Fala jogador – Fred: “A gente sabe que podemos fazer um grande jogo e sair vitorioso”
O atacante Fred concedeu uma entrevista coletiva no Centro de Treinamento Carlos Castilho. O jogador foi o primeiro atleta do Flu ao falar com a imprensa esse ano. Ele falou sobre o clássico de amanhã contra o Flamengo, a briga pela vaga na Libertadores e as expectativas para as últimas 11 rodadas do Campeonato Brasileiro.
Fred afirmou que teve uma disputa natural pela vaga com o Evanílson e que as lesões atrapalharam no início de temporada do jogador a equipe. No entanto, alega que agora está em um momento físico melhor:
“Quando eu cheguei, tinha o Evanilson. Era natural eu não jogar mesmo porque o moleque estava bem. Depois, tive cirurgias e problemas com trauma. Precisei recuperar ritmo. Falando do presente, me sinto bem hoje. De um tempo para cá, estou conseguindo treinar bem, conseguindo impor um pouco mais de ritmo, força. Criando situações para fazer gols ou colocando meus companheiros para fazer os gols. Era um processo natural. Fiquei treinando separado na roça por quase cinco meses. Ia demandar um pouco mais de tempo. É um momento de todo se preparar. Vão ser onze rodadas difíceis. Tem um pessoal sempre brigando por alguma coisa, lá embaixo, título, Libertadores ou sul-americana. Estou esperançoso de poder corresponder à altura.”
Você conhece nosso canal no Youtube? Clique e se inscreva! Siga também no Instagram
Sobre o FlaxFlu, o atacante se demonstrou confiante para a partida e falou sobre como deve ser a postura da equipe:
“Vai ser um clássico difícil. A gente sabe as qualidades do time do Flamengo. Mas enxergo pontos que podemos nos sobressair. A gente sabe que podemos fazer um grande jogo e sair vitorioso. O que podemos fazer é ter humildade de time grande e saber defender bem. Mas quando tiver a bola, impor o máximo possível para fazer a equipe adversária correr atrás e a gente poder criar nossas jogadas e fazer os nossos gols para a gente sair vitorioso.”
A busca pela vitória nessa partida será necessária, de acordo com o atacante, já que o time vem de uma sequência de jogos com resultados negativos. O atleta sabe da dificuldade da partida, no entanto, afirma que a equipe tem que dar uma resposta:
“O que precisamos projetar é quebrar essa sequência ruim de empates e derrotas, com um bom resultado. Precisamos dessa vitória. Quando olhamos para cima, vemos que a Copa do Brasil e Libertadores, do G-6 poder virar um G-7 ou G-8. O clássico de amanhã vai ser muito difícil para a gente. Mas precisamos dar uma resposta e pontuar novamente na competição.”
A Covid-19 já atingiu vários jogadores do Fluminense, inclusive o próprio Fred, e agora tira o técnico Marcão do próximo jogo. O atacante falou de como será a ausência do treinador da beira do campo, mas afirmou que o Aílton, auxiliar do Marcão e quem comandará a equipe na próxima partida, tem o mesmo linguajar que o técnico:
“Péssimo, né? Quando cheguei no CT ontem eu recebi essa noticia. Uma bomba para a gente. Desde que o Marcão assumiu, tem orientado bastante e tem sido muito importante. A gente perde essa liderança. O bom é que a gente tem o Ailton, tem o linguajar como o Marcão. É uma perda muito grande. Falei com os jogadores que a gente precisa liderar e falar um pouco mais dentro de campo para que a gente não perca esse fator liderança que o Marcão deixou.”
Fred já jogou a Libertadores com a camisa do Flu e quer novamente fazer esse feito. O atleta afirmou que tem como objetivo principal jogar a competição com a equipe mais uma vez. O atacante falou sobre a marca que está bem próxima de conseguir: Alcançar o Top-3 de maiores goleadores da história do Campeonato Brasileiro:
“Meu maior sonho é levar o Flu pra Libertadores, faz oito anos que a gente não vai. É um objetivo palpável, é possível e o maior sonho que tenho hoje. Mas dentro dele eu posso colaborar para isso acontecer, com gols. Não tenho a motivação dessa marca, mas vai ser bom se aproximar porque posso ajudar o Fluminense.”
