O que esperar de quem está esperando?

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Começou o campeonato Carioca e o Flu voltou aos gramados. Depois de um mês e dezessete dias, a galera tricolor pode, enfim, matar as saudades do tricolor em campo. E o que podíamos esperar de um time que só treinou por 14 dias – ao todo – ainda mais com um treinador com uma filosofia nova? E se esse treinador estivesse armando um time, ao longo desses dias, e praticamente no túnel do campo descobrisse que 7 jogadores não poderiam participar do jogo? Complicado, não?

Pois é. Mas no território hostil do Twitter – a rede social onde as palmatórias do mundo habitam – Fernando Diniz não serve; Everaldo tem que ser facetado em praça pública; Daniel deve cometer um harakiri; Ezequiel voltar ao mundo dos mortos; e, por fim, João Pedro ser colocado no mais altos dos pedestais. E assim funciona a rede das “piadas”. Basta ter alguns seguidores que os donos da verdade aparecem – e são muitos. E como são!

O Flu ontem, evidentemente, não conseguiria mostrar um grande futebol. Também pudera. Você consegue imaginar treinar seu time com uma formação e, na hora do jogo praticamente, descobrir que não poderá mandar a campo quem você treinou? Isso para mim está muito estranho. Como o nosso departamento responsável por essas questões não resolveu isso antes ou até mesmo informou o técnico das dificuldades enfrentadas? “Olha, professor Diniz, talvez não dê tempo para inscrever essa turma aqui, melhor preparar uma alternativa”. E o caso mais emblemático. Pô, galera, Bruno Silva tá suspenso há muito tempo pra caramba a beça. E não avisam ao Diniz? Incompreensível!

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Mas, como tudo na vida, existem dois lados. E um deles mostrou que para Marlon reassumir a ala canhota vai ter que mostrar um futebol melhor do que Mascarenhas. Ele pode não ter sido perfeito, mas soube jogar bem, arriscou boas subidas ao ataque, tabelou, buscou o jogo e não comprometeu na defensiva. Teve moral em campo. Arriscou chutes e ainda bateu uma falta perigosa. Foi bem o garoto. Não consigo ver o Marlon com essa disposição toda. Outro ponto, ou melhor, do outro lado idem. Julião não pode ser banco para Ezequiel que, além de não ter ido tão bem, perdeu uma bola para a linha de fundo. Julião deu mais vida ao lado direito e ponto. Além de não sentir o peso da armadura tricolor. E foi dele a jogada que originou o gol. Ele brigou pela bola, se livrou de dois e rolou para João Pedro cruzar rasteiro – o resto vocês já sabem.

Outro nome que teve que pintar foi Zé Ricardo. Pode não ter sido uma grande partida dele mas jogou muito bem, sobretudo se considerarmos que era sua estréia entre os profissionais, no Maraca. Tá certo que faltou entrosamento ali, no balanço defensivo, mas ele conseguiu auxiliar na criação, enfiou algumas bolas e distribuiu bem o jogo. E quando a bola ia para os seus pés ela não queimava. A primeira subida mais aguda surgiu de uma bola enfiada por ele na canhota. Sem falar das triangulações na direita. Calazans foi outro que não comprometeu, mas também não conseguiu mostrar muito.

Daniel, na minha opinião, foi o mais injustiçado das palmatórias das redes sociais. Ele buscou o jogo, recebia a bola e girava para frente e, de cabeça erguida, procurava o jogo. Isolado ali na criação, no primeiro tempo só era auxiliado por Zé Ricardo, quando esse se apresentava. O meia subiu de produção no segundo tempo, quando Diniz colocou João Pedro no comando e trouxe Luciano para a meiuca. E foi exatamente aí que o Flu começou a ter mais volume de jogo. O próprio Diniz, na coletiva, falou que Luciano vem treinando por ali mesmo e que Yony será o comandante do ataque.

Everaldo. O que dizer de Everaldo? Ele é rápido pela canhota, sabe sair da primeira marcação, mas geralmente se complica na cobertura. Mas soube fazer boas jogadas por ali. Sofreu faltas, tabelou com Luciano, Mascarenhas e deu trabalho à zaga adversária. Mas, para a torcida, o erro que originou a jogada do pênalti – e o gol deles – ofusca sua boa atuação. E a torcida é assim mesmo. Nós, alias, somos assim mesmo.

O que a galera tem que entender, e seria muito bom que entendesse rapidamente isso, é que o Flu está em um processo de reformulação dentro de campo. E que isso leva tempo. Não temos o melhor elenco do mundo, isso é sabido. Mas temos um time aguerrido. A derrota incomodou a todos que estavam em campo e, mesmo após o empate, não faltou luta nem disposição de quem estava em campo. Digão, que tinha saído machucado, gritando com seus companheiros sintetizou essa galera.

Vai dar trabalho. Vai necessitar de tempo. E a torcida terá que saber esperar. Mas o que esperar de quem está esperando há muito tempo?

Abs e um excelente domingo!

Washington de Assis

 

 

 


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13 thoughts on “O que esperar de quem está esperando?

  • 20/01/2019 em 11:05
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    Muito bom texto. Isso mesmo, precisamos ter o que não temos, paciência! Somos a história, vamos Fluminense! Guerreiro sempre!

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  • 20/01/2019 em 11:11
    Permalink

    Eu ia criticar o posicionamento do autor do texto, entretanto, a seguinte frase diz tudo: “Mas o que esperar de quem está esperando há muito tempo?”

    O torcedor do Fluminense está esperando desde a gestão Manoel Schwartz. E desde então, perdemos muito espaço no futebol brasileiro.

    As “palmatórias” são até muito brandas para nossa situação…

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  • 20/01/2019 em 14:39
    Permalink

    Posso estar completamente enganado, mas vi uma postura diferente do Diniz, considerando o ano passado… ano passado ele ficava firme em um estilo… meio “doido”, algumas vezes desorganizado..Espero que ele tenha outros planos.. se o inicial não der certo, utilize outro.. só assim ele terá algum sucesso…
    tomara que a minha impressão se Confirme e ele tenha percebido a necessidade de ter opções..
    não podemos definir nada no primeiro jogo, ainda mais que treinou sempre com um time e na hora do jogo teve que colocar outro… creio que o mais justo é aguardar…
    A questão é se a torcida e diretoria terão paciência…

    Saudações Tricolores

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  • 20/01/2019 em 14:48
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    Só para quebrar a sisudez do comentário, permita-me reproduzir opinião de Seu Rui, pai de um grande amigo de Cefet e dos tempos de Assis, Washington, Romerito e Cia.
    -Ailton parece grávido de quatro meses.
    Resume o quanto teremos que esperar, dada a indigência técnica de jogadores para os quais a bola parece ter dentes, cerca de quatro a cinco meses para a afinação do padrão tático com algumas variações.

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  • 20/01/2019 em 19:59
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    O que dizer de vaias no intervalo do jogo? Após o primeiro tempo, do primeiro jogo, com técnico novo, time todo remendado de última hora… vaias. Eu tento, mas não consigo entender.

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    • 20/01/2019 em 22:07
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      eu vi vaias tb… somos assim… passionais… mas vamos dar apoio que é o que essa galera merece… abs

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