A escolha de Sofia… vender ou não vender Pedro…
Muitos tricolores se perguntam, questionam e, até mesmo, criticam a diretoria pela iminente venda de Pedro (o negócio ainda não foi assinado). Criticam e apontam dedos aos dirigentes tricolores se baseando no valor da multa rescisória do atleta – na casa dos 50 milhões de euros – e que o Flu teria se desfeito de um potencial jogador “de graça”, ou ainda com uma barganha, pechincha e etc. Mas será que foi isso mesmo? Vamos tentar trazer um pouco mais de luz ao caso.
Primeiro vamos levar em consideração que Pedro esteve próximo de ser negociado por 25 milhões de euros para o Real Madrid, antes de sua séria lesão no ano passado. Matérias foram feitas, dando conta disso, inclusive nossa Rádio Mellão, que falou sobre o assunto muito antes da matéria da Globo. E nesse caso, o Flu faria jus à metade, qual seja: 12,5 milhões de euros, pelos seus 50% do atleta. A venda não ocorreu e o final do ano passado foi tenebroso. Ficamos com incríveis 5 meses de salários em aberto com a galera, que ainda assim se dedicava. E, coincidência ou não, batemos o recorde negativo de minutos sem marcar um gol, além de despencar na tabela e brigar para não cair na última rodada.
Pois bem. Agora vem uma nova proposta, com uma nova composição. O Flu receberá 8 milhões de euros por 30% do atleta e manterá 20% de seus direitos econômicos, o que pode lhe garantir uma boa grana lá na frente. E, se consideramos os números proporcionalmente, ele sairá quase que pela proposta anterior – recebida antes da lesão – com a diferença de que não manteríamos nada. Veja uma lista com as principais transferências tricolores:
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As 10 maiores vendas da história do Fluminense
1. Gerson
Roma – 2015
R$ 61 milhões
2. Pedro
Fiorentina – 2019
R$ 50,2 milhões – Flu recebe cerca de R$ 36,5 milhões
3. Richarlison
Watford – 2017
R$ 46,2 milhões
4. Thiago Silva
Milan – 2008
R$ 32,1 milhões
5. Kenedy
Chelsea – 2015
R$ 31,2 milhões
6. Ayrton Lucas
Spartak Moscou – 2018
R$ 30,5 milhões
7. Wendel
Sporting – 2018
R$ 29,1 milhões
8. Wellington Nem
Shakhtar Donetsk – 2013
R$ 25,4 milhões
9. Thiago Neves
Hamburgo – 2008
R$ 22 milhões
10. Roger
Benfica – 2000
R$ 19,6 milhões
Obs. Valores nominais em reais, convertidos na época de cada transação e divulgados pela imprensa nas respectivas ocasiões.
Mas o principal ponto não está aqui, na minha humilde visão.
O Flu vem de um modelo de gestão, já de muitos anos e por diversas razões, onde a sua principal saída para a sobrevivência é a venda de jovens talentos. Não existia outra escapatória. Ou vendia ou o clube fechava as portas. Se é errado isso? Meio óbvio dizer que sim, mas qual escolha Mário e Celso tem hoje, com cerca de 90 dias à frente do clube. Abad saiu mas os problemas do clube estão lá, para serem resolvidos. Não creio que 90 dias sejam suficientes para se tirar o clube do buraco em que se encontra e nem implementar uma fonte de renda “mágica” que garanta ao clube milhões e milhões.
E, para quem acha que não tem relação, a “não venda” de Pedro ano passado acabou resultando na venda precoce de João Pedro, ao Watford, tamanho o desespero no final da temporada. A fórmula, amigos tricolores, é essa. O modelo de gestão implementado há anos é esse. Infelizmente.
Essa conta, desse modelo de gestão, ainda não pode ser debitada da dupla Mário/Celso. Veja bem: ainda. Esse modelo de gestão é a herança que ali está. São 90 dias à frente de um clube quebrado e desacreditado no mercado. Ademais, se o negócio for sacramentado de fato – a gente lembra que ainda não foi assinado – o Flu receberá cerca de R$ 36,5 milhões, o que garante a folha até o final do ano, traz melhores condições para reforçar o elenco – como a contratação de mais um zagueiro – e possibilita ao tricolor buscar alternativas no mercado, como por exemplo a extensão do vínculo de João Pedro, para a próxima temporada.
Muitos tricolores se manifestaram que, com o dinheiro da venda de outros tantos jogadores, já deveríamos estar em outro patamar, ter saído desse sufoco. Pois é, poderíamos sim, mas isso não interfere mais, infelizmente, na atual situação. A questão principal é arrumar a casa, gerir melhor essa dívida e não fazer outras tantas que foram feitas, sobretudo na quebra de acordos judiciais, que representa aumento exponencial da dívida, com multas de 50 a 80% em cada processo.
O que nos nos resta hoje é aguardar e ver o que será feito desse dinheiro, e acompanhar para ver quais ações Mário e Celso estão fazendo, ou ainda farão, para equilibrar mais as finanças e tirar o clube desse círculo vicioso de depender da venda de atletas para sobreviver. É cobrar de nossa nova diretoria que mudem as velhas fórmulas de gestão. Mas hoje, nossa realidade é essa, e é dificílima.
ST