Eduardo Barros comemora bicampeonato e se rende a Diniz: “Temos um gênio”

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O Fluminense aplicou um chocolate por 4 x 1 no Flamengo pela partida de volta da final do Campeonato Carioca 2023. A goleada proporcionou o bicampeonato ao Tricolor das Laranjeiras, vencendo por 4 x 3 no agregado. Eduardo Barros, auxiliar que comandou a equipe na beira do campo neste domingo (9), devido à expulsão de Fernando Diniz no jogo de ida, valorizou a importância do comandante para a conquista.

“A gente sabe que do lado de lá existe um elenco com um orçamento milionário, a maior folha do futebol brasileiro, por isso tem muita qualidade em todas as posições, permitindo ao treinador escolher qualquer estratégia de jogo. Do lado de cá temos um gênio no comando da equipe e que se preparou muito para essa final. Com o dedo dele e, principalmente, com a entrega, dedicação, união e energia de todos os jogadores, com méritos nos sagramos campeões” – disse Eduardo Barros

Eduardo Barros em coletiva pós Fluminense 4 x 1 Flamengo / Foto: Reprodução YouTube Fluminense
Eduardo Barros em coletiva pós Fluminense 4 x 1 Flamengo / Foto: Reprodução YouTube Fluminense

 

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O clube verde, branco e grená sagrou-se 33 vezes campeão estadual nesta noite de domingo (9). Os autores do atropelo tricolor foram Marcelo, Cano (2x) e Alexsander. Ayrton Lucas descontou no fim da decisão. Eduardo também relembra admiração antiga por Diniz e comenta desempenhos individuais.

“Para mim é um privilégio trabalhar com o Diniz. Esse seria o desejo de milhares de profissionais no futebol brasileiro. Primeiro ciclo começa em 2015, mas a admiração é anterior a isso. Fui assistir a um jogo da Série A2 do Campeonato Paulista, salvo engano, em 2012, era Red Bull x Atlético de Sorocaba. O que vocês viram hoje, eu vi naquela ocasião há mais de 10 anos. Tive uma admiração imediata.”

“Graças a um amigo em comum, professor João Paulo Medina, ele me deu a oportunidade de fazer uma visita ao Diniz. Três anos depois, uma oportunidade de trabalhar com ele. Só tenho a agradecê-lo pelo privilégio. Ele me convidou para retomar a parceira nesse segundo ciclo, agora no Fluminense. Estamos construindo uma bela história sob a liderança dele.”

Outras respostas de Eduardo Barros

Consolidação do trabalho de Diniz

“Nunca foi necessário, o trabalho de Diniz está consolidado. Se pautarmos nossas conquistas somente à vitória, vai parecer que todos os demais são derrotados. Se tivermos 20 grandes treinadores no futebol brasileiro, no fim do campeonato teremos quatro rebaixados. O campeão é só um. Não significa que só ele consolidou o trabalho, todos podem ter. Ganha o futebol, a classe, a torcida. Não validamos um trabalho por uma medalha. Tem mais coisas que fazemos pelo futebol. Em qualquer área. Todos têm uma contribuição a dar independentemente se você ganhou o título.”

Imposição técnica, tática e física

“Foram fundamentais, mas tem um componente que influencia. No primeiro lance, acho que Pedro pisa em Ganso. Poderíamos questionar equivocadamente que era um pisão para expulsão. Não é. O árbitro deixou o jogo correr, deu atendimento como tinha que dar, deu os sete minutos de acréscimo, como deveria dar. Ele conduziu a final, assim como o Diniz pediu na quarta, uma arbitragem com justiça.

“Nesse momento, se o Samuel Xavier não tivesse sido injustamente expulso em lance igual ao que Pedro não foi corretamente expulso, talvez quem estivesse aqui na coletiva hoje fosse o Fernando Diniz. Então, houve imposição, sim, nos impusemos em todos os elementos do jogo, taticamente, tecnicamente, fisicamente, espiritualmente. Mas a arbitragem permitiu que isso pudesse acontecer.”

