Fala, Odair: “A equipe teve maturidade, tranquilidade e equilíbrio”

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Como de costume, após a vitória do Fluminense por 3 a 1 sobre o Athletico-PR, Odair Hellmann concedeu entrevista coletiva para responder perguntas a respeito do desempenho da equipe na partida e para dar seu próprio ponto de vista a respeito.

Na de hoje, o treinador destacou a superioridade do Fluminense no jogo, mesmo tendo saído atrás no placar e falou sobre a atuação de Marcos Paulo, autor de dois gols e uma assistência, e sobre qual o melhor setor do campo para escalá-lo. Odair comentou também a ausência de Calegari, convocado para a Seleção Brasileira sub-20, nas próximas duas partidas e sobre um assunto que sempre surge: Nenê e Ganso juntos.

“O jogo teve dois momentos distintos, que foi o 11 contra 11 e o depois da expulsão. Mesmo no 11 contra 11 e tendo saído atrás do placar, se eu não me engano, a jogada de perigo (do Athletico-PR) talvez tenha sido só o gol no primeiro tempo. Mesmo no primeiro tempo, nós já tínhamos tido o pênalti para empatar, criado situação até para abrir o placar, e mesmo com a adversidade de não fazer 1 a 1 no pênalti, a equipe teve maturidade, tranquilidade, equilíbrio para continuar jogando e produzir as situações de jogo.”.

“A equipe foi madura, equilibrada, e depois, quando teve a superioridade numérica, se impôs em todos os aspectos dentro do campo de jogo. Todo time que tem um jogador a menos, às vezes sofre menos, às vezes sofre mais. Hoje o Athletico não conseguiu jogar, não conseguiu criar situações, porque nós continuamos ou até melhoramos o aspecto de manutenção de posse, com paciência, de desequilibrar a equipe adversária de um lado para o outro, de encontrar espaços por dentro e por fora. Foi uma partida soberana em todos os aspectos.”.

Odair também elogiou a atuação de Marcos Paulo, mas destacou principalmente a força coletiva do Fluminense. De acordo com o treinador, o grupo faz a diferença para que noites como a do camisa 11 acontençam em benefício da coletividade. O técnico também comentou qual seria, na visão dele, a melhor posição para que Marcos Paulo atue.

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“Foi numa grande vitória do grupo, do time. Como eu sempre acredito no processo coletivo, mais uma vez fez a diferença para que ele e outros jogadores pudessem render como renderam hoje.

“Sobre a função e posição do Marcos Paulo, ele tem possibilidade realmente de jogar nessas funções (aberto ou centralizado), talvez até com um pouco mais de dificuldade de jogar de centroavante. Ele tem uma característica de somente vir entre linhas, buscar o espaço para receber esse passe e fazer a movimentação, o penúltimo passe ou até uma finalização. Ele não é aquele cara que, quando joga de 9, vai brigar lá pela bola aérea, primeira bola. Não tem essa característica. Então a gente tenta tirar o máximo o jogo desse aspecto, quando ele joga por dentro. Às vezes precisa desse movimento. Mas nesses outros movimentos, ele tem facilidade e vai crescer muito ainda.”.

No segundo tempo, quando a partida estava empatada em 1 a 1 e o Flu já tinha um jogador a mais em campo, Odair optou por uma formação que muito se questiona. Aos 15 minutos, o treinador colocou Ganso no lugar de Michel Araújo e manteve Nenê em campo. Os dois passaram a atuar juntos, ao lado de Marcos Paulo, e o Fluminense cresceu de produção, chegando à vitória. Odair também falou sobre isso.

“O primeiro movimento que nós precisávamos era fazer a tentativa dentro de uma variação tática. Com posicionamento do adversário baixando muito as linhas, fechando o centro do campo, compactando essas linhas, não eram de velocistas (que precisávamos). Eram de jogadores dribladores, de enfrentamento no “um para um” ou de jogadores técnicos, de penúltimo passe, de passe de definição, de passe de infiltração.”

“Também coloquei um centroavante para ter um definidor. Não adianta ter essa amplitude e não ter o definidor. É uma luta de boxe. Para você conseguir produzir e vencer o adversário nesse aspecto de organização que eles estavam, você precisa trocar e variar os movimentos. Um vai fazer amplitude e definição por cruzamento. O outro vai fazer uma infiltração curta. Outro vai fazer uma tentativa de passe por dentro em um desiquilíbrio de tabela, de infiltração.”

Foto: Mailson Santana/FFC

No pré-jogo, o lateral-direito Calegari recebeu a notícia que havia sido convocado para a Seleção Brasileira sub-20. Notícia ótima para o atleta, nem tão boa para o Fluminense, que não terá seu lateral titular para os próximos dois jogos. Além disso, Igor Julião, que seria a outra opção para o setor foi tirado da relação da partida de hoje em decorrência de sintomas gripais. Odair, portanto, foi questionado sobre o que fará caso os dois estejam indisponíveis. Inclusive, um eventual pedido de liberação de Calegari foi questionado ao treinador.

“É uma coisa que vamos conversar mais à frente. Mas se o Calegari for para a Seleção, nós temos também o Daniel. Confiamos no Daniel. É mais um jogador das categorias de base que se tiver oportunidade vai mostrar seu talento, sua qualidade, como esses estão mostrando. A gente tem confiança total no grupo, nos meninos do sub-23. E futebol às vezes é oportunidade. Talvez falte uma oportunidade para o Daniel.”

“Claro que a gente gostaria de contar com o Calegari, mas também não dá para ficar toda hora que os jogadores são convocados tirando essa possibilidade de ir para a seleção brasileira. Eles também querem ir para a Seleção. Também é um jogo individual. Mas a gente vai saber administrar essa situação toda, para que seja o mais importante o Fluminense no aspecto final.”

Por fim, Odair falou sobre a opção de colocar Miguel na partida de hoje, ao invés de nomes como, por exemplo, Caio Paulista.

“O Miguel é um jovem jogador. Dentro da função dele, nós temos outros jogadores que estão performando: Ganso, Nenê, Marcos Paulo. Ele tem boa característica de drible, é inteligente, tem qualidade. É um grande jogador, é um jovem com potencial excepcional, que vai galgar o seu espaço aos poucos, como está acontecendo e como outros jogadores, como Luiz Henrique, Martinelli, André, Daniel, Luan. Tenho certeza que também vai surgir oportunidade para o Miguel. Claro que nessa função tem mais jogadores e jogadores performando, então acaba que a gente não consegue oportunizar muito.”.

“Eu já tinha dito uma vez que nessa função tem muitos jogadores. O Caio fez gol importantíssimo na vitória contra o Inter e eu não coloquei o Caio hoje. E eu saio daqui com meu coração partido de não colocar o Caio no jogo. Antes de terminar, eu disse: “Caio, eu queria uma oportunidade para o Miguel, colocar ele um pouco no jogo para mostrar para ele que ele faz parte do grupo, que ele é importante, que é um processo a percorrer”. Mas tenho certeza que o Caio saiu muito chateada e com todo direito, porque ele vinha performando e performando bem, vinha sendo decisivo. Foi decisivo contra Atlético-MG, Internacional. Para oportunizar um pouco o Miguel, como tenho feito com todos os meninos da base. E assim acho que é o processo.”.

Com o resultado, o Fluminense chegou aos 39 pontos e ingressou novamente na zona de classificação para a próxima Libertadores. O próximo compromisso do Flu é no próximo domingo (13), no clássico contra o Vasco, em São Januário.

 


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