Falem, jogadoras! Ravena: “Passamos por tudo, mas passamos por tudo juntas”
Na noite desta quarta-feira (31), as guerreiras Andressa e Ravena participaram de uma entrevista exclusiva com Sharon Prais, no programa ‘Jogue como uma Garota’, transmitido no canal do Saudações Tricolores no Youtube. A conversa durou cerca de uma hora e as atletas do Flu falaram sobre o título inédito do Brasileiro sub-18, suas trajetórias, sonhos e desafios.
As duas jogadoras estão no Flu desde 2018. Nesse ano, disputaram a Liga de Desenvolvimento da Conmebol, Andressa pelo sub-16 e Ravena pelo sub-14, em que foi vice-campeã. Em 2019, jogaram juntas no sub-18 e foram vice-campeãs do Campeonato Carioca, enquanto no Brasileirão da categoria o desempenho foi abaixo do esperado. Tendo em vista que o time tricolor pouco sofreu alterações, Andressa comentou o que mudou de lá para cá.
– Em 2019, por ser nosso primeiro Brasileiro com um time bom que a gente estava, eu acho que a gente estava muito fria. A nossa mudança de postura do Brasileiro de 2019 para o 2020 foi essencial, o nosso querer e saber que a gente podia chegar. Todas as críticas a gente buscou como incentivo. A gente lembrava todo dia na preleção do Brasileiro que perdemos na segunda fase, sabendo que a gente podia chegar mais longe. Saber entender o valor de cada uma do grupo isso fez a gente buscar o título.
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No ano passado, Ravena sofreu uma lesão no músculo posterior da coxa direita, o que afastou a arqueira dos gramados por cerca de 2 meses. Já neste ano, foi o destaque do segundo jogo da final contra o Internacional e contou um pouco sobre o título inédito e também sua trajetória no futebol.
– Para mim foi maravilhoso esse título, uma experiência incrível na minha vida. Mas foi muito difícil minha trajetória, passei por bastante coisas, não foi só uma lesão e sim duas. O tempo que passei no departamento médico me ajudou ter mais forças para continuar treinando e pensar nos jogos mais na frente. O Brasileiro me ajudou muito, porque eu dei tudo de mim nos jogos. Foi incrível e tenho certeza de que todas as minhas companheiras também deixaram tudo em campo. Passamos por tudo, mas passamos por tudo juntas.
Sobre a noite da final, Andressa revelou como se sentia antes da disputa de pênaltis e, no papel de capitã, como a sua experiência ajudou acalmar suas companheiras de equipe:
– Eu como a capitã, por ser a mente ali no momento, via nas meninas que estava todo mundo desesperado. Até eu estava, mas eu não conseguia chorar. Eu cheguei na Ravena e falei ‘se você quer viver um sonho novo na sua vida, algo novo, é hoje!’, depois desse momento abracei ela e falei com cada uma passando aquela segurança. Acho que tranquilizou a gente foi o louvor que a gente sempre coloca que é ‘eu quero viver algo novo’. Quando a gente foi para os pênaltis, cada uma conseguiu pensar que chegou a nossa hora é o passo final, estava ali nas nossas mãos. Eu vi no olho de cada jogadora que estavam prontas para aquele momento. A união da gente que fez a diferença.

A respeito das penalidades, Ravena revelou o “segredo” por trás das quatro defesas que decidiram o título:
– Eu estudei muito com a comissão do Fluminense. Acho que se não fosse por eles eu não teria conseguido. Mas eu segui total minha confiança lá, eu falei que ia pegar e me inspirei em mim, nas minhas companheiras e dei tudo de mim. Eu não adivinhei o lado, eu estudei para isso e consegui pegar.

Ainda sobre inspirações, as Guerreiras reforçaram:
– Nesse Brasileiro eu aprendi a buscar inspiração numa equipe, e isso fez a gente ficar gigante em cada partida. Buscar inspiração de quem está do nosso lado correndo pela gente e melhor que você criticar e reclamar. Para mim hoje a palavra certa é buscar inspiração de quem está do seu lado. – Afirmou a capitã.
– A melhor inspiração é nossas companheiras de jogo. Elas dão muita força para gente. – Completou a goleira.