Por Onde Anda — Marcelo Pitaluga fala sobre sua base no Fluminense e comenta sobre a carreira na Europa

Revelado pelo Fluminense, Marcelo Pitaluga concedeu entrevista ao podcast Futebol no Mundo, da ESPN. O jogador era uma das promessas de Xerém, foi campeão mundial sub-17 com a Seleção Brasileira e sem atuar no profissional foi comprado pelo Liverpool em 2020.

Pitaluga fez parte da “geração de ouro” da base tricolor. Além do goleiro, o elenco contava com: André, Martinelli; Luiz Henrique, Marcos Paulo e João Pedro. Em sua breve passagem pelo time principal, teve destaque nos treinamentos e chamou a atenção de Muriel Becker, arqueiro do Flu na época e irmão de Alisson, goleiro da Seleção e do Liverpool, clube inglês.

Confira a entrevista:

Sobre o período de empréstimo no St. Patricks, Pitaluga respondeu sobre à diferença do nível técnico, e disse que se surpreendeu na Irlanda. O goleiro em 6 jogos sofreu 10 gols.

“Tá sendo um período de muito aprendizado, experiências novas, nessa idade, especialmente para goleiro é sobre jogar, é sobre experienciar outros ambientes. No Liverpool, eu treino com o primeiro time, porém falta a questão de jogos. Aqui (Irlanda), se consegue jogar. A decisão foi entorno disso. O jogo não se compara com o treino.”

“A qualidade técnica dos jogadores me surpreendeu. Em questão tática e de estrutura, você nota o salto. De certa forma, se compara até as ligas inferiores do futebol ingles. (League 1, League 2). Muitas vezes pelo campo também.

O goleiro foi emprestado para o Macclasfield com a intenção de adquirir experiência e disputar partidas pelo time profissional na Northern Premier League Division One West, que corresponde à Oitava Divisão inglesa. Essa vivência foi fundamental para o seu desenvolvimento:

“Tive uma conversa com o preparador de goleiro, ele pediu para me acostumar a jogar com jogadores mais velhos. Eu treinava com o Liverpool e jogava duas vezes na semana. Foram 6 meses que se eu ficasse no Liverpool Sub-23, eu teria 5 ou 6 jogos. Alí (Macclesfield) fiz isso em um mês. Tinha estrutura bacana, estádio para 5 mil pessoas. Foi um período de bastante aprendizado.”

Pitaluga comentou como surgiu o interesse do Gigante Inglês e destacou a época que treinava com o elenco principal do Liverpool e jogava pelo Macclaesfield.

“Começou com o treinador de goleiros, como ele tinha essa ponte com o Alisson e o Muriel (Goleiro que estava no Fluminense), foi um facilitador para ter o ‘feedback’. Acho que viram meu nome no Mundial sub-17, que nem joguei, mas como faço aniversário apenas no final do na ano, talvez tenha chamado atenção.

Sobre o Macclaesfield: “Nunca pensei que isso poderia acontecer, fiz alguns treinos táticos e como a frequência de jogos é alta você já conhece o time, já está entrosado. Juntou isso com a qualidade de treino do Liverpool.”

O goleiro falou sobre como foi a experiência da saída do Fluminense, no Rio de Janeiro para o futebol inglês:

“É uma realização de um sonho. Você chega no Centro de Treinamento no primeiro dia e fica pensando que há pouco tempo estava jogando no videogame. Com 0 tempo você vê que é um grupo fantástico. Muita humildade, me impressionou! Qualidade de treino, alta demanda. Quando se é jovem é isso que procura.”

Cria de Xerém, nas categorias de base do Flu, Pitaluga teve 75% dos direitos econômicos vendidos por € 1 milhão de euros (cerca de R$ 6,2 milhões na época), com mais € 1 milhão de euros de bônus por metas, no meio de 2020. O goleiro mantém contato com o clube e prevalece as amizades construídas.

“Cheguei com 8 anos, foi um baque quando sai por ter passado praticamente 10 anos. Conhecia bastante gente, fiz salão nas Laranjeiras, depois Xerém, profissional. Então, fiz amigos para vida, pessoas que mantenho contato até hoje. Sou muito grato por ter tido essa experiência.”

O arqueiro foi questionado sobre os goleiros que se inspirou.

“Agora é o Alisson, poder conviver com ele, ver de perto é fantástico. O próprio Taffarel, não podia pedir mais que isso. Crescendo, o que mais acompanhei foi o Júlio Cesar. Meu Top3 é Taffarel, por tudo que foi; Júlio César foi o que mais vi na televisão e o Alisson que já admirava e passei a conviver.”