Falta! – Lucidez do torcedor está deturpada pela mídia! Tiro livre “contra”.

Saudações tricolores galera,

Inicio essa coluna aqui impressionado com a quantidade de matérias tendenciosas que surgem com o condão de irritar a torcida. E só. Nada mais pode se extrair delas. Pseudo-colunistas eximindo opiniões rasas, e sem qualquer fundamento técnico, físico, químico, quântico ou astral. Totalmente ao estilo “Teorias de Butequim”.

O pior erro dessas ‘matérias’ e ‘opiniões’ dessa galera é não enxergar o óbvio: futebol atual, meu amigos, de alto rendimento FÍSICO, onde o atleta perde de 4 a 5kg por jogo – repito 4 a 5 quilos por jogo – o tempo de recuperação FÍSICA é fundamental, basilar, ao bom resultado de qualquer jogo. Para exemplificar – e usando o pouco do expediente da “Teoria de Butequim” – imaginemos o time do Real Madrid encarando o Madureira (com todo respeito ao Madureira). Seria uma goleada magistral. Agora, pegue o Real Madrid, traga para o Rio, após um jogo contra o Barcelona, venham direto ao estádio, calce as chuteiras nos jogadores e os faça jogar. Podem até fazer 7 x 0 no primeiro tempo, mas no segundo tempo os caras vão tomar um calor do Madureira, porque vão ‘morrer’ em campo. Conseguem enxergar isso?

Bom, vamos trazer essa teoria à pratica: ninguém conhece, a fundo, o trabalho de uma galera que todo grande clube tem, que são os fisiologistas. Eles existem, óh filósofos do apocalipse, para estudar a fisiologia (fisiologia: estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, esp. dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios) INDIVIDUAL de cada atleta e, com isso, e evitar ao máximo que o mesmo se lesione. Você já viu o jogador usando aquela espécie de coletinho, por baixo da camisa? Aquilo ajuda a extrair os dados do atleta ao longo daquela partida, para que essa galera tenha mais informações ainda – isso sem falar no monitoramento nos treinos.

Isto posto, e entendido – espero eu – temos então um outro assunto, ignorado em absoluto por alguns, que é o plantel que o treinador tem em mãos para colocar em campo. Ninguém sabe, ao certo, o que acontece no dia-a-dia dos treinamentos; quem está melhor física e tecnicamente; quem está de ‘sacanagem’; quem está mostrando trabalho e, por fim, quem está lá por uma completa sorte do destino – e que não deveria. Ninguém conhece melhor que o comandante em chefe, o treinador.

Quando esse camarada escala um time, ele TEM por OBRIGAÇÃO E OBVIEDADE entender o desgaste físico de seus atletas – a equipe de fisiologia passa esses dados – e observar qual é o seu adversário e entender se vem ou não de um desgaste físico maior, menor ou igual. E a partir dai, com essa conjunção de informações, escalar o time. Se ele ignorar isso, não vai á lugar nenhum. Não adianta! Escalar um time mega ofensivo, com jogadores no limite, contra os caras que estão mais descansados vai dar errado.

O bom treinador sabe disso. Ele sabe que precisa estudar mais e mais essas questões que circundam o futebol. Nosso esporte preferido deixou de ser ali, dentro das quatro linhas somente, há muito tempo. São tantos os parâmetros que, antes de criticar alguém, deveríamos, no mínimo, dar o ‘benefício da dúvida’ ao profissional que ali está.

No caso do Grêmio, muitos questionaram a opção do Marcelo por três zagueiros e depois crucificaram ele pelas substituições. Torcedor é assim mesmo, se guia pela paixão. Mas pera lá! Torcedores são totalmente passionais e mudam de opinião de acordo com o resultado – ou alguém aqui acredita que se o Kayke tivesse metido 2 no Grêmio, alguém iria criticar? Mas do lado de cá, há de se ter um pouco mais de embasamento na hora de se emitir uma opinião, sobretudo ao tratar de profissionais.

Marcelo pode ter errado? Sim, ele pode. Poderia ter optado diferente? Claro. Mas você também já se perguntou o porque ele escolheu assim? Se pensou no desgaste da equipe? Se a equipe de fisiologia trouxe alguma orientação para substituir alguém? Ou se ainda, no alto de sua experiência, ele observou um Grêmio – reserva e mais descansado – e sabendo disso optou por um esquema mais seguro?

Posso estar enganado a respeito das respostas dessas perguntas. Mas o cara é bi-campeão brasileiro, campeão da copa do Brasil e dono de uma longa história no futebol…. Eu, particularmente, escolho dar à ele, no mínimo, o ‘benefício da dúvida’.

ST