Flu encara gigante financeiro: Al-Hilal investiu R$ 3 bilhões desde 2023
Adversário do Tricolor na sexta-feira é controlado pelo fundo soberano saudita e gastou 12 vezes mais em contratações que o clube carioca no mesmo período
O Fluminense enfrentará na sexta-feira, nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes, um adversário que representa não apenas um time de futebol, mas uma verdadeira potência financeira global. O Al-Hilal, próximo desafio do Tricolor na competição, investiu cerca de R$ 3 bilhões em reforços nas últimas duas temporadas, sendo parte do ambicioso projeto de crescimento da Saudi Pro League, bancado pelo fundo soberano da Arábia Saudita.
Para dimensionar a disparidade financeira deste confronto, enquanto o Fluminense investiu um total de R$ 244 milhões no mesmo período somando todas as contratações feitas, os sauditas gastaram 12 vezes mais em reforços. Este cenário evidencia o tamanho do desafio que o clube carioca terá pela frente após sua histórica classificação contra a Inter de Milão.
Em junho de 2023, o Hilal foi um dos quatro times que passaram a ser controlados pelo fundo soberano da Arábia Saudita, que realiza investimentos em nome do governo do país. Além dele, Al-Ittihad, Al-Ahli e Al-Nassr (que conta com Cristiano Ronaldo como principal estrela) completam o grupo de clubes que receberam enorme injeção de capital.
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Esses quatro clubes, que são os mais populares do país, somam impressionantes 41 títulos nas 50 edições da liga saudita. O “Projeto de Investimento e Privatização de Clubes Esportivos” transformou essas agremiações em empresas, com o fundo soberano saudita (PIF) assumindo 75% das ações das companhias criadas para controlar as equipes.
Apesar do termo “privatização” no nome do projeto, na prática os clubes passaram a ser controlados diretamente pelo Estado Saudita. O plano governamental prevê inicialmente o investimento estatal para criar uma liga lucrativa e, posteriormente, atrair capital privado e estrangeiro.
Al-Hilal e seu poderio financeiro
O adversário do Fluminense nas quartas de final é o principal expoente deste projeto. A injeção financeira no Al-Hilal ficou evidente com a contratação de grandes estrelas do futebol europeu nos últimos dois anos, com destaque para Neymar, contratado em agosto de 2023 por 90 milhões de euros (embora tenha deixado o clube em janeiro deste ano).
Desde que passou a receber a verba do fundo soberano, o clube saudita realizou 13 contratações, totalizando 479,05 milhões de euros (R$ 3,08 bilhões na cotação atual). O elenco que enfrentará o Tricolor conta com quatro brasileiros: o lateral-esquerdo Renan Lodi e os atacantes Marcos Leonardo, Malcom e Kaio César.
Reforços do Al-Hilal nas últimas duas temporadas:
Temporada 2024:
- Marcos Leonardo (Benfica) – 40 milhões de euros (R$ 257.600.000)
- Moteb Al-Harbi (Al-Shabab) – 28,95 milhões de euros (R$ 186.558.000)
- João Cancelo (Manchester City) – 25 milhões de euros (R$ 161.000.000)
- Kaio César (Vitória de Guimarães) – 9 milhões de euros (R$ 57.960.000)
- Total: 102,95 milhões de euros (R$ 663.118.000)
Temporada 2023:
- Neymar (PSG)– 90 milhões de euros (R$ 579.600.000)
- Malcom (Zenit) – 60 milhões de euros (R$ 386.400.000)
- Rúben Neves (Wolverhampton) – 55 milhões de euros (R$ 354.200.000)
- Mitrovic (Fulham) – 52,60 milhões de euros (R$ 338.744.000)
- Milinkovic-Savic (Lazio) – 40 milhões de euros (R$ 257.600.000)
- Renan Lodi (Olympique de Marseille) – 23 milhões de euros (R$ 148.120.000)
- Koulibaly (Chelsea) – 23 milhões de euros (R$ 148.120.000)
- Bono (Sevilla) – 21 milhões de euros (R$ 135.240.000)
- Tambakti (Al-Shabab) – 11,5 milhões de euros (R$ 74.060.000)
- Total: 376,1 milhões de euros (R$ 2.421.084.000)
O Al-Hilal não chegou por acaso a este Mundial. Além de ser o maior campeão saudita com 19 títulos nacionais (o último em 2023), é o clube do país com maior sucesso continental, ostentando quatro títulos da Liga dos Campeões da Ásia. O último deles, conquistado em 2021, rendeu a vaga nesta Copa do Mundo de Clubes. O time também conquistou 14 títulos da King’s Cup, sendo o mais recente em 2024, sob o comando de Jorge Jesus.
Diante deste cenário de desigualdade financeira, o Fluminense buscará mais uma vez superar as expectativas e mostrar que o futebol vai além dos investimentos milionários, como já demonstrou ao eliminar a Inter de Milão nas oitavas de final da competição.