“Jogo Maracanizável”? Mário Bittencourt expõe bastidores das exigências do Vasco para utilizar estádio

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O presidente Mário Bittencourt, durante o programa Bola da Vez, da ESPN, revelou detalhes da relação com os clubes rivais do Rio de Janeiro. No início, era amistosa, até que em um almoço, Jorge Salgado, presidente cruzmaltino, deu uma declaração que ele não gostou. Segundo o dirigente tricolor, o mandatário vascaíno afirmou que só queria usar o estádio para mandar partidas que fossem realmente trazer lucro ao Vasco, já que, em jogos menores, preferia utilizar São Januário.

No momento, rubro-negros e tricolores são os gestores do estádio, mas o Vasco vem conseguindo liberação para usar o Maracanã através de decisões da Justiça, o que deixa ambos extremamente irritados, além de causar prejuízos ao gramado.

“Eu tive um almoço com o Salgado, com a concordância do (presidente do Flamengo, Rodolfo) Landim. Comentei com ele [Landim]: ‘Vou almoçar com o Salgado’. A gente almoçou num restaurante no Leblon, isso há uns dois anos. Eu disse para ele: ‘Salgado, não há nenhuma animosidade contra o Vasco, não há nenhum problema. Nós apenas precisamos respeitar o contrato e as condições técnicas do campo (do Maracanã)’. E ninguém aqui é louco! Se Flamengo e Fluminense estiverem eliminados do campeonato e o Vasco tiver um jogo em que estiver no topo da tabela, obviamente vamos ajeitar para vocês jogarem lá”, contou.

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“Ele foi muito cordato. O Salgado é muito legal, muito educado. Ele falou: ‘Quantos jogos você acha que dá para o Vasco fazer no Maracanã?’. Eu falei que a gente podia chegar numas 10, 12 partidas, podendo variar para cima, desde que Flamengo e Fluminense não estejam (jogando). A gente podia conversar com o Botafogo para usar o Engenhão. Então, a conversa foi num sentido de que a gente poderia avançar num futuro para isso”.

“Até que nós tivemos um encontro na CBF em que coincidimos de estarmos eu, o Landim e o (Carlos Roberto) Osório, que é vice do Vasco. Nesse dia, colocamos duas datas para o Vasco, isso na Série B do ano passado: um jogo contra o Guarani e outro contra não lembro quem. Foi quando ele (Osório) disse: ‘Esse jogo não é ‘Maracanizável’. Aí eu falei: ‘Como assim não é ‘Maracanizável’?, e ele respondeu: ‘A gente quer jogar jogos ‘Maracanizáveis’. Jogos ‘não-Maracanizáveis’ a gente joga em São Januário'”, revelou.

“Aí eu falei: ‘Ah, entendi o conceito… A gente se arrebenta lá, na pandemia… Seguramos o estádio na pandemia, jogamos os jogos de quarta-feira à noite pelo Estadual, que são deficitários, a gente custeia o estádio… Aí você fica jogando em São Januário os jogos que acha que terá prejuízo no Maracanã, e quando tiver um jogo que você acha que vai encher o Maracanã você joga. Entendi?’. Ele falou: ‘É isso! Não vou jogar para ter prejuízo no Maracanã'”.

“Aí se concretizou na nossa cabeça o fato de que nós somos os gestores do estádio. Passamos todas as agruras para manter o estádio de pé. Aliás, o Maracanã só está aí funcionando porque tem dois clubes que ficaram jogando no Maracanã. Porque se o Botafogo ficasse jogando no Engenhão, o Vasco em São Januário e Flamengo e Fluminense em outros estádios, o Maracanã talvez tivesse virado uma outra coisa”, argumentou.

“Pós-Copa do Mundo, foram Flamengo e Fluminense que mantiveram o estádio de pé. É o estádio mais famoso do mundo, mas também… E isso não é uma crítica, mas uma constatação: o Vasco já optou por jogar uma Libertadores inteira em São Januário. Jogou contra Grêmio, Cruzeiro, River Plate e a final. E jogou a final (do Brasileiro de 2000) contra o São Caetano em São Januário, só foi depois para o Maracanã porque caiu o alambrado”, finalizou Mário.

Vale ressaltar que o Maracaná foi interditado recentemente para reparação do campo. O estádio só deve ser liberado nos dias prévios do jogo de ida da final da Copa do Brasil, entre Flamengo e São Paulo.


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