Mário fala sobre clima no clube e garante que Diniz na seleção não vai prejudicar o Fluminense: “A montagem de treino que vamos ter nesses períodos é o que já fazemos no dia a dia”

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O presidente Mário Bittencourt concedeu uma entrevista coletiva nesta tarde de quarta-feira (5) para falar sobre Diniz na seleção. O treinador foi anunciado como interino do Brasil nesta terça-feira (4) e vai conciliar os trabalhos pela Canarinho com os no Fluminense. O mandatário falou sobre um possível conflito de interesses e negou que haja algum.

“Eu não vejo conflito, da mesma maneira como não vejo quando nosso preparador é convocado. Temos Marcos Seixas, Valter Veloso, Gabriel Oliveira, Marcão, Igor, Gabriel Viana que já foram convocados. Essa comissão inteira não está indo, apenas dois auxiliares para ajudar o Fernando. Um desses auxiliares vai ficar, que é o Eduardo Barros. Fernando vai assessor esses auxiliares que ficarem. Acreditamos na ética e dignidade do Fernando. Se formos pensar desse jeito, todo treinador tem um empresário, e aí se convoca mais jogadores desse mesmo empresário, as pessoas vão falar”

“Ele não vai se dedicar 24 horas. No fim de agosto ele vai fazer uma convocação, e se apresenta no dia seguinte. Não vai deixar de comandar o Fluminense nos jogos. Nas datas Fifa, o auxiliar dele vai dar os treinos nesse período. Lógico que avaliamos a Libertadores e levamos condições à CBF. Todos do Fluminense opinaram. Se isso não prejudica o Fluminense, aceitamos. Acho que não há nenhum conflito”, explicou Mário.

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Mário fala sobre clima no clube e garante que  Diniz na seleção não vai prejudicar o Fluminense: “A montagem de treino que vamos ter nesses períodos é o que já fazemos no dia a dia”
Marcelo Gonçalves/FFC

Mário também falou sobre como o período em que o Fluminense vai ficar sem o Diniz, devido a Data Fifa pode prejudicar o Fluminense. O presidente disse que alguns treinos já não são dado pelo treinador e não vai alterar em muita coisa.

“Não falei que o Fluminense vai folgar nesses dias. Hoje ele falou com os jogadores e estavam todos extremamente alegres. Ele disse que em nada nos atrapalhará porque a montagem de treino que vamos ter nesses períodos é o que já fazemos no dia a dia. Não sei se vocês cobrem final de treino às vezes, mas não são todos dados pelo Fernando, isso já no dia a dia.”

“Fernando deixou muito claro que a montagem lá e aqui não pode prejudicar o Fluminense. Só posso pensar em aceitar se eu estiver com o presidente do CBF para falar do meu trabalho e como vou montar isso para não prejudicar o Fluminense.”

“É um profissional que se dedica 18 horas ao trabalho, seis ele dorme e duas ele fala com a família pelo telefone. Ele tem mulher e quatro filhos. Como aconteceu no sábado, ele ficou lá de sábado pra domingo, depois ficou com a família. Ficou muito claro que o Fernando não vai ter tempo para excursionar pela Europa pra ver jogadores pra convocar. Essa convocação será feita da maneira que ele pode atender o Fluminense: à distância.”

“Nós nos preparamos para isso. Tivemos quatro dias de folga, dois na largada e dois no final, treinamos no miolo (na data Fifa). Pensamos em tudo para chegar lá e aceitar o convite. Entre perder a comissão técnica, e encontrar um caminho para não ficar desassistido e a gente possa atender a Seleção, optamos por esse caminho”

“Se fosse uma condição, pagar a multa e tirar o Fernando, não aceitaríamos e ele também não. Fomos lá para conversar porque não aceitaríamos que o Fluminense fosse prejudicado. Mas tínhamos o receio de perdê-lo por inteiro no meio do caminho”, falou Mário.

