SOB A LUZ DO REFLETOR – Diniz dá um baile em Diniz!

A escalação sai e a revolta é imediata. Inacreditável a insistência em um time que acabou de perder três jogos seguidos. Essa foi a sensação minutos antes do jogão de bola entre Grêmio e Fluminense, no último domingo. Diniz ignorou tudo: Resultados, torcida e o óbvio. Escalou Airton, Bruno Silva e Allan no meio de campo, três volantes sendo dois deles lentos demais. Não podia dar certo, e não deu! Os primeiros 20 minutos foram uma surra do Grêmio, que passeava em campo, fazendo gols e deixando qualquer tricolor com aquela sensação do 7×1 da Alemanha no Brasil.

O fato é que foi merecida essa surra inicial, mas para que a verdade chegasse ao nosso técnico, precisávamos de uma forcinha dos Deuses do futebol, para a missão não se tornar impossível. Então achamos um gol numa bela trama, mas que Luciano arremata errado e Yoni esperto balança as redes. Grêmio, sentindo a fragilidade do Fluminense no primeiro tempo, estava tranquilo, mas exagerou e Júlio César, nosso ex-goleiro, deu bobeira e Luciano diminuiu, recolocando o Fluminense no jogo e dando uma bela oportunidade do nosso treinador enxergar o óbvio.

Uma coisa é certa: Mesmo sendo óbvio é preciso enaltecer o Diniz por ter acertado. Claro que ele corrigiu o próprio erro, mas os acertos devem sempre ser elogiados e temos que tirar o chapéu para as substituições e, acima de tudo, a postura que o Flu voltou para segundo tempo. Com Danielzinho no lugar do Airton, sem três volantes no time, o Fluminense massacrou o Grêmio durante uns 25 minutos. Era chute pro gol, cabeçada de escanteio, cabeçada de falta e o Júlio César, tentando se redimir, pegando tudo. Até que no rebote de uma cabeçada de Luciano, Matheus Ferraz empatou. Matheus Ferraz é um cara interessante, não só pelo bom futebol que vem apresentando, mas por ganhar todas as bolas no alto. Eu disse todas! No ataque ou na defesa ele ganha todas, mas o gol nunca saia e dessa vez saiu em um rebote.

Flu continuou pressionando e aí que o Diniz matou a própria escalação inicial, mostrando como estava errada: Sai Guilherme e entra Pedro. Meu Deus, quanto acerto! A postura do Flu não era aquela de passar pro lado, sem objetividade, o Flu jogava para frente, lançando bolas na área sim, mas não era chutões, eram cruzamentos. Um camisa 9 era essencial e, sendo o Pedro,  melhor ainda. Afinal, quem bateria um pênalti? Luciano? Pelo amor de Deus. Pedro entrou, pegou a bola do pênalti que Matheus Ferraz sofreu e desempatou a peleja.

Não é toa que o grêmio é um dos melhores times do Brasil e foi para cima da gente, mas nessa altura o Flu já estava arrumado, com sua melhor escalação possível em campo e com moral. Jogo ficou lá e cá e numa falha da nossa defesa, incluindo nosso arqueiro, o zagueiro do Grêmio empatou.

Nesse momento final do jogo, o Flu poderia até fazer uma cera, que não seria feio. Mas nosso técnico tem coragem necessária, que muitos outros consagrados não tem, e o jogo ficou dinâmico, com os dois times atacando e sendo atacados. E aí chegou a hora do golpe final e ele veio com nosso guerreiro do ataque, que andava sendo substituído sem razão em outros jogos. Yoni Gonzales pegou uma sobra de uma falta batida na área (sim, batemos algumas faltas na área, faz parte do futebol, não é tão feio assim) e fechou o caixão. 5 x 4 para o Fluminense nesse jogo épico.

Foi impressionante o nó tático que Fernando Diniz deu no Fernando Diniz. Com uma sensibilidade enorme e, acima de tudo, coragem para vencer, Diniz fez tudo certo do intervalo para o final do jogo, acabando com qualquer chance da escalação do Diniz inicial vingar. Parabéns.

O que todos os torcedores tricolores esperam é que essa vitória seja um marco para o resto da temporada. Que a partir desse jogo, nosso treinador tenha entendido que a escalação nas três derrotas não vai nos dar vitórias. O Fluminense estreou no Brasileiro nesse último domingo, com uma moral elevada e com time certo. Diniz é um excelente treinador, sem ele não conseguiríamos essa vitória e nem outras que virão. Não é difícil escalar o time certo. As vezes não vai satisfazer a todos por preferências pessoais e de quem treina diariamente com o grupo, mas o conceito precisa ser correto. Com três volantes, o time não vai conseguir fazer o belo futebol que Diniz prega e quer para gente. Se vai entrar o Danielzinho, o Léo Artur, Guilherme ou outro qualquer, eu não sei! Só não pode vir com três volantes e, de preferência, favor colocar um camisa 9 lá dentro da área.

Não consigo imaginar uma recaída. Diniz perdeu essa semana Airton e Bruno Silva. (olha os Deuses do futebol aí de novo!) A escalação contra o Botafogo é uma incógnita. Caio Henrique para o meio? Não esqueçam que ele já declarou algumas vezes que é volante e não gosta de jogar como armador. Ganso volta? Yuri estreia? Sábado saberemos se Diniz aprendeu a lição que o Diniz deu a ele no domingo passado.

 

Toque curto:

–  Só o Fernando Diniz conseguiria ajudar o Flu nessa virada. Ele é importantíssimo ao time, se esquecer esse negócio de três volantes.

– Não sei exatamente, mas acho que o Flu finalizou mais no segundo tempo dessa partida contra o grêmio, que o somatório das três derrotas anteriores. A objetividade é muito importante.

– Fiquei sabendo que na Inglaterra, o VT do jogo do Flu contra o grêmio foi passado insistentemente antes das semifinais da Champions league. O Futebol respira graças a 3 grandes clubes mundiais.

– Minha escalação para sábado: Rodolfo, Gilberto, Nino, Matheus Ferraz, Igor Julião; Allan, Caio Henrique, Ganso (Danielzinho ou Léo Artur), Luciano; Yoni e Pedro (João Pedro)

– Com os desfalques, o Flu tem chance de escalar um meio de campo com 4 canhotos. Dr. Secador já foi acionado e está se fazendo de morto. Para quem não sabe, Dr. Secador abordou nosso ex-técnico Levir Culpi, nas ruas do Leblon, para tirar satisfação que o time tinha 7 canhotos na época. Agora Diniz pode ter que escalar um meio de campo lotado de canhotos e meu zap está aguardando as manifestações do nosso querido amigo. Mais notícias semana que vem!

SDT