Luiz Alberto relembra histórias pelo Fluminense e frustração com a Libertadores de 2008: “Dói até hoje”

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O ex-zagueiro Luiz Alberto concedeu uma entrevista para o podcast “Mundo GV” nesta segunda-feira (2). O capitão do Fluminense na Libertadores de 2008 relembrou momentos daquela campanha e declarou torcida para o Tricolor conquistar a “Glória Eterna” este ano.

Um dos jogos mais marcantes daquela campanha foi o 6 a 0 em cima do Arsenal de Sarandí pela fase de grupos, no Maracanã. Na Argentina, o Tricolor perdeu a partida, mas Luiz Alberto relembrou uma conversa que teve com o zagueiro deles.

“Eu lembro até uma fala do zagueiro deles, muito bom jogador. Jogamos lá, perdemos e saindo do estádio ele falou assim: “Vocês vão se sagrar campeão. Aí eu falei: “Não, é assim não”. Falou que nosso time era muito bom e ia para final. Ele sentiu na pele aquele primeiro jogo aqui (no Maracanã). A gente não perdia jogo em casa”, disse Luiz Alberto.

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Após a fase de grupos, o Fluminense se classificou com a melhor campanha e enfrentou o Atlético Nacional-COL nas oitavas. O Tricolor avançou vencendo as duas partidas do confronto, mas o capitão falou sobre um zagueiro que deu dor de cabeça para o Washington.

Reprodução/Mundo GV

“Jogo lá foi encardido. Tinha um zagueiro deles forte demais, Washington sofreu aquele jogo. Ali na área ele veio falar comigo: “Que cara chato e forte da p****”. Aí eu: “Vamo bora, vai pra cima”(risos)”, falou Luiz Alberto.

Nas quartas de final, o Fluminense enfrentou o São Paulo. A equipe paulista era uma das favoritas do campeonato, sendo os atuais Bicampeões Brasileiro e no final do ano se tornaram Tri. Luiz Alberto ficou sabendo da conversa do Muricy com o time do São Paulo após o primeiro jogo, onde o treinador destacou a força do clube de Laranjeiras no Maracanã. Na ocasião o Fluminense perdeu o jogo de ida por 1 a 0 e ganhou por 3 a 1 no Rio de Janeiro.

“São Paulo Tricampeão do Brasileiro, timaço. Eu lembro de uma coisa engraçada. Quando terminou o jogo em São Paulo. Eles ganharam de 1 a 0, o Muricy falou para o grupo no vestiário e chegou até mim: “Vocês acham que jogaram futebol hoje? Vão ver lá no Rio o que é jogar futebol. Vão ver como é o time dos caras lá”. Dito e feito. Nosso time em casa era muito chato, não perdíamos. A gente já subia para o estádio, um olhava para a cara do outro e sentia aquela sensação de hoje é o dia, não vamos perder. A gente tinha uma tranquilidade tão grande que íamos lá e buscávamos o resultado”, contou Luiz Alberto.

Após passar pelo São Paulo, o Fluminense enfrentou o Boca Juniors na semifinal. A equipe Argentina era atual campeã e contava com diversos craques. Assim como nas quartas, o Time de Guerreiros não era o favorito, mas Luiz Alberto falou que isso em nenhum momento atrapalhou a equipe.

“Nenhum momento. Nem contra o Boca lá. A gente estava louco para jogar na Bombonera e botaram o jogo no estádio do Racing. Jogo foi 2 a 2. Olhávamos um para o outro e falávamos: “Que bicho papão, time que elimina time brasileiro. Aqui tem isso não”. Eles tinham Riquelme, Palácio, Ibarra. Já tinha algum anos que um clube brasileiro não eliminava o Boca. Tivemos esse êxito de eliminar eles e foi uma alegria imensa. Aquilo ali deu uma confiança para a gente”, comentou Luiz Alberto.