Foi comentado também se essa escolha do técnico, pode causar alguma instabilidade interna no clube e Mário explicou que não tem chance disso acontecer.

“Zero preocupação com relação a isso. Não temos nenhuma instabilidade interna e nunca tivemos. Nesse período que estamos aqui, nunca tivemos. Temos um grupo espetacular, unido, e se no vestiário o pau não quebrar de vez em quando é até ruim. O que as pessoas querem é encontrar justificativas para resultado sem encontrar todo o contexto. Ano passado aconteceu a mesma coisa. Estamos dentro, tomando as porradas, e sempre olhamos as porradas que tomamos. As pessoas querem encontrar motivos.”

“Claro que a gente conversa tentando entender o que está ruim. Só que as pessoas querem transformar tudo, hoje em dia, numa novela em que as pessoas precisam encontrar um vilão na derrota ou um herói na vitória. Quando estávamos na crista da onda e queriam comparar com a Máquina, eu dizia que não via dessa forma. São períodos diferentes. É papo que a gente tem como amigos e torcedor. São quatro anos que estamos aqui sem nenhum problema de instabilidade. Como toda família ou grupo, temos divergências. Mas dizemos que não tem vencido e nem vencedor. Quando a decisão sai ela foi discutida.”

“Não tem instabilidade interna nenhuma, zero. A gente teve suposta instabilidade, ganhamos do Bahia com um a menos. Ninguém quer mostrar que está unido, mas estamos, dentro de campo eles estão na guerra. Na festa de fim de ano aqui o Felipe Melo se emocionou e foi a primeira vez que a diretoria se sentou com os funcionários. Claro que às vezes a gente discute e diverge, mas não tem instabilidade. O clube segue estável”

“Nas Laranjeiras às vezes debate, tem divergências, eu sou muito mais um soldado do dia a dia do clube do jurídico e financeiro. Às vezes a gente diverge, mas sempre com respeito. Essa coletiva é importante para que a gente não perca para nós mesmos. Estamos vivendo um ano com uma alta expectativa e estamos ouvindo um monte de ladainha que se propaga”, disse Mário.

O mandatário disse como isso pode afetar o Fluminense. Ele frisa mais uma vez que não vai atrapalhar o time e critica que geralmente essas análises são feitas baseadas apenas no resultado.

“Nossa decisão foi em função de manter o nosso treinador. A ideia é que ele siga com o Fluminense como prioridade e na data Fifa treinar a Seleção. Temos certeza que não vai afetar o trabalho aqui.”

“Se ganharmos a Libertadores e a Seleção, todos os jogos, teremos sido brilhantes em tomar essa decisão. Se as coisas não caminharem, vão procurar um motivo. Futebol tem esse defeito, não consegue olhar que os times têm oscilação, que os adversários melhoram, alguns têm mais condições financeiras, podem repor melhor, e têm contusão. Em algum momento a gente também se questiona, na fase ruim, nosso jogo caiu. É óbvio. Mas olho antes do jogo contra o São Paulo, temos um aproveitamento de G6”, falou Mário.

Geralmente os treinadores da seleção precisam acompanhar os jogos tanto do Brasil como fora do país. Mário falou sobre isso e explicou falando que Diniz já acompanha e conhece todos os jogadores.

“Com relação a ver os jogos de fora, por diversas vezes ele passa jogos aqui do Manchester City, do Real Madrid, então ele já acompanha o futebol lá de fora, por isso que ele é um treinador autoral. Ele é diferente porque acompanhar pra caramba os jogos lá de fora e conhece todos os jogadores da Seleção”

“Isso tudo foi falado ao presidente e ele vai ter que tirar mais horas de sono dele, e tenho certeza que ele vai fazer isso porque ele é assim. É um “full time”. Grandes profissionais e homens tem total capacidade de direcionar o seu foco em mais de uma atividade. Isso é absolutamente normal”, afirmou Mário.


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