Análise Tática: com menor posse de bola, Criciúma foi superior ao Fluminense
Mesmo fora de casa, o Fluminense entrou em campo como favorito diante do Criciúma pela Copa do Brasil. Afinal, tratava-se de um time da Série A e classificado no grupo da morte da Libertadores contra um que disputa a Série C e acabou rebaixado no Campeonato Catarinense. Contudo, o jogo não se traduziu dessa maneira. Mais eficiente, o Tigre venceu o Tricolor por 2 a 1 no Heriberto Hülse. Hygor e Fellipe Matheus marcaram para os catarinenses enquanto Abel Hernández, de pênalti, descontou para o Flu.
Em campo, o Fluminense teve mais posse de bola que o Criciúma. O Tricolor terminou a primeira etapa com a bola em 65% do tempo. Mas a transição lenta e burocrática — ou “falta de lucidez”, como definiu Roger Machado — dificultava a chegada ao ataque. Entre erros e passes forçados, de acordo com dados do SofaScore, o Tricolor somou 39 passes errados só no primeiro tempo. A primeira das quatro finalizações, por exemplo, veio somente aos 21 minutos com um chute de fora da área de Yago Felipe.
Sem público e sem DJ, os técnicos cantavam a partida. O ex-zagueiro Roger Machado pedia mais intensidade enquanto o ex-meia Paulo Baier pedia mais atenção.
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Encaixado, Criciúma faz boa partida taticamente
O Tigre, por outro lado, deixava a bola com o Flu e marcava-pressão a partir do próprio campo. O clube catarinense montou um tripé pelos lados para impedir as jogadas de Luiz Henrique e Gabriel Teixeira.

Quando recuperava a bola, o time de três cores de Santa Catarina apostava nos contra-ataques com a chegada de muitos jogadores a frente. Desta maneira, chegou ao primeiro gol.

O Flu tentou responder ainda no primeiro tempo. Na cobrança de escanteio de Nenê, Fred subiu mais alto, mas cabeceou para fora. O centroavante, aliás, não conseguiu fazer uma boa partida.

Pênalti polêmico diminui a desvantagem
Depois uma primeira etapa muito abaixo e em desvantagem no placar, o Fluminense tentou começar o segundo tempo pressionando o Criciúma. Roger adiantou as linhas para pressionar ainda mais o adversário.
Mas essa estratégia acabou expondo outra falha do Flu na partida. A distância entre meio-campo e ataque no sistema 4-2-4 permitiu o Tigre atuar entrelinhas.

Logo após o segundo gol do Criciúma, o Fluminense mexeu por atacado. Roger sacou Nenê, Luiz Henrique e Fred para as entradas de Paulo Henrique Ganso, Matheus Martins e Abel.
O gol, no entanto veio antes de que as substituições pudessem surtir efeito do ponto vista técnico ou tático. Ganso cruzou e Manoel caiu na área. O árbitro Caio Max Augusto Vieira apontou um pênalti inexistente e Abel Hernández balançou as redes.
O gol de pênalti de Abel Hernández!
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— Saudações Tricolores (@STpontocom) July 27, 2021

O Tricolor então aumentou ímpeto ofensivo. Mais que dobrou o número de finalização em relação a primeira etapa. Contudo, sem conseguir infiltrar na defesa catarinense, restou finalizar de fora da área.
Próximo jogo
Com a derrota no jogo de ida das oitavas-de-final, o Fluminense volta a campo contra o Criciúma no próximo sábado (31) — por causa do adiamento do confronto contra o Cerro Porteño, que acontece na próxima terça (03). O Tricolor precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para avançar na Copa do Brasil. Vitória por um gol leva a decisão por pênalti (lembrando que não há mais gol fora na competição). Qualquer outro resultado elimina o Flu.
ST
Lucas Meireles