Tricolores,

Não tenho a pretensão de dizer que há tricolores que sejam mais tricolores do que outros. Fazer essa ressalva é importante antes de escrever o que gostaria de abordar hoje. Acredito, contudo, que haja tricolores que se identificam mais com o Fluminense do que outros. Que se importam mais do que outros. E não vejo problema algum nisso.

Cada tricolor vive o Fluminense ao seu jeito. Isso é uma obviedade que não precisaria ser dita. Por outro lado, em tempos difíceis como o que estamos vivendo atualmente, é melhor apresentar o óbvio para que ele não seja esquecido ou ignorado. E isso é óbvio porque é da essência do ser humano a diversidade. Somos o que somos por causa das nossas diferenças.

Portanto, cada um possui uma ligação com o Fluminense legítima. A seu modo. Do jeito que acha que deve ser e, especialmente, do jeito que pode ter. Não quero nem estou julgando aqui aquele que não pensa sobre o Fluminense como eu penso. Só que eu só posso falar da minha ligação com o clube e é um pouco dela que eu gostaria de compartilhar com vocês.

Eu não só me importo com o Fluminense como ser Fluminense me define como pessoa. Quem fala sobre mim e não aborda o Fluminense ou não me conhece ou mente. Minha ligação com o clube é hereditária, mas meu interesse é próprio e fortaleceu-se quando, ainda garoto, comecei a ler sobre a sua história. Cada passagem que eu lia me fazia ter ainda mais orgulho de ser tricolor.

Não estou de maneira alguma falando de vitórias, ídolos ou títulos. Estou falando da história do nosso clube: como foi criado, construído, seus posicionamentos políticos diante de momentos cruciais da nossa História, etc.

E é justamente um posicionamento político do Fluminense que eu gostaria de enaltecer hoje. Talvez aquele que mais dê orgulho em mim. O Fluminense, representado pelos seus sócios, lutou contra uma das maiores barbáries já existentes na História: o nazismo.

No dia 11 de outubro de 1942, apresentamos, no gramado do estádio das Laranjeiras, o avião que seria – e foi – doado para a Força Expedicionária Brasileira, modelo Fairchild PT-19, batizado de Coelho Neto, totalmente custeado com recursos do Fluminense e de seus sócios.

Além disso, o Fluminense cedeu para o Exército do Brasil o uso do seu estande de tiro, um dos mais modernos do país à época, para treinamento dos pracinhas que foram para a Segunda Guerra Mundial.

Por fim, ainda organizou um curso de enfermagem para formar 85 enfermeiras aptas a ajudar o Brasil na expedição que se iniciava.

Nosso clube, o Fluminense, cujo objetivo de vida é ser campeão, em 1942, resolveu ser mais do que isso: resolveu ficar do lado da diversidade, dos oprimidos, das minorias e lutar, junto aos aliados, contra o nazi-fascismo, o ódio e a intolerância.

Amanhã, terei o prazer de exercer o meu direito ao voto no Fluminense, como sempre faço desde 1994. Usarei, como sempre uso, a camisa do Fluminense. E lutarei, assim como os nossos em 1942, contra o neofascismo, o ódio e a intolerância.

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno

ACRÉSCIMO DE TEMPO: +2

46min: Excelente jogo hoje para a gente ver como se portam jogadores que ainda não vimos jogando. Até para sabermos se poderemos usá-los mais à frente na competição sul-americana. Atitude correta do Fluminense em poupar os jogadores para a partida de quarta-feira que vem, contra o Nacional. É o que estamos verdadeiramente disputando e temos chances reais de classificação.

47min: Como disse, totalmente possível passar pelo Nacional. Nosso time é rápido e temos como criar jogadas interessantes no campo do adversário. Só que precisaremos chutar mais de fora da área e isso nosso time tem pecado, pois quase não arrisca tais chutes. Que arrisquemos mais e que os chutes cruzados do Everaldo funcionem (funcionarão!).

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