O limite da convicção e o flerte com a teimosia – Washington de Assis
Convicção: substantivo feminino; crença ou opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou como resultado da influência ou persuasão de outrem; convencimento. Ou ainda: modelo de excelência ou de perfeição (us. freq. no pl.); princípio, ideal. Para se ter sucesso na vida, convenhamos, é preciso ter convicção. Acreditar naquilo que propomos e seguirmos firmes com esse propósito até o fim. E qual é o limite da convicção? Pergunta complicada de se responder. Mas, sabemos que quando se ultrapassa esse limite, entramos na zona da “teimosia”, e aí é que mora o perigo.
Mário Bittencourt é um cara convicto, disso não tenho dúvidas. Ele acredita muito nos seus propósitos e trabalha com afinco por eles. Conseguiu, e vem conseguindo, de certa forma, arrumar as coisas no Fluminense. Longe de alcançar uma tranquilidade, pelo contrário. O Flu ainda vive sendo bombardeado pelas ações judiciais, herança de um passado que fez muita bobagem. No entanto, o atual mandatário não faz as “piruetas” financeiras de outrora, está conseguindo muitos acordos na esfera judicial e vem organizando mais o clube, na área administrativa. Mas no futebol. Aí é que são elas… suas convicções estão começando a frequentar a linha tênue, que divide aquilo é convicto daquilo que é teimosia. Já está rolando um flerte. E a galera está percebendo isso.
Não é possível que o presidente tricolor, apaixonado pelo Flu como diz ser – e eu acredito que seja – esteja satisfeito com o que o Odair vem entregando como treinador. Sério. Não posso crer que ele esteja tão convicto assim que nosso atual treinador seja a melhor opção para o comando do time. Jogos pífios, com apresentações de irritar qualquer monge tibetano, o treinador tricolor se supera a cada partida. E o pior, não admite que errou. Como pode um time sem NENHUMA jogada ensaiada, sem jogadas de ultrapassagem, com um meio de campo incapaz de criar e frágil tal qual cristal? Tempo para treinar? Essa é a desculpa? Mas quem tem tempo para treinar no Brasil pós-pausa? Jogadores cansados? Qual o elenco que não está?
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Temos que ter um padrão mínimo, e um grau de satisfação e de retorno técnico bom para seguirmos convictos com aquilo que fazemos. Caso não haja, pode até se manter a convicção para onde quer conduzir onde quer chegar, de como quer liderar o clube, mas trocando as peças da engrenagem. Wagner Mancini, com um elenco até mesmo inferior ao do Flu, deu “aulas” de futebol, no jogo que culminou na nossa eliminação. Na outra eliminação, caímos diante de um time de uma cidade menor do que o bairro das Laranjeiras. (La Calera é uma comunidade da província de Quillota, localizada na Região de Valparaíso, Chile. Possui uma área de 60,5 km² e uma população de 49.503 habitantes – censo 2002 – via Wikipédia).