Na final, o Tricolor foi decidir o título contra a LDU-EQU, equipe conhecida, pois se enfrentaram na fase de grupo, onde o Fluminense empatou em Quito e ganhou no Rio de Janeiro. Além de contar com um bom time, os equatorianos tinham mais de 2.700 m de altitude para dificultar a vida do adversário.

“Era um time perigoso, chatinho. Ele (Guerron) era muito bom jogador, veloz. Jogador chato. A gente errou muito no primeiro jogo lá. A gente viaja lá para Quito, que é sempre uma dificuldade pela altitude. Muita gente pergunta: “Ah mas no primeiro jogo vocês foram lá e empataram 0 a 0”. Mas tem a questão do momento, cada jogo é um jogo. Se você analisar aquele jogo, a gente não tinha tomado gol de cabeça na competição inteira e levamos três ali”, explicou Luiz Alberto,

Após perder por 4 a 2 no Equador, o Fluminense foi decidir o torneio em casa. A LDU saiu na frente do placar, mas com três gols de Thiago Neves, o clube de Laranjeiras virou e empatou o placar agregado. Porém o jogador contou, que depois do terceiro gol, o time adotou um jogo mais seguro.

“Aquilo deu uma esperança na gente, mas ao mesmo tempo ficamos receosos porque do outro lado tem qualidade. Se a gente se joga muito, os caras armam um contra-ataque. Eles tinham Guerron e Bolaños, um pontinha muito chato. E estávamos com essa preocupação também. Já fizemos um negócio difícil que foi buscar o resultado, agora não podemos dar mole de tomar um gol e jogar tudo por água abaixo. Não vamos pra cima igual um louco”, comentou Luiz Alberto.

No último lance da prorrogação, Luiz Alberto fez uma falta para impedir que Guerron entrasse na cara do gol e foi expulso do jogo e acabou ficando de fora das cobranças de pênalti.

“Segundo tempo da prorrogação. Estávamos com três zagueiros eu, Roger e Thiago Silva. Estávamos atacando todo desarrumado, perdemos uma bola, ela cai no pé do Guerron e lá depois do meio campo ele dá uma meia lua no Roger. Vamo botar uma distância de uns 15 metros para o Roger, joga de um lado, sai aqui e pega do outro. Segundo tempo da prorrogação, eu morto e cansado. Quando eu corri pra bola pensei: “Se eu parar na frente dele, vai me driblar, driblar o Fernando Henrique, fazer o gol e acabou tudo. Eu já saí com a intenção de fazer a falta. Troquei a expulsão pela chance de ir para os pênaltis. Pau da vida que eu sai expulso, mas aí chega na beira do campo e o Renato (Gaúcho) fala: “Não tinha o que fazer. Torcer agora para o cara não fazer o gol de falta e a gente levar para os pênaltis”. O cara bate a falta, ela sai e o juiz acaba o jogo”, disse Luiz Alberto.

Depois de perder a disputa por pênaltis por 3 a 1, o ex-zagueiro falou sobre o clima no vestiário e que foi o título perdido que mais doeu na carreira. Ainda terminou passando uma mensagem para o atual elenco.

“Horrível, triste. Todo mundo chorando e decepcionado porque não era aquilo que a gente esperava. Esperávamos o título por tudo que nós fizemos na competição. Foi um dos títulos que me doeu e dói até hoje. Já perdi vários, mas esse é o pior de todos. E teve um rapaz de um programa que até me perguntou o que eu tenho pra falar pro pessoal do Fluminense. Da o máximo, vale a pena. Seu nome fica registrado no clube e ninguém mais tira. Imagina, o Fluminense nunca conquistou a Libertadores, se eles ganharem agora, você tem noção? Acho que os caras não tem dimensão. Acho que vale a pena abrir mão de tudo, descansar, escutar tudo aquilo que o Diniz passar, vale todo sacrifício. Depois que você conquista não tem mais ninguém pra apagar. Infelizmente não tem como aquele grupo de 2008 voltar no tempo e disputar de novo com a LDU”, falou Luiz Alberto.


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