Modelo de Gestão Fla-Flu do Maraca agrada clubes, governo e FERJ

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Fluminense e Flamengo renovaram, há pouco tempo atrás, o novo termo de permissão de gestão do Maracanã. A assinatura do feito já foi publicada no Diário Oficial, e os clubes ficam com as chaves do Maraca por mais 180 dias, ou até novembro de 2020. A dupla Fla-Flu é cogestora do Complexo Maracanã, composto pelo estádio, pelo parque aquático, pista de Atletismo (ainda que sem uso) e pelo Maracanãzinho, já há um ano. O contrato anterior, que já foi uma extensão do original, era válido até abril deste ano. O governo estadual intenciona abrir o processo licitatório, para uma concessão de administração do Maraca por 35 anos e, enquanto isso não ocorre, as renovações vem sendo a alternativa para que o complexo não fique parado, onerando os cofres públicos.

E o tipo de administração vem agradando a todos os envolvidos. A dupla Flu e Flamengo, o governo e a FERJ, que também se beneficia com o modelo. Os clubes constituíram uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) para gerir o Maracanã. Ela que fica responsável por tudo no estádio. Pela manutenção, limpeza e etc., garantindo seu bom funcionamento. Mas é da SPE também, a responsabilidade de gerar receitas, com a promoção de eventos no parque aquático e Maracanãzinho, estacionamentos, Maracanã Tour e todos os tipos de eventos possíveis, dentro do complexo. Esse lucro, será contabilizado no encontro de contas com os clubes, ao final do período.

O custo para manter o complexo funcionando está na casa dos R$ 2 milhões por mês, o seja, algo próximo dos R$ 24 milhões no ano. Soma-se a isso, uma quantia de R$ 1 milhão a ser repassada ao Governo, dividida em seis parcelas ao longo dos 180 dias, e teremos basicamente quanto custa manter o Maraca no ano.

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Fluminense e Flamengo, assim como os demais clubes do Rio, pagam R$ 90 mil por jogo no estádio (R$ 120 mil, em caso de clássicos e nas fases finais do Carioca). A SPE recebe os valores diretamente de cada clube, que ainda explora outras receitas nos jogos, como camarotes, bares e lanchonetes, além da venda de produtos oficiais específicos, como camisas, copos e etc.

Já a FERJ, também morde sua fatia no bolo nos jogos realizados no Maraca, e no bruto (ainda sem a redução das despesas) de 5%. Isso rendeu à entidade estadual algo na casa dos R$ 9,6 milhões de reais, no ano de 2019 (informações do jornal O Globo).

É válido lembrar que o Flamengo assinou o termo com permissionário e o Fluminense como interveniente, por não ter apresentado as CNDs (certidão negativa de débito)na época da assinatura. Hoje, detalhes burocráticos separam o tricolor das CNDs. Os impostos atrasados, que impediam a emissão, já foram quitados, no final do ano passado, pela gestão Mário Bittencourt. A intenção dos clubes e seguir com a parceria na gestão do estádio, concorrendo juntos pela concessão de 35 anos, tanto que assinaram conjuntamente nova concessão, por mais 180 dias.

O Maracanã é considerado ponto chave, pela dupla gestora, no quesito programa sócio-torcedor. Por algumas vezes o presidente tricolor falou a respeito, em coletivas e exclusivas, relembrando que, no atual modelo, o estádio não dá prejuízo (trecho da entrevista concedida, com exclusividade, ao nosso portal):

– A nossa relação com o Maracanã hoje é fundamental para o programa de sócio-futebol. Eu gostaria muito que o torcedor entendesse a importância do estádio. O Maracanã hoje não nos dá prejuízo. O documento que é divulgado, é o documento do dia da operação do jogo, que é o borderô. E nós colocamos todas as rubricas (de gastos) no documento. Mas tem uma rubrica que não entra na operação do jogo, que é exatamente o sócio-torcedor. E não entra porque legalmente ele não tem que entrar, por ser uma venda antecipada. Então, o sócio-torcedor que vai ao jogo, ele entra num percentual muito pequeno, que a legislação fala, mas que só serve para dizer que ele não entrou de graça, pois realmente não entrou, pagou de forma antecipada.

– No Maracanã cabem hoje, em torno de 70 mil pessoas. Os programas de sócio do Inter e do Grêmio são bem desenvolvidos por terem estádio para comportar o número de sócios que eles tem. Hoje, eles até ultrapassaram essa capacidade e ligam pros torcedores para saber se eles vão aos jogos ou se podem comercializar ou destinar seu ingresso para outra pessoa. Não temos esse sistema, pois temos menos sócios do que a capacidade nosso estádio. Mas imagina se tivéssemos um estádio para 10 ou 15 mil pessoas, não teríamos condições de desenvolver um plano, um programa de forma exponencial.

– Quando olharem o borderô, a operação do dia do jogo pode até dar prejuízo, entretanto a gente tem os sócios-torcedores que fazem com que mas com que essa conta hoje o Maraca seja muito vantajoso para nós.

Ainda não foi definida uma data para se iniciar todo o processo de licitação.

ST


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