O ídolo tricolor falou sobre a mescla entre a experiência dos mais velhos e a força e a ousadia dos mais novos e como deve ser feita. Ele também exaltou o atleta Nenê que apesar da idade tem se destacado pela quantidade de jogos disputados:
“Jogadores experientes influenciam, mas os jovens também. Uma mescla é válida e ajuda. Os jovens com a força, a ousadia, aquela vontade, o ímpeto deles. E nós com a experiência, cortando caminho e blindando os mais jovens. A gente tem essa mescla aqui. Me sinto dependente dos mais jovens, podemos colaborar com eles também. Temos o Nenê aqui que é o jogador destaque em sequência e em número de jogos. É possível como atleta você influenciar mesmo com a idade mais avançada. Mas na hora que entra em campo todos temos que marcar, correr. Entrou lá, a gente se cobra igualmente. E essa vitória é importante para buscar essa vaga na Libertadores que a gente tanto almeja.”
Essa experiência de jogadores como o Fred pode ser passada para os atletas mais novos em conversas sobre o que fazer do futuro. O atleta afirmou que conversou com vários dos jogadores jovens que estão ou já passaram pelo Flu. Disse que alertou sobre o que deve ser feito e citou bons e maus exemplos para ajudar os atletas em suas escolhas profissionais:
“Eu participei de conversas com o Dodi, Miguel, Marcos Paulo e Evanílson. E usei exemplos bons e ruins. Contei um pouco do que eu passei no meu início e quando estava no Cruzeiro e chegavam propostas. Falei que meu irmão me orientava a sempre treinar bem e fazer gols nos jogos. Isso seria a minha maior venda do produto. Falo com o Miguel e Marcos Paulo, principalmente. Hoje, eles têm 17 anos, mas daqui a pouco estão com 23, 25, 28. E falei com eles que o jogador tem que criar laços com o clube, criar maturidade em um clube grande com o Fluminense. Se você sair sem fazer uma temporada inteira, e uma temporada boa, isso afeta e dificulta a adaptação ‘lá fora’. Minha conversa com eles é essa. O Fluminense quer resultado técnico, mas também vai vendê-los. É bom para eles que façam história para depois serem vendidos. Todos ganham assim.”
“O que eu mais posso entregar e o que eu estou fazendo. É ter seriedade, doação no dia-a-dia dentro e fora de campo e a cobrança e a motivação lá em cima. Vou estar com o nosso braço estendido seja no momento bom ou no ruim. A maior dificuldade é olhar para os resultados ruins e não afundarmos muito. Se pegarmos as mesmas rodadas do primeiro e do segundo turno, estamos com apenas três pontos a menos. Tivemos problemas no primeiro turno também, demos a volta por cima e passamos por aquilo sabendo que tínhamos coisas a melhorar. Mas o que estamos tentando passar para a galera é que eles não precisam absorver isso. Isso tem que começar amanhã no clássico. Mas a nossa postura tem que ser a cada dia melhor.”
E um jogador da base que vem se destacando é o atleta John Kennedy, de 18 anos. O atleta que faz parte do elenco Sub-20 do Flu já chegou a treinar com os profissionais pelo seu destaque na equipe. E o Fred falou um pouco sobre a nova joia do Fluminense:
“Na verdade, falei com ele duas vezes só. Sub-23 treina um horário antes. A gente sempre se tromba. Vi que ele estava se sobressaindo na academia e perguntei quem era. “Ah, o John Kennedy”. E logo depois ele subiu para treinar com a gente. Ele vai pra cima, todas as bolas que ele pega ele sai rompendo. É um jogador com potencial muito grande. Todos no profissional têm essa visão que logo logo estará nos ajudando. Estamos ansiosos para mais uma joia estar aqui se destacando e ajudando o Fluminense.”
Uma das comemorações do atleta e que é marca registrada do Fred é jogar corações pra torcida. No entanto, agora sem torcida ele não tem feito mais já que os estádios estão com os portões fechados. E o jogador afirma que está ansioso para a volta do público e poder voltar a fazer a comemoração:
“Sempre me marcou muito. Não vejo a hora de fazer esse coração com o torcedor. A gente está ansioso na espera por essa vacina para tudo voltar ao normal e estarmos com o estádio lotado. E assim, podermos desfrutar juntos de momentos maravilhosos.”
A atual edição do Campeonato Brasileiro começou em 2020 e terminará em fevereiro de 2021. Perguntado sobre essa mudança, o camisa 9 tricolor afirmou que eles sabiam que pela pausa grande que tiveram no meio o ano passado que teriam um calendário diferente quando voltassem e que tiveram que se adaptar a ele:
“A gente tem que se adaptar, né? Essa paralisação atingiu todas as áreas – religiosa, econômica, social. É lógico que afetaria o futebol. O nosso esporte sofreu um pouco menos. Para a gente é normal. Ficamos quatro meses sem jogar. Sabíamos que precisaríamos completar o calendário por questões de patrocinadores, por nós mesmos e pela saúde financeira do clube. Mas espero que volte o mais rápido possível ao normal.”
ST,
Edu Marques