Bittencourt detalha SAF no Fluminense: transparência, criação de duas comissões e planos da gestão para reduçao das dívidas

Em entrevista à CazéTV, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, traçou o roteiro detalhado para a análise da proposta de investimento que pode transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ele reafirmou que a decisão final caberá aos sócios em uma Assembleia Geral e revelou uma manobra financeira estratégica: usar receitas extraordinárias para abater a dívida do clube e, com isso, aumentar seu valor de mercado antes de qualquer acordo.

O processo, segundo o mandatário, será cuidadoso e não terá uma definição ainda em 2025. “Esse é um processo que não vai se definir ainda este ano, por questões técnicas e burocráticas”, afirmou Bittencourt, reforçando o compromisso com a transparência.

O Caminho da Proposta: Comissões e Transparência

O primeiro passo será a criação de duas frentes de análise. Uma comissão interna, formada por membros do Conselho Deliberativo, avaliará a proposta, enquanto, simultaneamente, uma comissão externa fará uma análise independente.

“Serão pessoas notáveis de áreas diversas — finanças, jurídico etc. — que não têm vínculo com o clube. Grandes nomes de mercados externos para que elas também possam analisar”, explicou o presidente. Ele ressaltou que, embora o modelo não seja inovador, a gestão busca ser “mais transparente que outros” clubes que passaram pelo mesmo processo.

A Decisão Final nas Mãos do Sócio

Caso a proposta seja aprovada pelas comissões, o caminho até a decisão final terá duas etapas cruciais de votação:

1. Aprovação do Conselho Deliberativo.
2. Assembleia Geral, onde todos os sócios aptos terão direito a voto.

Bittencourt estima que o colégio eleitoral do clube hoje é robusto. “Eu creio que hoje nós estejamos com sócios aptos — somando clube social, sócio contribuinte proprietário e sócio-torcedor — perto da casa dos 30 mil. Então a torcida poderá decidir no futuro, se a proposta caminhar”, garantiu.

Estratégia Financeira: Redução da Dívida para Mudar o Jogo

Um dos pontos de maior destaque da entrevista foi a revelação de um movimento estratégico da diretoria. O Fluminense planeja usar parte das “receitas extraordinárias” de 2025 para quitar uma parcela significativa da dívida antes de avançar nas negociações.

A consequência, segundo Bittencourt, é uma revalorização do clube que impactará diretamente os termos da proposta. “Com uma dívida menor do que a atual, mudam percentuais e mudam valores“, cravou. A ação coloca o Fluminense em uma posição mais forte na mesa de negociação, podendo exigir um aporte maior por um percentual menor do clube.

“Oportunidade, não Apenas Proposta”

Por fim, o presidente fez questão de recontextualizar o momento. Para ele, mais do que uma simples “proposta”, o interesse de investidores é uma “oportunidade” e um reconhecimento do trabalho de reestruturação dos últimos seis anos. Ele destacou que os interessados são “grandes empresários tricolores, famílias tricolores do Rio de Janeiro e do Brasil em geral”.

“Considero fundamental que, depois de seis anos, tenhamos estruturado a casa de tal forma que hoje temos a oportunidade de analisar uma proposta de investimento para tornar o Fluminense mais competitivo”, concluiu.

Foto: Reprodução Frame CazéTv