enquanto que, quando o Flu recuperava a bola, se adiantava para ligar os contra-ataques. Como mostra o mapa de calor do versátil volante.

Por outro lado, a recomposição dos pontas Lucca e Luiz Henrique, sobretudo no primeiro tempo, dobrava a marcação pelos lados. Impedindo os atleticanos de jogar no “um contra um”.

O resultado foi um jogo consistente na defesa. Embora tenha tido mais posse de bola (28 contra 72%) e tenha trocado mais de 530 passes a mais no Maracanã, o Galo não conseguiu envolver o Flu. O Tricolor liderou nos números defensivos. Conseguindo 18 desarmes, 18 interceptações e 18 cortes. E o goleiro Marcos Felipe, por exemplo, precisou fazer apenas uma defesa ao longo da partida.
Pecado nos contra-ataques
Se o sistema defensivo do Flu pode ser elogiado contra o Atlético-MG, o mesmo não pode ser dito da parte ofensiva. Do meio para frente, o Tricolor errou muitos passes. Foram 62 passes errados ao longo do jogo.
Por isso, o Fluminense recuperava a bola. Mas logo a perdia novamente para o Atlético-MG.
Com o passar do tempo, Sampaoli lançou o time ainda mais à frente. O argentino com o chileno Eduardo Vargas e o veterano Diego Tardelli — que não entrava em campo desde Março de 2020. E os espaços então começaram a surgir nas costas dos defensores.
No melhor contra-ataque, Nenê lançou John Kennedy, que entrou no lugar de Fred que sentiu antes do intervalo. O jovem atacante, no entanto, acabou caindo sozinho dentro da área.

Com o empate, o Fluminense se mantém muito próximo da classificação para a pré-Libertadores. Entretanto, o Tricolor perdeu a oportunidade de ultrapassar o São Paulo e encostar no próprio Atlético-MG. O próximo do Flu é na próxima segunda-feira (15), às 18h, diante do Ceará na Arena Castelão.