Seriedade, por favor

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A você que me lê, antecipo minhas desculpas pelo desabafo, mas é que está difícil demais. Escrever sobre o nosso maior amor, nessa situação, é de arrasar o coração de quem ainda acredita.

É verdade que no Brasil predomina uma mentalidade resultadista, e que isso, por vezes, impede que um bom treinador consiga colocar sua filosofia de jogo em prática. É preciso tempo tanto pra que o técnico passe ao grupo como pretende trabalhar, quanto para que esse grupo assimile suas ideias e que isso comece a ser visto em campo.

O troca-troca de técnico não é bom pra ninguém: nem pro clube, que provavelmente vai pagar multa; nem pro time, que não terá continuidade com um trabalho; muito menos pro torcedor, que é quem acaba pagando o pato.

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Errar é natural e faz parte do processo. Mas existe errar e existe insistir no erro. Fora que temos situações distintas quando, mesmo errando, segue-se um planejamento e quando o erro evidencia a falta deste.

Vou ser clichê e relembrar dos jogos que fizemos com Diniz. Por mais que estivéssemos tendo resultados ruins, era inegável que ele tinha uma ideia de jogo, que havia um padrão e, principalmente, que o time gostava desse estilo e o incorporou. Percebe-se que 2019 se encaixa na segunda situação, já que não há absolutamente nenhuma semelhança entre o proposto por Oswaldo de Oliveira e por seu antecessor.

Em 2020 trouxemos Odair Hellmann. Apesar da impaciência da torcida, a diretoria peitou essa opinião e insistiu em um trabalho que acredita, dando tempo para ele mostrar resultado.

Em determinado momento, a própria torcida achou que havia sim evolução. Confesso que acredito que achamos isso muito mais por querer acreditar do que por verdadeira convicção. De toda forma, foi o que pensamos após as boas atuações contra o Flamengo, contra o Inter, contra o Athlético, Figueirense…

Mas vamos lá: Odair achou o time sem querer em um jogo em que ele poupou algumas peças e acabamos jogando bem. Depois de muito insistir em seus erros, tirou o Nenê da ponta, colocou Callegari na lateral, deu uma chance ao Michel Araujo. Mas como explicar o Marcos Paulo ser intocável? E o Nino, que vem de uma sequência tenebrosa…

Nosso técnico não sabe o que está fazendo. Ele escala mal o time e substitui pior ainda (quando não usa a peça errada, demora muito para colocar a certa). Quando precisamos de resultado, ele permaneceu com três volantes em campo e colocou um zé ruela como se fosse nosso homem-gol. Quando tivemos dois amistosos, ele sequer testou novos jogadores. Quando jogamos com um a menos contra o lanterna, se acovardou e abriu mão do jogo, implorou pra tomar uma virada. A entrada em campo do nosso ídolo acontece por desespero em marcar um gol, não porque o jogo o favorece ou algo que o valha.

Posso estar errada – e todo dia torço para que ele e os demais queimem minha língua até ela cair –, mas acho que já tivemos tempo suficiente para avaliar o trabalho de Odair.

Sei que estou criticando muito ele, mas a responsabilidade não é só dele. Afinal, ele escala, mexe, sugere um nome ou outro. Mas não foi ele que “se contratou” e que assinou renovações inexplicáveis. O buraco é fundo, muito fundo.

Da mesma forma que Odair tem culpa por insistir escalações e substituições erradas, alguém tem culpa pela insistência em um técnico que, repito, não tem ideia de jogo, escala mal e substitui pior ainda. Vocês sabem quem, eu também sei.

Precisamos de um Departamento de Futebol profissional e transparente. Urgentemente.

Ninguém aguenta mais esse amadorismo.

ST

 


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