Thiago Silva concede sua primeira entrevista coletiva após apresentação no Maracanã

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O zagueiro Thiago Silva, novo reforço do Fluminense, foi apresentado no Maracanã na noite desta sexta (07/06). Após apresentação, que contou com show do grupo Sorriso Maroto, o Monstro concedeu entrevista coletiva.

Foto: Marina Garcia / FFC
Foto: Marina Garcia / FFC

P: Essa demonstração de carinho nessa sua primeira noite de retorno ao Brasil te dão certeza de que era a hora de voltar?

R: Muitas pessoas me perguntam isso. Muitos perguntam porque não voltei antes, pelo fato do Flu ter vencido a Libertadores. Simplesmente não era o momento pra voltar, eu sempre cumpri meus contratos. Eu tive uma grande proposta pra sair em Janeiro, até do próprio Fluminense, e procurei cumprir meu contrato. E se eu to feliz hoje é porque eu honrei com meus compromissos e por isso a noite foi especial.

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P: Queria saber da programação: se você já alinhou quando você treina com o elenco e se dia 10/07 você já tá pronto para estrear.

R: Agora é hora de programar uma mini pré temporada. Eu to vindo de um período inativo e o grupo já tá jogando. Essa semana fiz uns treinos bem adaptados em Londres, essa semana agora também, para que eu possa ali depois do dia 17 estar entrando nos treinos para me entrosar e pegando condicionamento junto com o pessoal, porque sozinho é muito difícil.

P: Ano passado, nesse mesmo Maracanã, o Flu ganhou do Boca na final da Libertadores. Como você viu?

R: Nervoso, acompanhado dos meus filhos e da minha esposa, gritando muito. Final é sempre jogo muito nervoso. Rapidamente parando e pensando em todas as finais, poucas são bem jogadas, a maioria é sempre muito truncada, ninguém quer perder. Eu acho que o  Fluminense jogou muito mais na fase de grupos do que na final, mas era o que tinham que fazer, coisa que não fizemos em 2008. Eu trocaria muito mais um jogo não bem jogado e ter sido campeão do que o contrário. Mas faz parte do futebol, a gente aprende e se fortalece. No final fiquei muito aliviado, apesar de distante.

P: O que você vê como único no estilo de jogo do Fernando Diniz e qual característica sua você acha que pode contribuir?

R: É difícil de fora ter essa análise. É muito diferente de todos os outros jogos, diferente de ser analisado, mas acredito que é muito treino. Tudo bem programado. Isso eu tenho certeza, pra funcionar muito bem, requer muito trabalho. Joguei com ele e sei o quanto ele gosta de trabalhar. Em relação a mim, eu sou um jogador muito técnico, e ele pede pra sair jogando, coisa que eu acho que mais sei fazer. O torcedor fica nervoso mas se for bem treinado a gente faz a coisa certa.

P: Tivemos o recorde de público em uma apresentação de jogador no Brasil. Queria que você falasse desse recorde.

R: Primeiramente muito nervoso. Diferente de jogar, que eu domino e me sinto bem com pressão… Mas essa pressão de hoje foi difícil mas especial. Como eu falei no campo, nem nos meus sonhos eu imaginaria viver esse momento com minha família no Maraca lotado. Tinham jogadores de 2008, fiz questão de convidá-los. Vai ser um dia inesquecível para mim.

P: Qual a importância da sua família na sua carreira e como fica seu coração com sua esposa em Londres e você aqui?

R: É difícil. Acho que isso mostra meu amor pelo Fluminense. Deixar minha família em Londres, 11 horas de voo, quatro horas de fuso, não vai ser fácil. Eu acredito em tudo que Deus preparou pra mim. Foi o Flu que me abriu as portas depois da minha doença. Se vocês olharem minha carreira, eu ganhei muito e quero continuar ganhando nesse clube.

P: Você veio para conquistar a cereja do bolo, que é o bi da libertadores?

R: Pode ter certeza que é o meu desejo e meu sonho. Eu não vim para brincadeira, não vim passear. Se fosse passear eu ficava com a minha família. Aqui meu comprometimento vai continuar sendo alto, ainda mais porque eu sei o quanto as pessoas tem essa expectativa. Eu vou procurar trabalhar pra corresponder dentro de campo.

P: Como sua experiência pode ajudar esse elenco?

R: Apesar de eu ser um cara experiente que posso acrescentar, eu acredito que de início eles vão muito mais me ajudar do que  o contrário. Eu estarei sem ritmo e inativo. Para que eu possa me entrosar com eles, eles vão ter que me ajudar muito. Eu tava brincando, um ou outro vai ter que correr pra mim (risos). Eu vou mapeando, porque nesse início vai  ser um pouco difícil. Até eu me acostumar com o futebol brasileiro e com os gramados… que é uma luta constante. Acredito que segunda já vou pro CT.

P: A torcida falou que você é o melhor zagueiro do Brasil. Quais são pra você os melhores do país?

R: Então, eu sempre via os jogos do Fluminense, apesar do horário… A gente tem grandes zagueiros aqui. A gente cria grandes zagueiros. O Murilo que saiu recentemente do Corinthians e já estão pedindo na seleção. O nosso Marlon, moleque de Xerém, Felipe Melo que para mim dispensa comentários… Com certeza tem os atalhos.

P: O Gegê falou antes de você vir que te ama. O quanto os funcionários são importantes para você?

R: Foi especial o Gege me entregar a camisa. Eu pensei muito nisso. Na apresentação do Marcelo o presidente deu pros filhos dos jogadores entregarem e eu pensei em colocar o Gege para representar todos os funcionários do clube. Um cara que eu tenho carinho, respeito, e sempre me tratou muito bem. Um cara especial para mim. Ele pode não saber de toda essa importância, mas ele me fortaleceu muito no início. Me sinto feliz de ter tido essa iniciativa.

P: Você chega num Fluminense campeão da Libertadores. Isso te tranquiliza? Ou a cobrança é ainda maior?

R: Na verdade, todas as equipes veem o Fluminense como equipe a ser batida. Se preparam para tal situação. Por isso o início foi mais abaixo, agora eu acredito que vá subir novamente. Quando você ganha algo grande como a Libertadores, você tem um delay para entrar de novo nos trilhos. Nosso rival teve a mesma dificuldade. É normal que isso aconteça, mas eu acredito que a pré temporada não foi legal.Teve o mundial, você alonga mais a temporada, tem menos tempo de preparação e agora é o momento que eu acredito que o Flu vá subir. Pressão existe sempre, principalmente no Brasil. Espero que eu possa fazer o Fluminense novamente vitorioso.

P: Tivemos a sua apresentação esse ano, a do Marcelo ano passado… Como você vê o retorno do Marcelo e se isso te motivou

R: Dúvida de que eu voltaria eu nunca tive, mas a cobrança foi grande, não só do Marcelo como do Renato, do Cano… Quem eu trocava mensagem. Marcelo falava “vem logo, daqui a pouco não to mais aqui”, na brincadeira óbvio. A escolha foi muito acertada e to com meu coração tranquilo. Passei um período difícil pensando em deixar ou não  a família mas minha escolha foi a mais acertada.


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