Calegari e Egídio assumem de vez as laterais e ajudam Flu a viver bom momento – veja os números

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A disputa pela condição de titular, em sua maioria, ocorre de forma constante dentro de um elenco de futebol. E em 2020, essa disputa foi ainda maior por conta da pandemia do novo coronavírus. Com jogadores titulares sendo contaminados, e tendo de cumprir quarentena somado com possíveis lesões ou expulsões, os reservas puderam ter mais oportunidades de entrar em campo e mostrar serviço. E no Fluminense isso não foi diferente.

Desde os goleiros até os atacantes, nenhum jogador teve uma vaga cativa no time titular, tanto na equipe comandada pelo Odair, ex-técnico, e quanto a comandada pelo atual treinador, Marcão. A disputa sempre foi muito forte e os atletas reservas, em alguns momentos, entravam bem e conquistavam a condição de titular. E isso ocorreu com uma maior frequência com os laterais do Fluminense.

Lucas Calegari e Igor Julião, na direita, e Danilo Barcellos e Egídio, na esquerda, disputaram durante a temporada inteira a titularidade dessas posições. Todos os quatro oscilaram muito nesse campeonato, e viveram bons e maus momentos. Porém, agora, parece que Marcão conseguiu achar a sua dupla titular: Calegari e Egídio.

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Os números mostram que os dois estão em suas melhores fases juntos. Nas últimas três partidas que o Fluminense realizou, eles foram titulares e a equipe não sofreu gol. Foi a primeira vez no Campeonato Brasileiro que o time atingiu essa marca (três jogos sem sofrer gols). A dupla de zaga formada por Luccas Claro e Nino, além das excelentes atuações de Marcos Felipe, contribuíram muito para o sucesso do sistema defensivo tricolor, principalmente no jogo contra o Bahia, onde o arqueiro fez duas defesas de cinema.

E com a defesa sólida, os laterais passaram a ter mais liberdade para tentar criar jogadas ofensivas, algo que o Egídio vem se mostrando eficiente. O jogador tem cinco assistências na competição (10 na temporada) e é o líder isolado nesse quesito do elenco tricolor – Nenê, Marcos Paulo e Igor Julião estão empatados na segunda colocação com três no torneio nacional. Ele também é o jogador com a maior média de passes certos por jogo (41,5%) e a terceira em passes decisivos por partida (1,4).

O camisa 6 ainda se destaca pelo poder de desarme que tem. Já foram 66 interceptações, divididas e desarmes feitos com sucesso. O que lhe dá uma média de 2,5 por partida. Já na questão de perda de bola, o jogador destoa. Ele é o líder do quesito, sendo desarmado ou perdido o controle da posse de bola, em média, 19,2 por partida.

 

Mapa de calor da temporada do Egídio; (SofaScore)

O mapa de calor do Egídio aponta que o lateral vem trazendo uma profundidade na ala canhota que ainda não vemos na ala direita. Diferentemente de seu companheiro, Egídio – a partir de seu retorno ao time titular – tem buscado mais a linha de fundo para construir as jogadas de ataque por lá. E a boa fase do lateral tem surtido efeito nos resultados.

Já Calegari consegue equilibrar melhor as ações ofensivas e recompor melhor no setor ofensivo. O lateral, que atuava como volante nas categorias de base, ainda não se arrisca tanto no setor ofensivo, o que é traduzido em seu mapa de calor da temporada:

Mapa de calor da temporada do Lucas Calegari; (SofaScore)

O espaço ocupado pelo atleta mostra muito do seu jogo. A parte final do campo, ao lado da área adversária (direita), ainda não é muito explorada por Calegari que, apesar de vir crescendo na posição, ainda não avança tanto. Muito pelas suas características e, evidentemente, por sua formação original: volante. É possível notarmos que o atleta faz bem a cobertura pela meia direita da defesa,  ajudando na contenção.

E após oscilar muito, sofrendo muitos gols e sem inspiração na frente, Marcão parece, enfim, que acertou as alas do seu time. Agora, serão mais quatro batalhas até o sonho da Libertadores. E na fase de grupos.

ST,

Edu Marques


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