Felipe Melo e Keno

“Existe uma distorção em relação à análise do Felipe Melo em que ele é injustamente apontado como responsável em resultados negativos. Ele é multicampeão, mas se a gente se ater somente a esse momento, Felipe Melo fez bons jogos no Carioca e, contra o Sporting Cristal, ele fez um ótimo primeiro tempo. Saiu porque foi injustamente amarelado. Ele marcou bem, manteve o time compacto, tem presença, tem liderança, entende o posicionamento do sistema.”

“O Flamengo conseguiu muita bola longa no primeiro jogo. Fizemos um ajuste no posicionamento de alguns jogadores, inclusive do Keno, para que o Flamengo não conseguisse tantas bolas longas. Deu certo.”

Liderança de Diniz

“Vou tentar dizer uma palavra e dizer o motivo. A liderança dele é uma abordagem voltada para o desenvolvimento do jogador como pessoa primeiramente. No meu entendimento, os jogadores entendem essa conexão que ele faz, com olho no olho, crença e com uma dedicação quase que exclusiva aos jogadores. Eles percebem. Essa resiliência é construída no dia a dia. A equipe jogou no último sábado, no primeiro jogo da final, fomos para a estreia da Libertadores, uma viagem de logística que não era ideal, de madrugada, todo mundo que tem entendimento sabe que na madrugada o ideal era que os jogadores estivessem dormindo.”

“Isso alterou a programação de treino, mas pudemos praticamente repetir a equipe que jogou na quarta em relação ao sábado, hoje também, com entrada do Guga na vaga do Samuel por causa da expulsão. A decisão é importante, porque muitas equipes do futebol brasileiro pouparam jogadores na Libertadores, respeitamos o planejamento, mas sabíamos que teríamos resiliência suficiente para fazer o jogo que fizemos na quarta, que foi de imposição talvez não tão absoluta quanto hoje, mas de superioridade. Estarmos inteiros em todos os níveis, em todas as esferas, para a gente fazer um grande jogo hoje.”

Marcelo movimentando-se pela direita

“Os dois lances têm naturezas distintas. No jogo contra o Sporting Cristal, Marcelo estava no lado direito porque foi para uma cobrança na bola parada, então na sequência ele deu passe para o Arias. Hoje, ainda não vi os lances novamente, mas acredito que ele tenha aparecido ali pela própria dinâmica do time que permite a liberdade de posicionamento de todos os jogadores.”

Marcelo apontando para a cabeça em comemoração do 1° gol

“Marcelo é de poucas palavras, mas o que você notou, eu notei. É uma marca, um jogador gigante que vem prestar bons serviços para o futebol brasileiro, felizmente para o Fluminense.”

Arias

“O Arias tem a capacidade de jogar em cinco posições, talvez, ou mais, quem sabe. Um jogador com a facilidade de fazer tudo o que faz em ambos os lados do campo é um jogador diferenciado, por isso que hoje ele é merecidamente selecionável. O Fernando vai, jogo a jogo, decidir com frieza e sem ser interferido pelos ruídos externos o melhor lugar para ele jogar. Hoje houve uma mudança em relação ao primeiro jogo. Vale destacar que ele tinha feito um treino, era data Fifa, ele viajou. André chegou antes, o Brasil só fez um jogo, mas Arias teve uma logística péssima, só fez um treino, na sexta, de menor carga, e precisava estar apto para a final. Hoje, felizmente, deu tudo certo também.”

Críticas externas

“Tem muito ruído externamente, mas a gente não conduz o dia a dia em função dos ruídos e opiniões externas. Diniz lidera um trabalho voltado para dentro, para o que ele está vendo, conduta dos jogadores, momento do time, convicções que ele tem. O barulho chega de alguma forma, alguém comenta, vemos na rede social, hoje possivelmente teremos muitos elogios, se hoje fosse uma derrota, teríamos muitas críticas. Independentemente das críticas, temos o próximo jogo para planejar olhando para dentro. A equipe que jogou hoje não necessariamente vai jogar na quarta. Diniz vai olhar para dentro, ver quem precisa ser poupado, a resiliência. Precisamos saber que o trabalho continua, conquistamos o título, mas a temporada está só começando.


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